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Mostrando postagens de outubro, 2023

Chantagem: quem perde é o Brasil

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  Não bastou arriar as calças mais uma vez, se desincompatibilizar com eleitores e setores da sociedade por afastar mais uma mulher do governo para ceder a Caixa Econômica ao Centrão. A resposta foi imediata. A Câmara retribuiu com a aprovação do projeto de lei sobre a tributação dos fundos exclusivos usados por super ricos e Offshores . Nem se deu ao trabalho de disfarçar para desvincular uma coisa da outra. Só que eles são insaciáveis. Conforme o Portal Metrópoles, hoje líderes do PP e do Republicanos preparam outro ataque a Lula em reunião com a a base aliada no Planalto. Em pauta, as demandas dos partidos para o final de 2023. Tanto a Câmara quanto o Senado – que agora agride a atual gestão em várias frentes – votam ainda este ano projetos de interesse do governo, como a reforma tributária, os vetos presidenciais e a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Líderes anteciparam, porém, estar insatisfeitos por “promessas não cumpridas”, a exemplo da entrega da Funasa, das vice-presid

Meio Grande Rio é do crime

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  Metade do Grande Rio está dominado pelo crime organizado. A estatística é de Cecília Oliveira, da ONG Fogo Cruzado, feita à jornalista Míriam Leitão, do  Globo . Mais precisamente, 49,9% desse território é controlado pelas milícias e pelo tráfico. Segundo Cecília, a situação começou a degringolar em 2021 com a morte de Ecko, um dos mais ativos chefes das milícias da Zona Oeste do Rio – que até seu assassinato conseguia sair ileso das mais violentas situações. Foi aí que começou a guerra entre grupos milicianos da região. Este racha entre as facções foi devidamente explorado pelos traficantes, que aproveitaram para avançar seus domínios em meio às disputas. No melhor estilo da (falta de) segurança do México ou da Colômbia. Segundo Cecília, houve um aumento de 54% nos tiroteios em relação a 2022. Já as mortes subiram 123%. Conforme a Fogo Cruzado, as áreas dominadas pela milícia nos últimos 16 anos cresceram 378%. Com o poderoso empurrãozinho da gestão do inelegível. E o governador Clá

A ascensão dos podres

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Não sei o que choca mais, se Ricardo MotoSerra Sallles insistir em sua candidatura à prefeitura de São Paulo, ou o fato de o inelegível palpitar a favor do seu parceiro na destruição da floresta. Inicialmente, por sinal, ele fora contra. O que o teria feito mudar de ideia? A certeza de impunidade de Salles era tanta que ele não se poupou a posar para fotos diante das árvores destruídas.  Me sinto uma ignorante em política por não conseguir compreender como que alguém cercado de podres e processos por todos os lados, à beira de uma decisão que o leve à prisão, tem a pretensão de achar que ainda tem poder de influência. Até o presidente do PL do capitão e de Salles simpatiza com a reeleição do emedebista Ricardo Nunes, para mim, também longe de ser o ideal. Pois o rei da armação não só conseguiu escapar da cadeia por seus mal feitos no governo anterior, como foi o quinto deputado mais votado em 2022.  Cria estratégias para viabilizar sua candidatura a prefeito e já está em segundo lugar

Cheiro de enxofre verde oliva no ar

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  Era início de setembro, quando foi desligada a rede elétrica de um certo Arsenal de Guerra. O apagão intencional permitiu que o cabo do comandante da unidade usasse o carro oficial do chefe para furtar 21 metralhadoras – 13 delas de calibre .50, capazes de derrubar aviões. O cabo não era autorizado a circular por ali, porém, ninguém iria desconfiar daquele veículo. Daí em diante, era só fazer contato com o crime organizado e distribuir os lucros astronômicos entre a quadrilha verde oliva. Um mês depois, um oficial viu sinais de arrombamento no local. Só então foi dado o alerta. Entretanto, já era tarde... Parece roteiro de filme. Como se sabe, contudo, é a mais pura realidade. E se passou em Barueri (SP). As armas furtadas seriam vendidas ao CV e PCC , segundo o secretário de Segurança de SP, Guilherme Derrite. Delas, até agora, foram recuperadas 17 (oito no Rio e 9 em SP). Quatro continuam em poder do crime, enquanto as investigações também tomam rumos cinematográficos, pr

