Mais um fracasso bolsonarista

 

Seria cômico se não fosse trágico: a palavra de ordem do ato bolsonarista do último domingo era “em defesa do estado de direito”. Que direito? De depredar a Praça dos Três Poderes em protesto contra a posse do presidente Lula, democraticamente eleito pelos brasileiros?

Organizado pelo pastor Malafaia que, além da baixa adesão, não conseguiu atrair sequer o inelegível e seus zeros à esquerda, bem como a ex-primeira dama, que corre atrás da vaga de Sérgio Moro no Senado. 

Sendo que ele ainda nem saiu de lá...

A participação de 13.321 saudosistas que embarcaram na enganação de Malafaia – provavelmente ele ainda não conseguiu as benesses desejadas para apoiar o novo governo – foi de menos da metade dos 32.691 que estivaram no Sete de Setembro de 2022, transformado em campanha eleitoral.

O evento repetiu o baixo quórum das últimas tentativas da turba, como a do 15 de novembro e a manifestação antiaborto de outubro, em Belo Horizonte, esta com a participação do ex-presidente (que tem se queixado da baixa adesão, como se não tivesse nada a ver com isso...)

O risco de fracasso era tão grande que o capitão tinha anunciado sua presença. Voltou atrás, porém, antes que fosse taxado pelos inimigos de decadente. 

Só que a ausência não o livrou da pecha.

O volume de participantes foi atestada pelo “Monitor do debate do debate político", da USP, coordenado pelo filósofo Pablo Ortellado.

Como num disco arranhado, o gado, com suas indefectíveis camisas verde e amarelas – eles ainda acham que são donos das cores de nossa bandeira – gritavam “Fora Xandão” e “Lula ladrão, seu lugar é na prisão”, sem se darem conta de quem está mais perto deste espaço confinado atrás das grades.

Estavam lá para defender o nome das causas perdidas o espertinho Nikolas Ferreira, a ré Carla Zambelli e o senador Magno Malta, entre outros expoentes do bolsonarismo, que se esforçavam para preencher o vazio deixado pelo clã.

Malafaia, que nunca disse um “ai” pelos 700 mil brasileiros mortos pela pandemia do coronavírus, graças à incompetência – ou até pelas más intenções - do mi(n)to, organizou o ato em protesto contra a morte de Cleriston da Cunha, réu dos atos golpistas de 8 de janeiro, morto na Papuda no último dia 20.

Sim, a morte precisa ser investigada. Contudo, o que ele foi fazer lá? Na verdade, eles devem até ter apreciado este óbito, para transformá-lo em bode expiatório de uma causa que eles ainda não perceberam, perdida.