Quem tem razão?
Volto a repetir que não sou lulista, embora torça ardentemente pelo
sucesso desse governo. Também não entendo de economia e tenho acompanhado,
assustada, esse avanço do dólar. Meu marido, que trabalha com importação de
equipamentos, mais ainda...
A mídia tem bancado, comparando os comentários de Lula com a valorização
da moeda americana em tempo real, a responsabilidade política do presidente
neste processo. Essa semana três declarações impulsionaram o dólar a R$
5,58.
Na minha assumida ignorância, concordo quando Lula diz que a inflação de
4% não justifica a manutenção da Selic a 10.50%. Também não consigo entender
como um presidente do Banco Central "isento" vota fantasiado de
bolsonarista.
Roberto Campos Neto, por sua vez, diz que as declarações do presidente dificultam o trabalho do Banco Central no controle da inflação. Ainda na minha santa ignorância me pergunto: será verdade ou estímulo calculado para turbinar o dólar?
Verdade que esta alta também é influenciada por fatores externos, como a
manutenção de juros altos pelos próprios EUA, o que os tornam mais atrativos aos investidores internacionais, que se afastam dos demais países.
Entretanto me impressionaram os comentários do consultor Markus
Ledermann, que reproduzo aqui:
“Um país com reservas compradas bem abaixo do câmbio USD/BRL não pode
ser considerado pobre. Se sua empresa estivesse quebrando no Brasil e você
tivesse reservas no exterior, deixaria a empresa quebrar ou usaria a poupança
acumulada no período de vacas gordas para sobreviver ao período das vacas
magras?”
“Um trader sabe que quando o real desvaloriza e os
juros reais estão absurdamente altos para defender o pais ele: 1) recompraria
divida externa estressada, dando um sinal 2) pararia de comprar USD 3) baixaria
os juros reais para um patamar decente.”
Ele prossegue: “Para evitar a alta de preços em reais, um trader controlaria o câmbio, vendendo reservas valorizadas com lucro e recomprando
quando a própria moeda estiver fortalecendo demais, prejudicando a exportação.”
Ledermann lembra a explicação de Armínio Fraga, quando presidente do
Banco Central, sobre a mudança do câmbio fixo para o flutuante. “Os preços em
reais dos produtos exportados controlados são bons para os que exportam e os
que importam. Controlar os preços, a alta provocada pelo câmbio elevando os
juros é lorota pra boi dormir”.
Ele conclui: "O Real despenca, os juros futuros sobem, a vaca vai para o brejo com 7% de desemprego. Só no nosso querido e tão judiado Brasil!"
Façam suas apostas...
Num ambiente que é regido por expectativas, um país que cuida do equilíbrio fiscal atrai mais investimentos do que um que "bagunça o coreto". O que Lula faz é criar um ambiente propício à inflação, que é o pior cenário para os mais pobres. Fazer bravata acalma o núcleo duro do PT, que tem um histórico horroroso na condução da economia. Cala a boca Lula.
ResponderExcluirCarlos Minc
ResponderExcluir🤔🤔🥸🥸💪🏽💪🏽🚴♀️🚴♀️🌈🌈💃💃🎸🎸
Andrés Neuburg
ResponderExcluirÉ óbvio que com uma inflação de 4%, ter juros de 10,50% é injustificável. Isso só beneficia aos especuladores, pois o governo está pagando com os nossos impostos bilhões a mais que poderiam estar sendo utilizados em alavancar o país. Campos Neto está fazendo um deserviço ao país, como se ele próprio não estivesse no mesmo barco.
Markus Ledermann
ExcluirAndrés Neuburg Juros altos desvalorizam o trabalho, simples assim! Trabalhar pra que se vc tem 7% de juros reais e um câmbio a 5.60, hora de trocar o carro e as cortinas em casa, com as reservas externas privadas!
Airton Genaro
ResponderExcluirPois é, muitos "profetas financeiros" alardeando condutas inadequadas do governo alegando que "atrapalha a economia do país.." eles ainda não "metabolisaram" essa última eleição e como os representantes, suas "bancadas"(esse nome tem um duplo sentido) negociam e muitas vezes exigem cargos em posições estratégicas em órgãos do governo, questionam diariamente para desestabilizar a governabilidade... como se diz popularmente "política é suja e sempre tende para o lado das elites financeiras dominantes...