As milícias & o bolsonarismo

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  O governador Claudio Castro não vai resolver o problema. Ele é parte do problema. Porque o estado é parte do problema. As polícias militar e civil, os bombeiros, políticos da Alerj – todos estão podres. Uma das metástases do câncer miliciano apodrecido por dentro é a família Bolsonaro, que chegou à presidência através do poder político impulsionado pelas milícias, força política  nascida no Rio de Janeiro. E não haverá governador que não seja refém ou cúmplice. Como nasceu esse monstro? A Zona Oeste é uma região grande, muito desigual, com bairros ricos e pobres. O que tem a ver com a famiglia ?   Começa pela ocupação urbana desordenada em regiões que viraram aglomerados, sem títulos de terra ou abertura de ruas. No início, as milícias  da região evitaram as drogas. Tocaram a grilagem, venda de gás irregular, o  gatonet , os gatos de luz – tantos que a Ligh perde 54% da sua energia pelo controle miliciano. Funcionários da empresa sequer podem entrar nas áreas onde a energia é

A segurança é enxugação de gelo

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  Trabalhava na Revista Isto É quando entrevistei, pelo telefone, o secretário de Segurança do então governador Anthony Garotinho, Luiz Eduardo Soares (foto). Fiquei maravilhada com suas ideias. Como se sabe, ele durou pouco no cargo, porém. Sucumbiu a seu entorno. Em meio à crise aguda vivida pelo Estado, com 35 ônibus, trens queimados e a arma de um policial encontrada com o miliciano assassinado que motivou a rebelião dos bandidos, o drama só tem piorado. Isso para quem viveu duas gestões Sérgio Cabral com suas milagrosas UPPs, incapazes de mascarar a criminalidade que envolvia o próprio governador. Para Soares, “o governo do Rio está perdido. O nível de degradação das forças policiais é muito grande”, e cita como exemplo a prisão de Allan Turnowski, ex-secretário de Polícia Civil, acusado de envolvimento com o jogo do bicho. “Passou batido, ninguém fala mais nisso. Agora deputados ligados a milicianos indicaram o novo secretário. Não há nenhum esboço de reforma e saneamento

Na espera do seu dia chegar

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  Após uma trégua, provocada sobretudo pelo conflito Israel X Hamas e também pelas eleições argentinas, os ilícitos do inelegível voltam a aflorar. E a feder. Ontem começou o julgamento no TSE sobre o uso político do 7 de setembro e do Bicentenário da Independência – data aniquilada pelo então governo -, às vésperas das eleições. Três ações, movidas pelo PDT e pela  senadora Soraya Thronicke,  o apontam por usar as duas datas como palanque eleitoral. Ele é acusado de misturar os eventos para turbinar sua campanha com dinheiro público, em Brasília e no Rio. Para quem não se lembra, o capitão deu entrevista à TV Brasil citando a redução do preço da gasolina, a criação do Auxílio Brasil e do Pix – que ele insistia em dizer que era obra sua, quando foi uma realização de funcionários do Banco Central. Em discurso na Esplanada dos Ministérios, de um carro de som, se disse “imbrochável” e convidou o povo a apoiá-lo na “luta contra o mal” (personificado pelo próprio...foto) Enquanto

