Biden quer liberar a maconha

 

Aqui no Brasil começamos a lotar os presídios com pretos e pobres por conta da guerra às drogas, declarada pelo presidente norte-americano Richard Nixon, após uma coletiva de imprensa em 18 de junho de 1971. 

Compramos a tese do presidente impichado.

E agora estamos sujeitos a novo retrocesso, com a PEC de Rodrigo Pacheco, que fortalece esta guerra quando o STF está em vias de descriminalizar o uso da maconha. O Senado vai, portanto, na contra mão do mundo civilizado.

Principalmente dos mesmos EUA que declararam a tal guerra, e agora ensaiam uma guinada de 180 graus.  O presidente Joe Biden propôs reclassificar a cannabis como uma “droga de baixo risco”. Principalmente se for comparada aos males do álcool e do tabaco, ambos 100% legais.

"Ninguém deveria estar na prisão simplesmente por usar ou possuir maconha. Ponto", afirmou Biden em uma declaração em vídeo. "Muitas vidas foram alteradas devido a uma abordagem equivocada em relação à maconha e estou comprometido em corrigir esses erros", completou.

Nos EUA, a maconha foi classificada em 1970 como droga pertencente à Lista I, segundo a Lei de Substâncias Controladas, junto à heroína, o ecstasy e o LSD. Isso significa que ela não teria uso médico – quando já são fartamente conhecidos os benefícios do canabidiol em vários tratamentos - e teria um alto potencial de abuso.

O que também não é verdade. Ninguém morre de overdose de maconha. A nova proposta a rebaixa para a Lista III, com a ketamina e os analgésicos que contêm codeína, ambos com probabilidade de dependência de moderada a baixa.

A reclassificação foi apresentada pela administração Biden no fim de abril e o processo acaba de ser oficialmente iniciado pelo Departamento de Justiça.

A maconha prossegue como substância controlada até a conclusão do processo, o que inclui consulta pública e uma audiência perante um juiz.

Passados mais de 50 anos da sentença de Nixon, Biden é o primeiro presidente dos EUA a iniciar uma revisão federal da política sobre a maconha. Segundo pesquisa do Pew Research Center, 88% dos americanos acham que a maconha deveria ser legal para uso médico ou recreativo.

Hoje a cannabis é um negócio multimilionário nos EUA, com mais da metade de seus estados com o uso recreativo e medicinal legalizado.

Acorda, Pacheco!