Cid rateia e volta à cadeia



 No áudio vazado à Veja, que terminou por reconduzir o ex-faz tudo, Mauro Cid, ontem à prisão, ao menos em um trecho ele disse a verdade:

"Quem mais se ferrou fui eu. Ninguém perdeu carreira, ninguém perdeu vida financeira, como eu perdi. Todo mundo já era quatro estrelas, estava no topo. O presidente teve pix de milhões, ficou milionário". Como se sabe, Cid acabou preso pelos crimes do ex-presidente que ajudou a cometer pela sua função.

Tão corajoso, contudo, que desmaiou ao receber a setença...

E claro que, desculpem a expressão, o inelegível cagou e andou para o ex-auxiliar quando ele enfrentava seus piores momentos. Como é de seu feitio. E, mesmo assim, ainda acumula essa penca de seguidores.

Após seis meses preso, desde maio de 2023, Cid resolveu fazer a delação premiada que entregou os podres do ex-chefe e com isso ganhou a liberdade. Passou a entender como funciona o mecanismo legal e, aparentemente, resolveu voltar atrás, quando disse que era coagido pela PF e pelo ministro Alexandre de Moraes a dizer o que eles queriam. O que o levou de volta à cadeia.

"Eles queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu. (...) Discutiam que minha versão não era verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo", desabafou ao amigo na tal gravação à que a Veja teve acesso.

O problema é que sua delação bate com o que falaram o ex-comandante do Exército, Freire Gomes, e o brigadeiro Baptista Junior.

Tal qual alguém com dupla personalidade, o Cid da conversa com o amigo da conversa é outro bem diferente daquele que depôs à PF. Antes de falar, ele parecia manter a mesma cegueira que obedecia a tudo o que o chefe mandava. Porém, quando começou a sentir na pele os efeitos de seus atos, resolveu dar com a língua nos dentes.

Agora volta atrás.

Deve mesmo ser muito difícil para quem tinha o horizonte de uma brilhante carreira militar ser  tragado pelos delírios de poder de um capitão, capaz de qualquer coisa para se manter no poder 'dentro das quatro linhas'.

Como foi impossível dar um golpe e, ao mesmo tempo, obedecer a Constituição, o mi(n)to perdeu. Não só a perspectiva de se manter no poder como, pelo visto, sua liberdade, que está por um fio.

Enquanto isso, o hesitante Cid se condena a voltar para trás das grades, apesar de ter confirmado o teor da delação premiada ontem em depoimento ao STF, sobre o qual ainda não há uma decisão tomada.



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