Vencem a esquerda e a democracia

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  Para um país que vive o desespero da inflação anual de 138,3% - o índice de setembro, 13,9 pontos acima de agosto -, seria natural que o povo desesperado votasse no populista que promete a mágica da dolarização da Economia. E seria difícil, também, que priorizassem o segundo candidato nas pesquisas de opinião até domingo, que vem a ser o ministro de Economia. Embora ele tivesse herdado a crise de sucessivas gestões, não conseguiu debelá-la. Seria, portanto, difícil acreditar nele. Animado com a popularidade do aliado, Eduardo Bolsonaro, o 03, como se sabe, viajou de malas e bagagens para a Argentina para tentar fortalecer a candidatura da direita. Sobretudo após a derrota sofrida pelo papai aqui. Só que, para minha mais completa alegria, os hermanos terão segundo turno, em 19 de novembro. E o candidato peronista saiu na frente, ao contrário das previsões. O economista Alexandre Schwartsman , do Banco Central brasileiro, disse ao Estadão que acha muito difícil a dolarização

A arapongagem da Abin

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  Entre 2019 e 2021 a araponganem – típica das ditaduras – comeu solta via Abin, sobretudo entre adversários do governo através da ferramenta “ FirstMile ”, adquirida sem licitação por R$ 5,7 milhões durante o governo Temer. O argumento era combater o crime organizado, o que nunca chegou a ocorrer. Segundo a PF, a Abin usou o sistema mais de 30 mil vezes, quando ele só poderia ser acionado pela Polícia Judiciária e pelo MP, como estabelece a Constituição. Desse total, os investigadores detalharam 1.800 usos relacionados a políticos e jornalistas, conforme a colunista Bela Megale. O nome dessas pessoas investigadas está sob sigilo determinado pelo ministro Alexandre de Moraes. O sistema permitia rastrear a localização de alguém a partir dos dados transferidos do celular para as torres de transmissão.  O uso irregular da ferramenta, divulgado em março pelo Globo , gerou questionamentos na Abin e levou à abertura de um procedimento interno para apurar o caso. Na última sexta-fei

Destino inevitável

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  Na balança das diferenças e semelhanças entre Javier Milei - o candidato com mais intenções de votos nas eleições de hoje na Argentina – pode-se dizer que ocorre lá algo não muito diferente do bolsonarismo. A conclusão é do filósofo e colunista Pablo Ortellado. Além de acompanhar de perto as tendências do pleito, coordenou uma pesquisa de opinião entre os apoiadores de Milei presentes ao seu comício de encerramento, na quarta-feira 18. Ao contrário do inelegível, que prioriza a pauta de costumes, o argentino sempre bateu na tecla da Economia. E vende a dolarização como alternativa à crise de pobreza que devasta o país. “É equivocado pensar que o voto em Milei é de protesto, ao contrário, é de esperança”, defende Ortellado.   O candidato se classifica como um “paleolibertário”, que mescla o liberalismo econômico ao extremo conservadorismo moral, tendência que tem crescido durante a campanha. Ele ataca a educação sexual nas escolas, reduz a estimativa de militantes de esquerda

A inveja pode matar

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  Chega a ser patético. O capitão, que passou seu governo detonando o sistema eleitoral e os ministros do STF, além de apelar para as mais mirabolantes estratégias – como o bolsa família turbinado – para permanecer no poder, entrou com dois processos contra Lula no TSE. Assim como ele próprio se tornou inelegível, achou que poderia conseguir o mesmo em relação ao atual presidente. Ou seja, buscou no outro suas próprias mazelas. Essa semana, porém, o TSE rejeitou as duas ações, por suposto uso indevido dos meios de comunicação – algo de que o próprio se excedeu, como no 7 de setembro de 2021 e na reunião com embaixadores que o tornou inelegível -, e abuso de poder econômico.  O que o inelegível também cansou de fazer com programas sociais às vésperas das eleições. Só que, para os ministros, não houve provas suficientes de conduta irregular por Lula.   Na primeira ação, o ex-presidente acusou Lula de ter pago anúncios no Google em benefício da campanha do PT. Sua defesa alegou q

