Mea culpa da culpa

 

Me programei ir ontem à Paulista. Afinal, estava por perto, para acompanhar o tratamento médico do meu marido no HCor. Porém, quando comecei a ver aquele bando de idioters de verde e amarelo, abraçados à nossa bandeira, desisti.

Seria demais para meu estômago ver aquele bando de gente rica, com todas as condições de se educar, desafiar a inteligência alheia naquela manifestação que pretendia aprovar a sequência de ilícitos cometidos pelo inelegível.

Pior: em nome da democracia que ele execra.

O destaque foi o capitão pedir que se passasse um pano sobre todas as barbáries golpistas, como se tudo aquilo fosse uma sequência de mal entendidos que não mereciam punição.

E ainda admitiu que sabia da minuta do golpe...

Na hora em que vem à tona a reunião de 5 de julho de 2022, quando ele convoca todos os presentes a lutar contra a eleição de Lula – ou seja, assume o protagonismo na trama – resolve fazer um ato para se redimir. E passar a borracha.

Tipo, foi mal...       

Chamou aqueles arruaceiros do 8 de janeiro que cumpriam suas ordens ocultas de "pobres coitados". Como se esses bolsonaristas processados e condenados pelo STF por participar dos atos golpistas fossem inocentes.

Não são, sabiam muito bem o que faziam.

A partir da solidariedade a seus seguidores, o capitão defendia, na prática, um projeto de lei que o inocentasse. 

Doce ilusão.

Como se sabe, hoje ele é investigado por uma tentativa de golpe de Estado que culminou no 8 de janeiro. E é provável que venha a ser condenado e preso como idealizador e principal beneficiário dessa tentativa.

"Uma anistia para aqueles pobres coitados que estão presos em Brasília. Não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos. A conciliação!", pediu a vítima no trio elétrico.

"Já anistiamos no passado quem fez barbaridade no Brasil", afirmou, referindo-se à Lei da Anistia, que beneficiou militares e civis ligados à ditadura e opositores. Militares que continuaram a pular a cerca por falta de punição.

Dessa vez, sua fala não pode se comparar à de 7 de setembro de 2021, quando chamou Alexandre de Moraes de “canalha”. Pediu aos deputados bolsonaristas, como Nikolas Ferreira, Marco Feliciano e Gustavo Gayer, para poupar os golpistas. O que subentende o próprio...

Ok, havia ontem uma multidão de idioters na Paulista. O que não significa nada para o futuro que aguarda o capitão.