Acuado pelas provas

 

No meu entender, a condenação mais justa, ou gritante, ao inelegível, seria por suas tentativas de golpe. No entanto, como lembra Ricardo Noblat, ele poderia se declarar preso político e vítima de uma injustiça.

Só que seu 'algoz', o ministro Alexandre de Moraes, cerca-se de outras provas cabais, que não deixarão a ele chances de espernear. Agora mesmo a PF está nos EUA para investigar a venda das joias das Arábias, sobre as quais o ex-faz tudo, Mauro Cid, também voltou a depor.

Isso sem falar na falsificação dos cartões de vacinação para si e seus familiares. Todos recheados de provas, que crescem. Poderiam ser considerados crimes de um ladrão de galinhas, contudo, teriam um peso oportuno no cômputo geral. 

E, com sua liberdade de ir e vir mantida no Brasil, ele tem a exata medida da decadência do apoio que sofre: o ato no Rio atraiu menos de 20% do que o de São Paulo. Ainda teremos de aturar mais um, em Santa Catarina, o reduto mor dos reacionários. Cujo resultado também pode dar ruim.

Como se sabe, seus advogados continuam tentando, por sua vez, recuperar o passaporte apreendido em 8 de fevereiro pela PF, por ordem do, sempre ele, Moraes, o presidente do inquérito sobre os ataques à democracia. Pelo visto, os defensores não têm a menor chance, porém.

O ex-presidente já deu uma pista de para onde gostaria de ir: a Hungria do aliado Victor Órban. Claro, contudo, que o ministro do STF não vai deixá-lo escapar assim, antes de pagar por seus crimes. Mesmo que não perceba, o capitão está sob permanente monitoração.

Parece que a ficha de que não é mais presidente ainda não caiu. E está longe de conseguir mexer as peças do tabuleiro do poder ao seu bel prazer. Quer dizer, por mais teimoso que seja, ele sabe que será muito difícil escapar das grades.

E a fórmula de se mostrar querido e necessário a seus seguidores se implode por seus próprios métodos, com o decréscimo de participantes a cada ato. Mesmo que ele tenha mais sucesso em Santa Catarina, só uma república de bananas levaria isso em conta para definir os destinos de alguém.

Que volta e meia o Brasil parece ser, admito...

Metódico, Moraes acumula provas a cada dia. Os mais apressados em ver o mi(n)to na cadeia não se conformam, acham que ele já deveria estar lá há muito tempo. Entretanto, é um método certeiro para não dar margem a revertérios.