Marielle: crime expõe dinâmica do estado do Rio

 


Apesar de os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, supostos mandantes do assassinato de Marielle Franco, já estarem presos, finalmente a causa do bárbaro crime é esclarecida pelo autor dos disparos, Ronnie Lessa (foto).

A motivação dos irmãos dá uma pista da dinâmica do estado do Rio, que corrói suas entranhas, como mostrou o trecho da delação do ex-policial no Fantástico, em que ele diz que o contrato não era para matar, mas para um "negócio".

"Não é uma empreitada, pra você chegar ali, matar uma pessoa, ganhar um dinheirinho... Não! (...) Era muito dinheiro envolvido”, revelou o criminoso de aluguel.

Lessa e seu comparsa, o Macalé, passariam a controlar um loteamento ilegal em dois terrenos gigantescos em Jacarepaguá, cada um com 500 lotes. Um minibairro cercado de traficantes, conhecido como "Medelín da Milícia".

Ambos explorariam o gatonet, vans clandestinas, venda de gás e gato para roubar luz, que renderiam R$ 100 milhões.

Para assumir o que seria “o negócio de sua vida”, Lessa teria de tirar Marielle do caminho, porque ela insuflava lideranças contra os loteamentos. O negócio dos Brazão criaria uma nova milícia, também para gerar votos em eleições.

O deputado Marcelo Freixo chegou a ser cogitado pela dupla, porém, exterminá-lo seria bem mais complicado. A PF prendeu ainda Robson Calixto da Fonseca, o Peixe, ex-assessor de Domingos Brazão, e o PM Ronald Alves de Paula, apontado como ex-chefe da milícia de Muzema.

Ambos teriam participado do atentado.

E, embora a PF considere encerradas as investigações após a entrega do relatório complementar, na última quinta-feira, ainda falta ouvir os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão.

Para a PGR, o local de execução de Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, longe da Câmara dos Vereadores para afastar conotações políticas ao crime, foi escolhido pelo delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil.

O envolvimento de Barbosa – que mandou bilhetinho ao ministro Alexandre de Moraes pedindo para ser ouvido e Moraes deu cinco dias para que isso ocorra – foi um dos maiores choques para os familiares da vítima, porque durante todo esse tempo o ex-delegado posava de aliado deles.

 

 

 


Comentários

  1. Carlos Minc
    😔😔🤔🥸💪🏽💪🏽💃💃🌻🌻🌈🌈

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  2. Miguel Francisco Hatzlhoffer
    Eu estranhei a matéria no Fantástico. As investigações tem que correr em segredo de justiça até o fim de um julgamento, para não influenciar a opinião pública e o júri.
    Quando apareceu no Fantástico (na Globo), já imaginei quem estaria por trás, porque a Globo é um balcão de negócios (pagou eles divulgam, desde que não fortaleça candidatos ou partidos de esquerda, porque eles são de direita), qual o intuito, porque a reportagem dizia que a polícia federal não conseguiu provas de que o autor dos disparos falava a verdade (e não acho que tenha mentido).
    Vamos aguardar para descobrir quem pagou a matéria.

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  3. Jean Schleuderer
    Um Estado e uma Cidade há décadas abandonados nas mãos do crime infiltrado e dominante na Alerj, na Câmara, nas polícias, nos tribunais de contas.
    E como se saída houvesse!
    Não seriam Freixo e Gabeira no Governo e na Prefeitura que dariam cabo de tamanho descalabro, dessa completa e arrasadora inversão de valores e responsabilidades.
    Nos tornamos a própria face dos já vários Witzel, Castro, Pesão, Cabral, Garotinho e Garotinha e do pároco Crivella.
    Há coisas que não dão certo.
    O Rio é uma delas.

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  4. Infelizmente, cidade tão deslumbrante, com tanto potencial

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  5. Airton Genaro
    Pois é, esse pode esperar...a justiça de Deus não falha...

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  6. Felipe Azevedo
    Estarrecedora a frieza destes bandidos!

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  7. Reinaldo Müller
    Jean Schleuderer, excelente percepção, nobre amigo.
    O Rio de Janeiro continua mal. Muito mal. E vai piorar.

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  8. Reinaldo Müller
    Excelente Celina Côrtes! Sagaz e perspicaz como sempre.

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  9. Mario Correa
    Amigo e vizinho do papo no Vivendas da Barra. Recebeu medha na ALERJ qdo o chefe das rachadinhas era deputado

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