Sigilos de Claudio Castro são quebrados

 

Sempre ouvi dizer que quem manda no Estado é um delegado que possui um dossiê sobre Claudio Castro. Ontem essa informação pareceu mais verdadeira do que nunca.

Na Operação Sétimo Mandamento (não roubarás), deflagrada pela PF, o ministro Raul Araújo, do STJ, determinou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático do governador.

Na casa de Vinícius Sarciá Rocha, cuja mãe casou-se com o pai de Claudio Castro - é, portanto, seu irmão de criação (foto) -, foram apreendidos R$ 128 mil e US$ 7,5 mil em espécie. Além de anotações e planilhas com percentagens.

 “Foram identificados pagamentos de vantagens ilícitas variáveis entre 5% e 25% dos valores dos contratos de assistência social, num total de mais de R$ 70 milhões”, reproduziu a colunista Malu Gaspar a informação da PF.

A PF investiga os crimes de organização criminosa, peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, que teriam sido praticados na execução dos projetos Novo Olhar, Rio Cidadão, Agente Social e Qualimóvel entre os anos 2017 e 2020.

A ação de ontem foi um desdobramento da investigação da Operação Catarata, do MPRJ, que apurava em 2020 um esquema de corrupção na Fundação Leão XIII.

O delator, empresário Marcus Vinícius Azevedo da Silva, disse ao MPRJ ter ajudado a financiar a campanha de Castro a vereador, em 2016. Depois virou seu assessor na Câmara.

No depoimento, Silva afirmou que Castro recebeu propina em contratos da Prefeitura do Rio quando vereador, em 2017, pela então Subsecretaria da Pessoa com Deficiência.

Com a eleição de Wilson Witzel, em janeiro de 2019, Castro, como seu vice-governador, passou a comandar a Fundação Leão XIII. Segundo Silva, Silva levou a família e amigos a uma viagem a Orlando, rateada entre ele próprio e por Flávio Chadud, dono da empresa Servlog.

“Parte dos recursos que pagaram a viagem saiu da contabilidade do (programa da Leão XIII) Novo Olhar direto para Orlando. Quando ele chegou lá, o dólar já estava lá. Não precisou sacar aqui”, descreveu Silva.

A nota de resposta do governador começou com “A operação deflagrada nesta quarta-feira não traz nenhum novo elemento à investigação que transcorre desde 2019”. Ah, bom, então tá!