Se correr o bicho pega, se ficar, ele come

 

Aos poucos, o ministro Alexandre de Moraes abandona o papel de vilão dos bolsonaristas. Como se viu, ele não considerou crime o fato do capitão ter passado dois dias na embaixada da Hungria. (Estaria ele se guardando para a hora final?) E agora é a PGR – ativa, ao contrário da anterior – que defende a rejeição pelo STF contra a decisão do TSE pela inelegibilidade do ex-presidente.

O recurso movido pelo mi(n) to é uma das últimas chances de a decisão ser revertida.

Quer dizer, o inelegível continua achando absolutamente normal o fato de ter convocado embaixadores à sede do governo para disseminar fake news e atacar nosso sistema eleitoral. À distância, a ficha dele poderia ter caído...

E agora tem a cara de pau de questionar a decisão do TSE, de junho de 2023, quando a maioria dos integrantes do tribunal viu na tal reunião um abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Foi o vice-procurador-geral eleitoral, Alexandre Espinosa Barbosa, quem considerou que o STF não pode reanalisar o julgamento.

Não por acaso seu chefe, Paulo Gonet, era integrante do TSE e concordou com a decisão da Corte eleitoral.

Como o relator do caso no STF é o ministro Cristiano Zanin, a defesa do ex-mandatário pediu que ele fosse declarado suspeito ou impedido. Isso por Zanin ter apresentado uma ação sobre os mesmos fatos quando era advogado de Lula.

Só que em outubro de 2023 o capitão voltou a ser condenado pelo TSE por abuso de poder político e econômico – dessa vez pelas comemorações do Bicentenário da Independência, em 7 de Setembro de 2022 (foto).

E não adianta fugir. Se uma das duas for derrubada, a outra vai valer, com prazo estendido até 2030.

Para completar, nesse momento a PF está nos EUA, investigando a aquisição e venda das joias das Arábias. Se ficar o bicho come, se correr, ele pega. 

Quem mandou fazer tanta m...?

Enquanto isso, o pau mandado, Alexandre Ramagem, cresce nas pesquisas de opinião sobre as eleições municipais. É a confirmação de que os cariocas – alçados a berço da familicia – não sabem votar e que o poder de fogo dos evangélicos, recém citado aqui, mostra a sua força.