A volta da Comissão da Verdade
Quando participei da volta do Jornal do Brasil impresso, em 2018, fui à Casa da Morte, em Petrópolis, e me escandalizei ao ver ao vivo aquele macabro centro de tortura. Até entendo que Lula precise contemporizar com os militares, porém, foi muito bem vindo o parecer favorável da gestão Lewandowski à reinstalação da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.
Famílias foram destroçadas pela perda de jovens idealistas que deram a
vida por uma causa, e terminaram aniquilados nos porões que de vez em quando
voltam a nos assombrar.
Entre as atribuições do grupo estão emitir pareceres sobre indenizações
a familiares e mobilizar esforços para localizar os restos mortais das vítimas
do regime militar.
Conforme a Comissão Nacional da Verdade, dos 243 desaparecidos
políticos, só 35 foram identificados. O Centro de Antropologia e Arqueologia
Forense da Unifesp tem 1.049 caixas com ossadas encontradas,
descobertas em 1990.
Claro que as Forças Armadas não querem remoer este passado sinistro, quando foram implacáveis no combate aqueles que lutavam por uma causa, contrária àquela que eles se dedicavam. E a reação aos contrários foi torturar e matar. É um arbítrio que precisa ser identificado para ser enterrado.
Porque era tudo o que os poderosos esperam delas para combater os ‘acidentes
de percurso’.
O Ministério da Justiça, sob Flávio Dino, já havia dado sinal verde à reinstalação, em outubro de 2023. A Casa Civil, porém, quis ouvir a gestão Lewandowski, agora posicionada.
A comissão foi criada em 1995, no governo FHC, e extinta pelo inelegível a 15 dias do fim de sua gestão. Como se sabe, o capitão é um assumido defensor da tortura.
O Ministério dos Direitos Humanos, que comanda a iniciativa, pretendia
anunciar a retomada do grupo em 25 de outubro de 2023, data que marca o assassinato do
jornalista Vladimir Herzog, então diretor de jornalismo da TV Cultura, nas
instalações do DOI-Codi em São Paulo, em 1975.
O relatório final da comissão foi anunciado em 2014, durante o governo Dilma Roussef, ela, vítima de tortura. As Forças Armadas não gostaram
nada do documento que denunciou 191 mortos e 243 desaparecidos políticos e
responsabilizou 377 pessoa pela prática de tortura e assassinatos.
O presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Joseli Parente Camelo, veio com panos quentes: “Não podemos olhar o país
pelo retrovisor, ficar olhando pra trás. Temos de olhar pra frente, e não no
que ocorreu há 50 anos.”
Fácil falar assim, porque os torturados e assassinados não foram seus
filhos ou seus parentes.
O capitão não era a favor da tortura, ainda é e entoa loas ao facínora Ulstra. Esse bando de ignorantes que se enrolam nas bandeiras do Brasil é Israel, seriam torturados e mortos, durante os governos do golpe de 64,mas são ignorantes.
ResponderExcluirO tempo do verbo foi devidamente corrigido, obrigada
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ResponderExcluirJean Schleuderer
Sim, cabe à sociedade Civil e suas entidades recuperar, guardar, exibir e registrar tudo o que houve durante a ditadura militar.
É parte da nossa História.
Não se trata de revanchismo ou vingança.
E a anistia foi dada a tudo e a todos.
O Governo, nem este nem nenhum, deve participar deste trabalho.
Mas o Estado pode ser seu guardião.
Concordo plenamente
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ResponderExcluirCristina Reis
Celina Côrtes Não só os jovens estudantes idealistas, principalmente os seus líderes que foram mortos e desaparecidos na Ditadura Civil-Militar que teve o seu maior impacto de 1968 até o redemocratização. Antes disso, que não é falado, logo após do empossado Presidente João Goulart e quando foi destituído pelo Golpe Civil-Militar, muitos funcionários públicos de diversos Ministérios foram perseguidos, presos, torturados e mortos o que até hoje ninguém saiba por qual motivo.
A exemplo do pai do meu ex-namorado um economista e ex-pracinha que trabalhava no Ministério da Justiça e de onde foi torturado e jogado do 4° andar, e se não fosse a sua investigação solitária e criteriosa por vários anos nunca saberemos o real motivo do seu assassinato. Não foram os militares e nenhum órgão de repressão, mas pessoas civis e comuns que trabalhavam no próprio Ministério. Assim, como aconteceu com ele, outros mais foram vítimas de uma engrenagem não divulgada pela mídia, e que alguns anos depois se tornaram Ministros de dois governos ditatoriais. Há muita história a se contar.
Que história medonha. Sim, o que não faltam são motivos para investigações
ExcluirCristina Reis
ExcluirCelina Côrtes O nome do Dilermando está nos anais da Ditadura Nunca Mais como uma das vítimas logo após da deposição do Presidente Jango em 1964. O que difere de 1964 para 1968 em diante, é que em 64 a Ditadura Civil-Militar mirou em funcionários públicos, militares de alta e baixa patente e políticos, enquanto depois do advento do AI 5, abrangeu outros setores da sociedade, como jornalistas, advogados, professores, artistas, líderes estudantis, instituições estudantis como a UNE, Partidos políticos e em Movimentos Revolucionários de grupo armados ou não como MR8, VAR-Palmares, Colina e etc.
Há alguns anos, o meu ex-namorado queria que eu escrevesse um livro sobre a história do seu pai. Só que ele foi morar na Bahia e perdemos contato.
Eu sabia que o bico tinha pegado mesmo depois de 68, mas desconhecia a diferença de alvos dos dois períodos. O segundo foi mais um golpe, da linha dura. Pena, seria uma história interessante de ser contada
ResponderExcluirbicho
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ResponderExcluirCarl Westhoff
Muito bem!
ResponderExcluirCarlos Alberto Baião
Urge dar seguimento, alcançar e punir no bolso os culpados que ainda estiverem vivos, e cuidar para que os crimes não se repitam mais. Simples assim.