Jogo não está ganho nos EUA
Não, as
eleições americanas estão longe de estar definidas. Foi uma injeção de ânimo a live da economista, pesquisadora e escritora Monica de Bolle,
radicada nos EUA. E as pesquisas logo após o atentado indicam que ela está
certa.
Como se viu, Trump e Biden continuavam tecnicamente empatados: o primeiro com 43% e o segundo com 41%, segundo pesquisa da Agência Reuters.
Já a certeza da vitória inflou o
ego do ex-presidente de tal forma que ele – daqui para a frente – corre cada vez mais o
risco de perder para seu maior inimigo: ele próprio.
O primeiro
passo em falso já foi dado, na escolha de J.V. Vance para seu vice. Aos 39
anos, Vince ostenta seu best seller, “Era uma vez um sonho”, já
transformado em filme. Quando de Bolle o leu, gostou, teve, porém, a intuição
que seria a largada para uma carreira política. Como foi.
O vice se
apresenta no livro como porta-voz dos americanos esquecidos pelas autoridades,
cuja única perspectiva é não ter perspectivas. Casa com o discurso
de Trump, certo?
Errado. O
discurso de Vance na Comissão Republicana foi considerado fraco. E não cumpriu
o seu principal papel: atrair os indecisos e os que não pretendem votar. A
escolha de Trump mirou nos MAGA (Make America Great Again), que já são eleitores
e não precisam ser convencidos de nada.
(O inelegível fez o mesmo aqui em 2022. E perdeu.)
Já a
candidatura de Biden está a cada dia mais incerta. Se na quarta-feira ele já
havia declarado que poderia desistir por imposições médicas, o passo parece mais
definido pela Covid-19 que acaba de contrair. Como ele tomou todas as vacinas, está bem o suficiente para pensar melhor durante essa forçada redução de seu ritmo
habitual.
Este é
outro fator que torna o quadro totalmente indefinido, como sustenta de Bolle. Após o diagnóstico da Covid, o próprio Biden teria questionado sua equipe se
Kamala Harris poderia vencer, segundo a CNN. Em pesquisa da mesma CNN, Kamala
também aparece tecnicamente empatada com Trump, só que ela com 49%, contra 47%.
Seria a candidata mais fácil de trocar, porque também receberia as doações ao partido Democrata, sem falar nos que desistiram de doar por conta da senilidade do presidente e voltariam a desembolsar. Para os que a veem como inexpressiva, o jornalista Guga Chacra sustenta que o próprio Biden a esvaziou, para não ser ofuscado por seu brilho.
Não custa
lembrar que pesquisas realizadas no Brasil logo após a facada deram ao
inelegível apenas 2% a mais de eleitores. E a violência ocorreu, ao contrário
do tiro em Trump, muito perto das eleições presidenciais.
Fora que atentados como este são muito mais comuns nas terras de Tio Sam, mais passíveis, portanto, de esquecimento, ainda mais a quatro meses do pleito.
Nem
tudo está perdido!
Máxima do futebol, o jogo só termina quando acaba. A essa crença é atribuído o nome de fé. Biden precisa acordar e largar o osso e os democratas precisam arregaçar as mangas.
ResponderExcluirJá não é sem tempo
ExcluirRuth Rosa
ResponderExcluirEu fico aqui apostando numa dupla invencível.... Michelle Obama e Kamala Harris.
Pelo menos a Michelle de lá é melhor que a Micheque daqui.
Sim, seria mesmo, só que a Michelle de lá - que não dá nem para comparar com a de cá - não está a fim
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ExcluirReinaldo Müller
Ruth R. como vai? Gostei muito de sua sugestão. Difícil vingar duas mulheres numa sociedade, ainda, patriarcal.
José Rios
ExcluirRuth R. Dream team
ExcluirRuth Rosa
José Rios não custa sonhar, né? Duas mulheres negras, competentes e Democratas!
Ruth Rosa
ExcluirCelina Côrtes exatamente, por isso Michelle Obama seria uma alternativa.
Hillary Clinton, esposa do ex-presidente Bill Clinton, foi a primeira mulher a receber mais votos populares em uma disputa presidencial, mas foi derrotada no Colégio Eleitoral.
Penso, inclusive, que Michelle Obama levaria mais votos do que a Hillary.
Reinaldo Müller
ResponderExcluirOs hashtag#USA sempre quiserem impor à América Latina o seu "american way life" e sua supremacia econômica. Financiaram e apoiaram ditaduras na América Latina para impedir a hegemonia do Brasil como líder natural da região. E não "jogarão a toalha" neste intento.
O Uncle Sam é ferrenho opositor da aliança comercial entre Brasil X China. Pretendem perpetuar o Brasil como uma hashtag#colônia, subjugada aos interesses norte-americanos.
Ok, mas nesse quadro, é incomparável melhor para o planeta se os democratas permanecerem no poder e Trump levar a pior
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ExcluirReinaldo Müller
Celina Côrtes , não resta a menor sombra de dúvida...
Ruth Rosa
ResponderExcluirReinaldo Müller difícil mesmo.
