Meio Grande Rio é do crime

 

Metade do Grande Rio está dominado pelo crime organizado. A estatística é de Cecília Oliveira, da ONG Fogo Cruzado, feita à jornalista Míriam Leitão, do Globo. Mais precisamente, 49,9% desse território é controlado pelas milícias e pelo tráfico.

Segundo Cecília, a situação começou a degringolar em 2021 com a morte de Ecko, um dos mais ativos chefes das milícias da Zona Oeste do Rio – que até seu assassinato conseguia sair ileso das mais violentas situações.

Foi aí que começou a guerra entre grupos milicianos da região. Este racha entre as facções foi devidamente explorado pelos traficantes, que aproveitaram para avançar seus domínios em meio às disputas.

No melhor estilo da (falta de) segurança do México ou da Colômbia. Segundo Cecília, houve um aumento de 54% nos tiroteios em relação a 2022. Já as mortes subiram 123%.

Conforme a Fogo Cruzado, as áreas dominadas pela milícia nos últimos 16 anos cresceram 378%. Com o poderoso empurrãozinho da gestão do inelegível.

E o governador Cláudio Castro teve a cara de pau de bradar aos sete ventos que o crime não ousasse desafiá-lo. Todos viram o que aconteceu em seguida.

A paradisíaca Recreio dos Bandeirantes, área que mantinha algo de selvagem em sua natureza no passado recente, por exemplo, virou vítima da selvageria da milícia e do tráfico. A letalidade violenta (homicídio doloso, lesão seguida de morte, latrocínio e morte pela polícia) cresceu 218% de 2022 para 2023, conforme a 42ª DP.

A praia, com seu jeitão bucólico, os mesmos prédios baixos do Jardim Oceânico da Barra da Tijuca, era um convite a uma vida sossegada para as famílias nos anos 1990 (foto).

Hoje a situação se degradou completamente. O terror da segunda-feira 23, quando passageiros eram retirados dos coletivos parados e depois incendiados por criminosos, evidencia que quem manda agora no pedaço é a milícia.

 Os incomodados que se mudem...

Um detalhe singular do estado foi o ex-governador Wilson Witzel – aquele do atira na cabecinha, farsa defenestrada do governo por corrupção – acabou com a secretaria de Segurança. Economia porca que só fez aumentar a atuação descarada da bandidagem.

E até hoje nada foi colocado em seu lugar pelo vice de Witzel, Cláudio Castro, que assumiu o governo. E, mesmo assim, foi reeleito pelos cariocas e fluminenses para um segundo mandato. Quem mandou?

A quem o inelegível, rei dos milicianos, atribui a culpa da grave crise de segurança vivida pelo Rio? Ao MST. Que tal?