Carlos Peixoto Filho
ResponderExcluiracho que a questão tem um outro lado: segundo o haddad, em um ano o governo federal transferiu para o mercado financeiro quase 800 bilhões em juros da dívida pública. isso ocorre quando a taxa selic está muito alta, tipo 10,5% ao ano. soma-se: a fazenda nacional é obrigada a abrir mão de quase 600 bilhões de reais de renúncia fiscal - tipo a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores, inclusive comunicação. em 2012, no governo dilma, essas grandes empresas receberam o mimo com a promessa de garantir empregos. a conta passa de 1,4 trilhão por ano. empresários e mercado financeiro dizem que o governo gasta mal, por isso está estrangulado na sua capacidade de investir... que trate de cortar gastos como na previdência social, etc. como são os setores mais poderosos, fazem pressão. o lula decidiu politizar o debate. o assunto é complexo e político porque o lula insiste em voltar a um modelo que não existe mais, tipo social democracia, varrido do mapa pelo neoliberalismo. a atuação do campos neto é vergonhosa, ele é um cara do mercado financeiro cuidando dos interesses da faria lima no banco central do pais. o tema é político.
Concordo plenamente com esse raciocínio
ExcluirM Christina Fernandes
ResponderExcluirAcompanhando o debate cheia de dúvidas.
Somos duas!
ExcluirLuiz Caldeyra
ResponderExcluirDólar alto favorece exportadores. Se a Faria Lima, quiser pressionar o governo, basta dar ordem de compra em massa, que imediatamente puxa o dólar pra cima alguns ou muitos pontos.
Pois é, somos reféns dessa gente
ExcluirFernando Veiga Barros
ResponderExcluirO Brasil parece estar numa encruzilhada. Tornou-se evidente que impera, no país, um sistema econômico absolutamente desequilibrado e injusto. As pessoas e os grupos que se beneficiam dos desequilíbrios e das injustiças desejam a manutenção do status quo. Para isso, precisam inviabilizar qualquer governo ou plataforma política que não lhes pareça "segura", a exemplo da atual plataforma governamental, assim como devem incutir, no imaginário popular, que propostas absurdas, como o liberal-bolsonarismo, seriam desejáveis.
ExcluirMarkus Ledermann
Fernando Veiga Barros o mesmo ocorreu em 2002, aliás, antes de cada eleição o real enfraquece e a bolsa cai, desde 1990! A correlação eh direta e juros altos, mais gente na rua, também eh uma relação direta! Lamentável, inaceitável!
Cristina Reis
ResponderExcluirO objetivo deste canalha, neto do ex-ministro Roberto Campos do governo Castelo Branco após o Golpe de 64, é deixar o governo Lula, ingovernável com a alta dos juros e dólar e o retorno da economia com a inflação para depois dizer que o Lula é um incompetente. Temos que aturar o Centrão, tem pessoal do BC que só quer atender o Mercado internacional, e que o Brasil de lasque. É muita gente que vota contra o Brasil .
Miguel Francisco Hatzlhoffer
ResponderExcluirÉ achismo o que escreverei aqui.
Na reeleição da Dilma, a oposição percebeu que ela foi reconduzida devido aos dados econômicos, então o que a oposição fez: Quanto pior, melhor.
Ouvíamos muito empresários dizerem que se tirassem a Dilma da presidência, a economia voltaria a crescer, mas esqueceram que economia não é ciência exata, mas ciência social, pois depende como as pessoas reagem aos choques econômicos, e isto não tem como prever, porque o medo muda tudo.
No governo do inelegível o Banco Central entrava na Bolsa leiloando dólares para conter a alta, e o que o Roberto Campos Neto faz? Nada, a não ser jogar insegurança fazendo insinuações sobre as contas do governo, como se o Banco Central não detiveram quase 50% deste orçamento.
Sim, é função do Banco Central controlar a alta do dólar para não impactar na inflação. Porque ele não faz nada?
ExcluirMiguel Francisco Hatzlhoffer
ExcluirCelina Côrtes como o Lula vem dizendo, não dá para um presidente eleito para um proposta de governo, ser refém de um presidente de um banco central militante de outro partido, que fica fazendo declarações que inflamam o mercado financeiro contra o presidente.
O Roberto Campos Neto até tentou parecer estar alinhado com a política econômica, mas para tentar ter a autonomia e assim continuar no cargo. Quando percebeu que não teria o que queria, passou a detonar a economia.