Esperança a conta gotas
Dificilmente um dramaturgo seria capaz de imaginar desfecho tão cruel para um crime,
com revelações a conta gotas após seis anos da violenta ocorrência. Se é
difícil para qualquer um, imagine para os familiares das vítimas?
As investigações sobre o brutal assassinato de Marielle e Anderson deram
um salto após a PF assumir as investigações, em fevereiro de 2023. O primeiro
gol foi a delação premiada de Élcio de Queiroz, em 24 de julho de 2023, que
entregou o autor dos disparos, o ex-PM Ronnie Lessa.
A
delação do ‘colega’ motivou Lessa – preso em março de 2019 - a abrir o
bico, na delação fechada em 21 de janeiro de 2024, que esperava homologação do
STJ, leia-se, ministro Raul Araújo, que votou contra a inelegibilidade do
capitão.
Como se
sabe, a história só andou porque um dos dois mandantes teria foro privilegiado
e por isso chegou ao STF, que sorteou como relator o onipresente Alexandre de
Moraes.
Com
isso, após três depoimentos, já se sabe quem contratou Lessa para
executar o crime, por qual motivo e quanto custou. Só falta tornar pública a informação, o que ainda requer mais diligências investigativas.
O ex-PM
também teria detalhado as reuniões realizadas com o (s) mandante (s), antes e
depois do crime. Ele está em cela isolada na penitenciária federal de Campo
Grande (MS), onde tomou conhecimento da colaboração de Queiroz.
Foi
quando sua ficha caiu de que já não fazia sentido arcar sozinho com o
homicídio.
Segundo ele,
os responsáveis fazem parte de um poderoso grupo político do Rio. Já teria vazado
o nome de Chiquinho Brazão (o de seu irmão, Domingos Brazão, hoje no Tribunal
de Contas do Estado do Rio, já vazado anteriormente).
Antes de
divulgadas, as informações são checadas pela força tarefa de
policiais e pelo MP-RJ, para evitar as inconsistências do que poderia ser uma nova Lava Jato.
Requinte de crueldade foi o anúncio do
ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que anunciou na última terça-feira a homologação da denúncia e a
breve elucidação do caso.
Para
quem espera por isso há seis anos, pareceu apenas uma piada de mau gosto ou,
quem sabe, a necessidade de desviar a atenção da desastrosa fuga de dois
criminosos da penitenciária de segurança máxima de Mossoró, ainda não recapturados.
Se não
era para anunciar os nomes e sobrenomes dos mandantes, era melhor ter ficado
calado.
EXATAMENTE
ResponderExcluirCarlos Minc
ResponderExcluir🤔🦉💪🏽💃💥📽️🪂🚴♀️🥂🪗🌻🦋🎷
Iacilton Mattos
ResponderExcluirAnunciar perspectivas, tanto positivas quanto negativas, sempre bem-vindas.
Silenciar, omitir, a quem interessa?
Alice Bittencourt
ResponderExcluirESTA CHEIRANDO A MARMELADA.
Acho que não, acho que dessa vez saberemos, só não precisava ser desse jeito...
ExcluirMaria Helena Scafutto
ResponderExcluirTudo vira polêmica! Indignação é essa gente usar tudo para virar político ganhando altos salários! Ficamos fora dessa grande festa! Acordem!
ResponderExcluirMarcio F. Botelho
Eu entendo a sua ansiedade que aliás reflete a ansiedade da parcela da sociedade que anseia por um mundo mais justo. No entanto, acredito que o mínistro precisa atender ainda às exigências dos trâmites judiciais e de sigilo. Tenhamos um pouco mais de paciência. É necessário no momento preservar a segurança do delator e de sua família. Tem gente politicamente poderosa por trás disso.
Concordo plenamente com isso, só que ele criou uma falsa expectativa nessa hora, e creio que não foi a toa
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ResponderExcluirCarlos Nascimento
Antes de mais nada, há de se dizer que lamentavelmente o atual governo tem reproduzido, com cada vez maior intensidade, a mesma pirotecnia adotada por todos os demais governos, isso é muito triste, passivo de revisão urgente, haja vistas os casos dos indígenas yanomamis e mais recentemente, o caso da Ilha de Marajó, Só se movem pela denúncia da imprensa, fazendo altas pirotecnias sem resultados concretos de transformação social a qual tanto precisamos urgentemente. No caso Marielle, não foi diferente, criou-se novamente uma enorme expectativa e uma entrega mínima dos fatos e ainda que possamos entender o zelo com os trâmites, para que incursões não sejam inviabilizadas pela própria lei, desqualificando os atos juridicamente perfeitos, vejo sim, como mais uma pirotecnia, a entrevista do ministro!
ResponderExcluirJean Schleuderer
Sinceramente, o que se pode esperar de um ex-Ministro togado do STF, apático, alheio à violência da vida, sempre protegido e escudado cuidando da segurança pública?
Lamento, mas esta foi mais uma escolha equivocada do nosso atual PR.
Creio que não ficará no cargo por muito tempo. Como outros que já foram para o balaio do Centrão.
Realmente não dava para esperar nada diferente
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ResponderExcluirRicardo Pérez Banega
Lewandowski me da um pouco de asco. Não consigo tirar da minha cabeça a imagem dele sentado com cara de paisagem do lado de Dilma no Congresso convalidando como a crucificavam até em nome da ditadura. Lewandowski pode contar com meu desprezo agora e sempre, homem sem honra.
Yvanir Holanda
ResponderExcluirTbem acho !!