Dia Nacional da Mobilização

 

No domingo 24 de março, todos os que creem na democracia, reagem ao ato do inelegível do último domingo e lembram dos 60 anos da nefasta ditadura têm um compromisso: as ruas.

Assistimos impávidos à demonstração de força do capitão, estarrecidos com gente abraçada à bandeira de Israel – o mais novo país cristão -, multidões que continuam sequestrando nossa bandeira verde e amarela e a se manifestar pelo golpismo.

Como atestou a pesquisa local realizada pela USP.    

Em reunião no início de fevereiro, as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, com a UNE, MST, e PT, concluíram a necessidade de se marcar posição, concretizada no Dia Nacional da Mobilização, que pretende se espalhar pelo país.

Ainda sem locais ou horário marcados, não se sabe se o evento se concentrará num local único para turbinar a participação, como ocorreu na Avenida Paulista. 

A data foi marcada no Seminário Conjunto das Frentes. O dia surge como desdobramento da Operação Tempus Veritatis, que apura a tentativa de golpe de Estado pelo ex-presidente, ex-ministros e aliados. Que, por sinal, reagem com propostas de anistia, o que significa admissão de culpa.

“Convocaremos no 24/03 o Dia Nacional de Mobilização, previsto antes mesmo do ato bolsonarista ser convocado como um dia de luta em defesa da democracia. Fazem 60 anos do golpe de 64 e achamos fundamental vincular a pauta da verdade, memória e justiça com a punição dos golpistas”, defende Daiane Araújo, vice-presidente da UNE. 

Para as organizações presentes na reunião há necessidade de ocupar as ruas para pressionar pela devida punição aos golpistas. Apesar de as ações do STF e da PF serem fundamentais para a defesa da democracia, a esquerda entende que não pode se limitar a observar a ação das instituições.

A data dará sequência ao Dia Internacional de Luta das Mulheres (08 de março) e às ações por Justiça por Marielle. O 24 de março será definido como data nacional, também com o objetivo de destacar os 60 anos do golpe militar.

De triste memória.

Também será divulgado um manifesto em defesa da democracia, de caráter amplo, atraindo signatários para além da esquerda, como a “Carta aos brasileiros e às brasileiras, em defesa do Estado Democrático de Direito”, lida na Faculdade de Direito da USP, em 2022.

Espera-se a adesão maciça do ‘outro lado’, que costuma ser menos mobilizado que a extrema direita. Não é hora de salto. Prometo manter o blog antenado para estimular a mobilização!

Foto: Felipe Campos Melo