Já vai tarde!

 

Hoje o Brasil passará a ser um país melhor. O engavetador geral da República, Augusto Aras, deixa o cargo, após dois mandatos de atuação que só ele seria capaz de elogiar.

Nos momentos em que nos afogávamos de indignação com o ignóbil comportamento do inelegível, ele, como se sabe, não fez mais do que passar a mão na cabeça do chefe.

Foram ao menos 132 oportunidades de 185 representações apresentadas à PGR, que envolviam ainda filhos e aliados do capitão, totalmente ignoradas por aquele que devia tomar as providências necessárias. Daí a sobrecarga do STF.

Sete casos foram gritantes, a começar pela denúncia do ex-ministro Sérgio Moro sobre as interferências do ex-mandatário na PF para proteger seus filhos e aliados.

E, em 22 de abril de 2020, naquele mesmo período, o país se escandalizava com a obscena reunião ministerial, que mais parecia uma escrachada conversa de bar.

O mi(n)to deixava ali claras as suas intenções: “Eu não vou esperar foder a minha família toda para trocar segurança, chefia da segurança ou ministro”. E Aras entrou na dança para garantir o desfecho desejado pelo patrão.

Por que aquele que deveria atuar pelo Brasil desempenhou o papel de advogado particular do ex-presidente.

As situações mais críticas dos últimos quatro anos ocorreram durante a pandemia da Covid-19. Porque o comportamento do inelegível – como estimular aglomerações, produção da inócua cloroquina e atrasar a compra de vacinas – matou brasileiros que poderiam estar vivos.

Um deles foi o querido Paulo Gustavo. Tudo o que a CPI da Covid garimpou foi arquivado pelo engavetador geral.   

E, naquele crítico 7 de setembro de 2021, o capitão xingou o ministro Alexandre de Morais de “canalha”, usando o palanque cívico para atacar o processo eleitoral. Aras também entendeu que o ex-presidente não cometera crimes ali.

Isso sem falar nos constantes ataques às urnas eletrônicas e na reunião com embaixadores, que acabou por causar a inelegibilidade do ex-mandatário pelo TSE – o mesmo que a presidente do PT quer extinguir.

Já vai tarde!!!