É vital escapar das armadilhas

 

De apavorar. Conforme a colunista Vera Magalhães, viralizou um post de apoiadores do novo presidente argentino com a assustadora ameaça: "Javier Milei 2023/Donald Trump 2024/Jair Bolsonaro 2026".

Milei levou. Apesar de todo o carisma do adversário, seria mesmo quase impossível que a vitória coubesse ao ministro da Economia de uma gestão com 140% de inflação ao ano.

Porém, se o vencedor fizer a metade das loucuras que promete não chega nem à metade do mandato.

Assistimos de camarote ao cenário da possível vitória de Trump nos EUA, apesar de todas as suas trapaças, inatingíveis pela Justiça em terras de Tio Sam, ampliadas pela quase impossibilidade de reeleição de um presidente tão velhinho, previamente condenado pela idade avançada.

Além disso, os democratas não conseguiram encontrar um nome à altura para competir com o demo em pessoa. E tudo indica que ele voltará ao trono. Sinistro.

Aqui, ao menos o TSE conseguiu condenar o capitão por duas vezes à inelegibilidade. Contudo, acabamos de assistir ao movimento casado entre a extrema direita e o narcotráfico, com a falsa campanha criada contra o ministro Flávio Dino. E também às movimentações no próprio TSE que parece tender a fortalecer as forças opostas. 

Eles são articulados, dominam as redes sociais e têm poder econômico. O mi(n)to continua multiplicando suas mentiras livremente, sem que ninguém consiga contê-lo.

Posa de vítima, enquanto o STF  e a PF tentam provar todos os ilícitos por ele cometidos, da tentativa de golpe à venda das joias das Arábias, passando pela falsificação das vacinas, pelo conluio com a morte de 700 mil na pandemia, pelo desmatamento desvairado – que agora deixa o país em cinzas – e pela matança de indígenas.

Aqui também assistimos a tudo de camarote. Seus detratores protestam pelo ex-mandatário até hoje não ter sido preso, quando sabemos que ele caprichou tanto nas malvadezas – a ponto de seus aliados se indignarem com o ex-faz tudo Mauro Cid por não ter apagado suas mensagens e provas, como eles mesmos trataram de fazer - que é difícil pegá-lo.

Esses tempos de polarização que vivemos têm funcionado como uma gangorra, onde uns sobem ao céu enquanto outros descem ao inferno rapidamente.

Aqui, nossa única chance de escapar desse pesadelo é a economia continuar a dar certo – embora saibamos que eles farão de tudo para que isso não aconteça. O inelegível não teve nenhum pudor em escancarar sua tentativa de detonar a reforma tributária, com jantares aos aliados e salamaleques.

Vai ser necessária uma obstinação nunca vista e muito sangue frio, para não se deixar cair nas armadilhas que serão montadas um dia após o outro.

Todo cuidado ainda será muito pouco.