O privilégio branco
Hoje ela parece uma vovó simpática e bem intencionada. Só que o artigo escrito em 1989 pela professora universitária americana Peggy McIntosh simplesmente revolucionou o conceito que se tinha até então sobre o
racismo.
“Percebi que fui ensinada sobre o racismo como algo que
coloca os outros em desvantagem, mas também fui ensinada a não ver um de seus
aspectos, o privilégio branco, que me coloca em vantagem." E assim mudou o paradigma.
Extraio aqui 12 dos 46 argumentos usados por ela na época, capazes
de sacudir os mais preconceituosos (embora o racismo ainda se mantenha firme e forte):
- Posso ligar
a TV ou ver no jornal pessoas da minha raça amplamente representadas;
- Posso ter certeza que meus
filhos receberão materiais curriculares com a raça deles;
- Posso usar cheques, cartões
de crédito ou dinheiro em espécie e contar que minha cor de pele não vai
prejudicar minha aparência financeira;
- Consigo proteger meus filhos
a maior parte do tempo de pessoas que podem não gostar deles;
- Posso falar palavrões ou me
vestir com roupas de segunda mão, ou não responder cartas, sem que as pessoas
atribuam essas escolhas à baixa moral, pobreza ou analfabetismo da minha raça;
- Posso ignorar a língua e os
costumes das pessoas de cor que constituem a maioria do mundo sem sentir culpa
nenhuma por tal ignorância;
- Posso criticar nosso governo
e falar sobre o quanto temo suas políticas e comportamentos sem ser vista como
excluída culturalmente;
- Posso me sentir segura de
que, quando eu pedir para falar com o responsável,
vou encontrar uma pessoa da minha raça;
- Se um guarda de trânsito me
pede para parar ou se um fiscal da receita auditar meus impostos, posso saber
que isso não ocorreu pela minha raça;
- Posso aceitar um emprego
sem que meus colegas de trabalho suspeitem que eu o tenha conseguido por causa da raça;
- Posso ter certeza que se eu
precisar de ajuda médica ou legal, minha raça não irá contra mim.
Peggy virou o racismo do avesso. Não é pouca coisa, ainda mais quando Steven Levitsky e Daniel Ziblat - autores do novo "Como salvar a democracia" apontem o racismo como a principal arma de Trump para voltar à presidência.
E agora em que o censo de 2022 no Brasil contabilizou que os pardos passaram a população branca: são 45,3% da população. Os brancos somam 43,5% dos brasileiros. Ou seja, somos mais mestiços do que arianos.
Alcebiades Abel Filho
ResponderExcluirQuem é negro como eu, compreende perfeitamente a realidade desta narrativa. Sente na pele essa praga histórica chamada racismo.
ResponderExcluirFelipe Azevedo
Somos um país profundamente racista ainda e isto é doloroso enquanto sombra e espectro de nossa personalidade brasileira, infelizmente e tristemente. 😥
Quando nos veremos livres dessa praga?
ExcluirNelson Franco Jobim
ResponderExcluirÓtimo, mas abra parágrafos.
Há parágrafos no texto original, em sairdainercia.blogspot.com. O que sai no Linkedin é apenas o resumo, por isso sem parágrafos
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ResponderExcluirJosé Rios
Perfeito
Obrigada
ExcluirCarlos Minc
ResponderExcluir💃📽️🌏🌲🪘💪🏽🌻🎷🚴♀️🍾💚🦉💥
ResponderExcluirCristina Reis
Perfeita!❤️