Michelle Obama trás a força do nome do marido, acaba sendo uma força masculina na chapa, principalmente se Kamala continuasse como vice.
Penso que muitos entenderiam que Obama iria governar por tabela.
O fato é que nos EUA ninguém pode ter mais de dois mandados como presidente
ExcluirReinaldo Müller
ExcluirCelina, não entendi. A Constituição americana foi alterada pela 22ª emenda, aprovada em 27 de fevereiro de 1951. A partir desta data, o presidente pode ser reeleito apenas uma vez. Não é o caso a condição disposta, atualmente? Tão somente dois mandatos?
A propósito: "Mandado" é uma figura (nomenclatura) jurídica, não política. Correto > Mandato.
Em tempo:
a) Vale a regra para mandatos consecutivos ou intercalados?
b) Joe Biden apresentou "sinais" de senilidade (até eu, às vezes, apresento. kkkk). Deixando a brincadeira de lado, este é um fator, no mínimo, polêmico.
Vale a regra para qq situação, o que eu quis dizer é que Obama não poderia ser presidente pela terceira vez. O problema da senilidade de Biden é que os americanos, após o debate com Trump, acham que ele já deu, e vai ficar mto difícil dele voltar a ganhar do Trump. Sobre 'mandado/to', sempre fico na dúvida, procurei se tinha escrito errado no texto mas não encontrei a palavra
ExcluirJosé Rios
ResponderExcluirExcelente texto e conteúdo, como sempre!
Mário Moura
ResponderExcluirDá para acreditar nessa pesquisa!?
Sim!
ExcluirMarcos Duarte Junior
ResponderExcluirPrefiro chamar de eleições Estadosunidenses! Americana não existe.
Acho horrível Estadosunidenses, seria melhor norte-americana, mas faço um super esforço para ser econômica em meus textos
ExcluirCarmen De Souza
ResponderExcluirBiden!
Ele mostraria sua grandeza se abrisse para Kamala, que tem mais chances de vencer o pleito
ExcluirIreno Müller
ResponderExcluirTiveram que inventar até o teatro do Bolsonaro
Romildo Guerrante
ResponderExcluirPenso que Biden buscava uma saída honrosa. A recomendação médica o avaliza a abrir espaço pra Kamala ou Michelle Obama.
Sim, mas parece que Michelle não quer de jeito nenhum, já sentiu as agruras desse sabor
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ResponderExcluirCristina Reis
O que mais chamou a minha atenção foi o J D. Vance numa entrevista que se sente "humilhado" pelo excelente currículo da sua esposa Usha Vance. Uma mulher graduada em história e direito por Yale, além de filosofia por Cambridge, realmente não poderá passar despercebida nos círculos políticos. E na minha opinião o best seller "Era uma vez um sonho" que ostenta o nome do seu marido, o que me faz lembrar muito da 1a.esposa de Albert Einstein, a física e matemática Mileva Maric que interpretava todas as teorias do marido por ser disléxico e que não teve o seu devido reconhecimento. É aquela frase conhecida que "Atrás de um grande homem, há uma grande mulher" e interpreto como um papel subalterno e da sua intelectualidade silenciada que é imposta às mulheres através do comportamento patriarcal.
Sem cair em contradição, duvido que tanto Kamala Harris e Michele Obama irão resolver às questões da Ucrânia e da Palestina. Depois que escutei da reeleita Presidente da União Europeia, Úrsula Von Der Leyen dizendo que é hora de "pegar" o gás e o óleo da Rússia, desconfio que às mulheres que decidem pelo caminho político estão a mil passos na frente do homem, e não mais atrás.
Acredito que o mundo melhora muito quando elas conseguirem tomar mais as rédeas
ExcluirReinaldo Müller
ExcluirCristina Reis , realmente não posso concordar com isto, abaixo que dissestes. Quem sabe, eu já não esteja com Alzheimer?
"A Presidente da União Europeia, Úrsula Von Der Leyen dizendo que é hora de "pegar" o gás e o óleo da Rússia, desconfio que às mulheres que decidem pelo caminho político estão a mil passos na frente do homem, e não mais atrás".
"pegar" o gás e o óleo da Rússia? Isto é correto? Comprar não seria o ético? Como se já bastasse os hashtag#USA querendo "roubar" as riquezas de outras nações com "maracutaias" políticas, quando não, uma guerra deflagrada por motivos muito questionáveis...
Gilberto Carvalho Cassiano
ResponderExcluirTrump representa o retrocesso , sua eleição seria uma catástrofe para a democracia , portanto mesmo com suas contradições, Kamala Harris ( Biden já era ) é a aposta de uma América mais sensata e humanista
Renaldo Guzo
ExcluirDepois do tiro na orelha, Trump já ganhou
A facada deu só mais 2% de votos a Bolsonaro, e foi pouco antes das eleições. Daqui a quatro meses o tiro terá perdido muito de seu impacto
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ResponderExcluirReinaldo Müller
Celina Côrtes, certo. Concordo. Relaxe. rsrs.
Marcito DeSant
ResponderExcluirParece que o tiro saiu pela culatra!