Queiroz chantageia o clã

 

Após longa temporada de hibernação, eis que Fabrício Queiroz – o operador das ‘rachadinhas’ do então deputado Flávio Bolsonaro – volta a mostrar as garras. Mais exatamente em mensagens de voz por whatsApp a Alexandre Santini, ex-sócio de Flávio na loja da Kopenhagen, onde empareda o clã.

Revelados pelo Portal Metrópoles, os recados de Queiroz cobram dinheiro da famiglia para se manter em silêncio sobre os podres que conhece.   

“Eu tô precisando de uma grana emprestada aí e depois eu vejo com o amigo (Flávio) lá pra te pagar aí, cara”, pede. “Eu sei que eles (os Bolsonaro) estão numa sinuca de bico do c... Acho que eles queriam tudo na vida, menos esses problemas que estão enfrentando com esse bandido aí voltando ao poder”, diz, referindo-se à eleição de Lula.

Queiroz admite que já recebeu apoio financeiro deles, reclama por considerar não ser tratado como outros aliados do clã e admite conhecer seus rolos muito bem.

 “A mulher do Victor tá lá pendurada no gabinete ganhando 20 mil, o Victor tá com um contrato milionário com a Luciana… Eu não sou otário, pô, eu sei de tudo, entendeu?”, diz, após chorar mágoas da situação de sua própria família.

Ele admite ter tomado conhecimento de críticas dos filhos do capitão e ameaça: “Eu quero falar isso com o amigo (Flávio) frente a frente. Se for verdade eu vou pro pau mesmo. Foda-se, eu sou homem pra c...".

Para quem já esqueceu, o Coaf flagrou a movimentação de R$ 1,2 milhão entre 2016 e 2017 na conta do então assessor parlamentar. No auge do escândalo das ‘rachadinhas’, Queiroz desapareceu e surgiu o meme “Cadê o Queiroz?”

E reapareceu, como por milagre, na casa de Frederick Wassef, advogado do mi(n)to, em Atibaia (SP).

O caso foi abafado, após o Judiciário enterrar todas as investigações realizadas pelo MP-RJ. Virou mais um escândalo político que escapou de punição, graças à poderosa pressão exercida pelo papai e então presidente.

Pelo visto, o fantasma volta a assombrar a familicia. Outros, como Adriano Nóbrega – o líder do Escritório do Crime premiado com a Medalha Tiradentes por Flávio, que empregou sua mãe e mulher em seu gabinete -, já se foram.

Fabrício de Queiroz, porém, ainda é um arquivo vivo.  

(Charge Aroeira)