Piorar o que já é ruim

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  Se a perspectiva de cassação de Sérgio Moro (UB) pelo TSE é alvissareira, o mesmo não se pode dizer das mulheres que já estão de olho em sua vaga. São elas Michelle Bolsonaro (PL), Rosangela Moro (UB) e Gleisi Hoffmann (PT). O maior torcedor da candidatura da ex-primeira dama é seu marido. Não que ele esteja muito interessado na carreira política da mulher. O capitão tem confidenciado a seus aliados, conforme   colunista Bela Megale, que o mandato de senadora para Michelle poderia trazer valiosa blindagem às investigações de que ele é alvo. Como se sabe, o inelegível já não goza de foro privilegiado.   E os apoiadores do ex-juiz veem com bons olhos sua sucessão pela própria mulher, deputada federal e advogada. Seria uma fórmula mágica para manter aceso o capital político de Moro. Se toparem concorrer ao cargo, ambas terão de transferir seu domicílio eleitoral para o Paraná. Hoje, Michelle está registrada no DF, enquanto Rosângela havia se mudado para São Paulo, também por mot

Faxina na democracia

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  A CPMI dos Atos Golpistas não apenas virou o feitiço contra os feiticeiros, e ainda apontou o capitão como “ o verdadeiro autor, seja intelectual, seja moral, dos ataques contra as instituições”   no 8 de janeiro. O relatório da senadora Eliziane Gama (foto), de 1.333 páginas, sugere o indiciamento do ex-presidente por prática intencional nos crimes de associação criminosa, violência política, abolição violenta da democracia e golpe de Estado. As quatro somadas gerariam penas de 29 anos. À la Trump, o inelegível reagiu classificando o documento como “tendencioso e político”. Embora a CPI da Covid também tivesse incriminado o ex-mandatário, nada aconteceu a ele. Isso por que o PGR, Augusto Aras, atuava como se fosse seu advogado particular. Com a aprovação do relatório pela maioria governista, a indicação de que o ex-presidente cometeu crimes vai passar pelo crivo do MP, agora não mais nas mãos do anjo da guarda do mi(n)to, e sim de uma interina.  Só o MP pode propor ação p

Para onde foram as metralhadoras?

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  Furto, roubo, extravio ou conivência?  Causa estranheza no desaparecimento das 21 metralhadoras de um quartel do Exército em Barueri (SP), na semana passada, o Exército não ter feito boletim de ocorrência sobre o furto. Por isso, a polícia de SP sequer investiga o sumiço – considerado pelo Instituto Sou da Paz o maior desvio de armas registrado pelo Exército desde 2009, quando desapareceram sete fuzis do batalhão de Caçapava (SP), recuperados e os culpados presos - , apesar do empenho em recuperar as armas. Guilherme Derrite, secretário de Segurança de SP, mencionou "consequências catastróficas" se as armas forem parar nas mãos do crime organizado. São 13 metralhadoras calibre .50 (foto) e oito calibre 7,62.   As primeiras disparam 600 tiros por minuto e atingem um alvo a 3km. A arma também pode derrubar aviões. Foi criada para defesa aérea, terrestre e naval do Brasil. Nos últimos anos, o país tem assistido ações do chamado 'novo cangaço', no qual os bandi

Aliada de Anderson Torres se encalacra

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  “Havia uma certa pressão” após o primeiro turno das eleições para que a delegada da PF, Marília Ferreira (foto, com Torres), ex-braço direito do ex-ministro Anderson Torres, provasse a relação do PT com facções criminosas, segundo anotação da própria, encontrada pela PF em seu celular. O texto descreve ainda os movimentos do Ministério da Justiça diante da preocupação de Torres com o Nordeste, sobretudo com a Bahia, que deu a Lula o segundo maior percentual de votos válidos do país, ao todo, 72%.  Como se sabe, Marília e Torres são investigados pelas centenas de blitze realizadas no segundo turno - apesar da proibição do STF - para atrapalhar eleitores petistas. A PF suspeita ainda que a operação foi planejada a partir do levantamento feito por Marília nos locais onde Lula teve mais de 75% dos votos no primeiro turno. A delegada foi diretora de inteligência do Ministério da Justiça no último governo e seguiu com Torres na Secretaria de Segurança do DF após a vitória de Lula. Er