Uma PEC fora de hora
Me tornei uma eterna fã do STF por seu papel de garantir a continuidade
de nossa democracia. Não tenho dúvidas de que devemos a ele a eleição de Lula –
não especificamente de quem foi, mas daquele capaz de derrubar o capitão.
De minha parte, achei que determinadas decisões monocráticas foram essenciais
para suprir o vazio deixado por Augusto Aras. Houve grita dos oponentes porque
o Supremo estaria ultrapassando suas atribuições constitucionais.
Não fosse isso, porém, venceria a reeleição, com todos os golpes baixos do inelegível, que não pretendo repetir aqui.
Ok. Voltamos a respirar ares mais puros, democráticos, e os votos
monocráticos perdem a necessidade, até porque não estão previstos na
Constituição. Por outro lado, o que justificaria a votação da PEC pelo Senado
neste momento?
O que teria movido o até então cordato Rodrigo Pacheco a assumir a inconveniente beligerância entre os Três Poderes agora? Precedida de outras
tentativas de derrubar decisões anteriores da Corte na pauta dos costumes?
Senão campanha eleitoral à sucessão ao governo de Minas e tentativa de
agradar aos bolsonaristas, para favorecer seu candidato à sucessão no Senado, Davi
Alcolumbre (UB-AP)?
Francamente. Pacheco não parece se dar conta de que pavimenta uma saída do
cargo de presidente do Senado com as mãos sujas, algo incompatível com o papel
que vinha desempenhando até então.
Também foi de se estranhar o papel do líder do governo no Senado, o
experiente Jaques Wagner, que surpreendeu a todos com seu voto a favor da PEC,
associado à não exigência de fidelidade de posição à bancada. Ou ele resolveu puxar o saco
de Pacheco pela aprovação das próximas pautas do governo, ou seguiu orientação
de Rui Costa e Lula.
Nunca saberemos.
Já se decisões por voto individual seriam questionáveis, o mesmo não se pode dizer dos arrogantes e eternos pedidos de vista por tempo indeterminado. Isso ninguém merece.
Talvez sem se dar conta, Pacheco levantou a bola para Arthur Lira
cortar. E este, ao que parece, vai deixar a votação da PEC na Câmara para 2024, a tempo de amornar o ambiente.
E, se este andou com a barra suja, terá a oportunidade de limpá-la. De mão beijada.
Segundo a colunista Bela Megale, a crise criada por Pacheco foi um “abraço
dos afogados” com o bolsonarismo, essa laia de gente que continua a atrapalhar tudo o que pode dar certo.
Inspirada no pior presidente que esse país já teve.
Mindinho Veríssimo
ResponderExcluirDo ponto de vista político, uma lambança de todos, só ganhou o inominável, o que faz o que sempre fez, balbúrdia. Um espalhador de maldades.
Perfeito
ExcluirCarlos Minc
ResponderExcluir💪🏽💃🪗🥂🚴♀️📽️🌏🎷🪘🪂🎸
Tião Santos
ResponderExcluirestão testando 🙏🏾🌺🇧🇷
Pois é...
ExcluirGilmar Apreciado Dá Silva Silva
ResponderExcluirA COISA FEIA E MAL DO STF..ÉS QUE UM JUIZ MANDA PRENDER UMA PESSOA E LOGO EM SEGUIDA UM OUTRO JUIZ MANDA SOUTAR ESSA PESSOA...E TAMBÉM OS JUÍZES VOTAM PRÁ PUNIR OU NÃO...E VEM UM JUIZ SOZINHO MUDA TUDO...ATÉ PARECE QUE TÊM DISPUTA ENTRE ELES DE QUEM MANDA MAIS E QUEM PODE MAIS É QUEM TEM MAIS PODER NO STF...ISSO SIM TEM QUE ACABAR...PRÁ QUE A DECISÃO DE UM JUIZ É IRREVOGÁVEL DESDE QUE ALGUÉM PROVE O CONTRÁRIO...
José Rios
ResponderExcluirPerfeito
Obrigada
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ResponderExcluirAcácio de Oliveira
Perfeito! Pacheco literalmente "vendeu a alma ao Diabo " ao assumir essa PEC! Para mim, ficou totalmente "queimado "!!!
ResponderExcluirJulio Auler
Celina Côrtes, triste ler que decisões publicas possam ser benéficas sem passarem por processos democráticos de deliberações.
Penso que bloquear o caminho da insanidade dos votos monocráticis do STF é saudável.para a prática democrática a qualquer tempo. E discordo de sua opinião sobre Jacques Wagner, um dos mais sérios quadros do PT. Tem mais: o STF não pode assumir as funções da primeira instância e eliminar a chance dos recursos que são garantidos no.mundo democrático a qualquer acusado de qualquer crime.
ResponderExcluirJoão Holanda
ResponderExcluirPilantras
Luiz Carlos Carvalho
ResponderExcluirPolitica é antes de tudo exercício de encenação. O afago nos bolsonaristas pode render o crédito de alguns apoios, inclusive na aprovação das pautas do governo, tão urgentes quanto necessárias.
Rodrigo Pacheco se esforça para demonstrar um protagonismo, inspirado no PSD de JK, mas aqui em MG sabemos bem o poder do lobby que o elegeu.
Quanto a Lira um politico sem nenhum rastro de moral ou dignidade que o classifique, mas está lá exatamente pelo papel de guardião da roubalheira e da corrupção legislativa.
E a PEC tem efeito meramente simbólico, como oportunidade para essa corja desancar o judiciário e demonstrar algum tipo de força, mas bem sabemos o tipo de interesses escusos de move a grande maioria do parlamento.
Boa!
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