Silvinei chora mágoas a senadores
No melhor estilo bolsonarista, a visita de
senadores a Silvinei Vasques, ex-chefe da PRF no governo do inelegível, foi
regada a choro e orações. Claro que Damares Alves (Republicanos-DF) estava
entre as interlocutoras, assim como Izalci Lucas (PL-DF).
Durante uma hora e meia o ex-policial
desabafou suas mágoas aos visitantes autorizados à Papuda, em Brasília, pelo ministro Alexandre de
Moraes, onde ele está detido preventivamente desde agosto
de 2023.
Como se sabe, sob a principal suspeita de
ter impedido o voto de eleitores nordestinos em Lula no segundo turno, com blitzes policiais que no fim só serviram para incriminá-lo.
Sempre
acompanhado de policiais penais, segundo o jornalista Igor Gadelha, Silvinei
recebeu da direção do presídio um auditório reservado onde contou, por exemplo,
ter problemas de próstata. Disse também que estuda na biblioteca da Papuda para
a prova da OAB.
E, como a esperança é a última que morre,
descreveu aos senadores a estratégia que pretende adotar em sua defesa no STF.
Chega até a redigir alguns dos textos que seus advogados encaminham à Justiça.
O ex-cupincha do
capitão chegou a chorar quando agradeceu a Damares e Izalci pelas manifestações
de ambas a seu favor na CPI do 8 de janeiro. Naquele exato momento, passava de
vilão a vítima. O encontro terminou com uma oração.
As
senadoras também visitaram a cela onde Silvinei está preso, junto com Elcio
Queiroz, cujo acordo de delação premiada - no qual confessou sua participação no assassinato de Marielle e Anderson Gomes
em 2018 -, foi fundamental para que o bárbaro crime fosse desvendado seis anos
depois.
Ambos estão numa ala da Papuda só para ex-policiais autores de delitos.
Se houve a
vitimização, que não poderia faltar, o saldo final teria até surpreendido os
senadores. “Fisicamente ele está abatido, mas emocionalmente ele está mais
forte que eu imaginava”, descreveu um dos parlamentares a aliados.
Junto ao
ex-faz tudo Mauro Cid, Silvinei está entre as maiores vítimas do radical
envolvimento com o mi(n)to, que continua livre, leve e solto e não move uma palha para ajudá-los.
Andrés Neuburg
ResponderExcluirO que aqui se faz, aqui se paga! Simples assim!
Reinaldo Müller
ResponderExcluirUma pérola de matéria jornalística. Parabéns, minha caríssima Celina Côrtes.
Obrigada
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