A indignação se mantém em alta

 

Quando Lula venceu as eleições, julguei que perderia a motivação que me levou a lançar “Diário da Indignação – cronologia das trevas desse (des)governo” (Rebento), em 2022. E a continuar escrevendo esse blog todo santo dia.

Mal sabia eu.

Além da urgência de contribuir para o desmonte das armadilhas da extrema-direita, que pode estar em seu ocaso aqui após o 8 de janeiro (embora tudo seja possível), mesmo inelegível, o capitão continua provocando baldes de indignação.

É inacreditável que aquele insignificante graveto que justificou o apelido de mito, a partir do palmito, expulso do Exército por insubordinação, continue a bagunçar o coreto. E sobretudo a escapar das condenações por seus nefastos atos antes, durante de depois de sua gestão.

Se há duas coisas que embrulharam meu estômago foram a postura debochada do ex-mandatário com a Covid-19, que contribuiu para chegarmos ao segundo país com mais mortes pela doença. Além da baderna do 8 de janeiro, nitidamente incitada a muitos quilômetros de distância, da Flórida.

Pois bem, até agora o saldo é desanimador. Doze das 14 ações contra ele no STF foram arquivadas. A primeira delas de 2016, por ter dito à deputada Maria do Rosário que “ela não merecia ser estuprada por ser muito feia”.

Além de quatro pedidos de investigação sobre o 7 de setembro de 2021 – quando, em seu auge, ele reuniu 125 mil apoiadores em Brasília. Peito inflado, disse que não cumpriria ordens de Alexandre de Moraes, para delírio da galera.

A Justiça considerou “meras bravatas”.

Saíram também do radar do Judiciário a investigação por racismo por ter dito que um apoiador pesava “sete arrobas”, bem como queixas-crime de Dilma Roussef chamada por ele de “cafetina” e a que incitava crianças ao armamento.

Porém, além de Paulo Gonet, o novo PGR, admitir rever o conteúdo da CPI da Covid, arquivado pelo puxa-saco Augusto Aras, há cinco ações ainda em andamento no STF.

A principal, a meu ver, é a incitação ao 8 de janeiro. Seguem ainda sob investigação os inquéritos das milícias digitais – a alma da subversão promovida pelo governo -, as suspeitas de venda das joias das Arábias e a fraude nos cartões de vacina.

Corre ainda no TSE do Acre a declaração, de 2018, sobre “fuzilar a petralhada”.

Ou seja, as delações do ex-faz tudo Mauro Cid, que tornaram sua vida um inferno, contudo, não trouxeram as desejadas consequências ao ex-aliado.  

A esperança ainda é a última que morre.