Absolvição na terra plana
Patético. Enquanto o governador Cláudio Castro
passeava por Nova York, vendendo sua imagem de bom gestor, o TRE ia na contramão
de todas as investigações que motivaram o voto fulminante do relator Peterson
Barroso por sua cassação. A Corte livrou Castro, seu vice e o presidente da Alerj por 4X3.
Barroso cravou ter “certeza plena e
inequívoca” de que o governador armou um esquema criminoso para matar dois
coelhos de uma só cajadada: desviar dinheiro público e voltar os recursos a sua
reeleição, em 2022.
Enquanto seus ilustres pares concluíram que não há
provas do efeito nas urnas da folha de pagamento secreta na reeleição. Ou, 27
mil cargos na Ceperj e 18 mil na Uerj. Foram 4,9 milhão de votos em 1º turno, mais de 60% dos eleitores.
No seu voto, o juiz Carnevale, por exemplo, aplicou a tática do
jeitinho brasileiro: “A improbidade é flagrante, mas não é flagrante a
vinculação ao resultado eleitoral”. Ah, bom, então foi tudo uma questão de mal entendido...
Ele cunhou uma nova teoria da relatividade...
Para o relator a situação era clara, ao considerar
que houve danos ao erário pelo uso de mais de R$ 400 milhões – diz-se até que a
arquitetura do plano maligno coube ao presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar – e
desigualdade aos candidatos concorrentes no pleito.
Como lembrou o jornalista Bernardo Mello Franco, o
saudoso Jorge Bastos Moreno atribuiu a absolvição de Michel Temer, em 2017, ao
excesso de provas. Algo parecido com o que aconteceu agora. O caso de Temer foi até
citado por dois juízes como precedente para a absolvição de Castro.
O que mais assusta nisso tudo é o descompromisso com a realidade daqueles que deveriam deter a última palavra. Eles parecem se decidir meio na base da terra plana...ou movidos por outro tipo de estímulo?
A absolvição de Sérgio Moro foi semelhante, já que ambos eram julgados por abuso de poder econômico nas eleições. Assim como outra penca de políticos já assanhados em voltar.
Outro exemplo
seria a recente anulação, pelo ministro Dias Toffoli, de todos os
atos da Lava Jato sobre Marcelo Odebrecht. Independente de quem está certo ou
errado, o empresário passou dois anos e meio preso (a pena inicial era de 19
anos e 4 meses) e, após o rompimento com o pai, a mulher e as três filhas tiraram o
sobrenome Odebrecht.
E este é um exemplo individual. A absolvição do trio é mais grave, por envolver a população de um estado. O MP-RJ vai recorrer. Para o adversário de Castro no pleito, o deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ) - autor da ação pela cassação, outro que promete recorrer -, a batalha não terminou. Ainda.
Porque o governador
também responde denúncias de corrupção no STJ...Até onde ele conseguirá escapar?
Jean Schleuderer
ResponderExcluir"O que mais assusta é o descompromisso com a realidade daqueles que deveriam deter a última palavra".
Assusta, desespera, revolta.
Não há o que dizer e nem mais o que lamentar.
Trágico
ExcluirCarlos Minc
ResponderExcluir😔🤔🥸💪🏽💪🏽💃💃🎸🎸🚴♀️🚴♀️🌈🌈
ResponderExcluirPaulo Jose Jaber
Assim como no caso Temer, nesta absolvição da Alerj e Cia, o judiciário prestou um ótimo serviço a favor da impunidade. Muito mal!!