Pazuello também conspirou

 

Os estragos provocados pelo general Eduardo Pazuello, segundo deputado federal mais votado no Rio pelo PL, não se limitaram ao morticínio de sua gestão à frente do ministério da Saúde. Ele também participou das tramoias que pretendiam eternizar o inelegível no poder.

Enquanto o capitão fazia cena com uma ferida na perna logo após o pleito de 2022, seus aliados revezavam-se no Planalto para conspirar. Pazuello era um deles. Investigações da PF acessaram conversas por aplicativo e registros de entrada no Palácio para reverter o resultado das urnas.

Segundo O Globo, Pazuello - aquele do "um manda, o outro obedece" - esteve no Palácio Alvorada em 7 de novembro de 2022, das 7h30 às 18h20. Conforme o ex-faz tudo Mauro Cid, o general “integraria o grupo de radicais que queriam reverter o resultado das eleições”.

A PF cita o áudio gravado em 8 de novembro de 2022, onde Cid informa (aparentemente referindo-se ao então comandante do Exército, general Freire Gomes) que o ex-presidente recebia visitas para pressioná-lo a tomar medidas mais fortes para reverter a eleição de Lula.

Note-se que, apesar de Freire Gomes – a quem Braga Netto chamou de “cagão” - não ter embarcado na proposta de golpe do mi(n)to, ele sabia perfeitamente o que se passava. Tanto que impediu a remoção do acampamento em frente ao QG de Brasília. Foi, no mínimo, omisso.

A PF divulgou ainda que o ex-presidente, com seu jeitão de quem não sabia de nada, enviou R$ 800 mil ao exterior para bancar sua estadia nos EUA, enquanto esperava pelo golpe. A informação foi obtida através de quebra de sigilo bancário.

E foi cinicamente atribuída pelo ex-mandatário a uma possível quebra da poupança no Brasil.

 “Evidencia-se que o então presidente Jair Bolsonaro, ao final do mandato, transferiu para os EUA todos os seus bens e recursos financeiros, ilícitos e lícitos, com a finalidade de assegurar sua permanência no exterior, possivelmente, aguardando o desfecho da tentativa de golpe de Estado que estava em andamento”, diz a PF.

Como se sabe, a defesa do inelegível pede a devolução de seu passaporte, assim como a permissão de contato entre o ex-presidente e Valdemar da Costa Neto, sob alegação de "prejuízo ao processo eleitoral" (nesse caso, não pode...).

O mais estarrecedor é que tudo isso é considerado virtude pelos (ainda) aliados do inelegível. Afinal, todos tinham o mesmo objetivo: derrubar a credibilidade das urnas eletrônicas, do Judiciário e a eleição de Lula.