Novas batalhas no Marco Temporal

 


A ministra Rosa Weber se aposenta do STF em 2 de outubro com dois julgamentos históricos e progressistas. Além de votar pela descriminalização do aborto até 12 semanas com o definitivo argumento “A maternidade é escolha, não obrigação coercitiva”, enterrou o fatídico Marco Temporal.

No que depender do Supremo, é inconstitucional a tese defendida pelos ruralistas, de que os indígenas só teriam direito à posse das terras onde estavam até a promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988.

Foram nove votos contra e dois – adivinhem de quem? – a favor. Claro que a discordância veio dos dois ministros bolsonaristas: André Mendonça e Kassio Nunes Marques.

Embora tenha formado maioria contra a tese, o STF volta à pauta na próxima semana, para definir um consenso sobre as indenizações a serem pagas aos atuais ocupantes destas terras.

A guerra, porém, ainda não está vencida.

O PL 2.903/2023 que institui o Marco Temporal, já provado pela Câmara, agora tramita no Senado. Foi aprovado pela Comissão de Agricultura e teve o julgamento da Comissão de Constituição e Justiça adiado por pedido de vista. 

E claro que a bancada ruralista – integrada por 374 parlamentares no Congresso – reagiu. Ameaça obstruir as votações da Casa em protesto contra a decisão do Supremo.

Segundo o presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, Pedro Lupion (PP-PR), serão tomadas “todas as estratégias possíveis”  pela reedição do Marco Temporal.

Ou seja, apesar de todas as comemorações pelos indígenas sobre a decisão do STF, a guerra ainda terá novas batalhas.

De um lado, os ruralistas, que garantem o superávit de nossa balança comercial e estão dispostos a tudo para seguirem enriquecendo mesmo que destruam a natureza.

Do outro, os povos originários, que habitavam 100% do país até a chegada dos colonizadores, em 1.500. E, nesse momento de mudanças climáticas, mais do que nunca acentuadas pelos efeitos descontrolados desse El Niño, são os únicos capazes de manter nossas florestas em pé.

E alçar o Brasil à vanguarda e liderança internacionais da tão vital preservação do Meio Ambiente.

Comentários

  1. Pedro Gontijo
    POR OUTRO LADO, ESTA GENTE QUE É CONTRA O MARCO TEMPORAL, COMETE CRIMES, INVADE, ESBULHAM TERRAS PUBLICAS DA UNIÃO! OCUPANTES ILEGAIS DE TERRAS PUBLICAS DEVEM SER RETIRADOS E AS TERRAS PUBLICAS DEVEM RESTITUIDAS À UNIÃO- FATO QUE NEM DEPENDE DE MARCO TEMPORAL.. PODE SE AFIRMAR QUE TERRAS PUBLICAS DA UNIÃO SÃO INSUSCETIVEIS DE USUCAPIÃO , DE APROPRIAÇÃO PRIVADA!! QUEM OCUPA TERRAS PUBLICAS E TERRAS DE INDIGENAS PARA EXPANDIR O AGRO-NEGOCIO COMETE CRIMES.

    ResponderExcluir
  2. O Brasil precisa aprender a cobrar da comunidade internacional, dinheiro suficiente para financiar atividades econômicas que não impactem o meio ambiente, como nossa indústria, que já foi respeitada no mundo e hoje é nada.

    ResponderExcluir
  3. Henrique Antoun
    Já passou da hora do impeachment dos ministros do Bozo! E de uma meia trava no latifundiário ruralista. Tipo ajuste do câmbio para chorarem lágrimas de sangue.

    ResponderExcluir
  4. Rosemary Lopes de Carvalho
    Vou ali vomitar e já volto.

    ResponderExcluir
  5. Airton Genaro
    Pois é, os "ruralistas" não tem qualquer noção de civismo e a única preocupação é com seus lucros obtidos com suas safras que são subsidiadas e garantidas com seguros pelo governo pois beneficiam as exportações... uma conta financeira que só fecha para eles pois o povo brasileiro além de pagar o salário da "bancada" paga os impostos que encarecem os preços dos alimentos necessários para sustentar as famílias ... como dizem coisa de "FDP"...

    ResponderExcluir
  6. Airton Genaro
    Ronildo Xavier dos Santos o fato é que todas as notas de vendas de varejo informa as alíquotas de impostos que incidem sobre os itens e o consumidor final paga isso nos preços... como dizem "quem tem dinheiro paga quem não tem não compra..."

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Starlink dança e Musk surta

Tudo muito inverossímil

Pela Internacional Democrática