PGR sinaliza futuro do Inelegível

 

“Os elementos de convicção até então colhidos indicam que a atuação da organização criminosa investigada foi essencial para a eclosão dos atos depredatórios ocorridos em 8.1.2023”.

A frase de Paulo Gonet, o PGR, após adiar, e muito, uma decisão sobre o futuro do ex-presidente, é um sopro de esperança. Como se sabe, os inquéritos até agora concluídos pela PF são os do roubo de joias e de falsificação dos comprovantes de vacina.

A tentativa de golpe, porém, cuja investigação só será concluída em dezembro pela PF, é a que tem o maior potencial de levar o inelegível à cadeia.

Gonet já indicou que pretende concluir a denúncia contra o capitão sobre as joias e vacina após o segundo turno no próximo domingo. A frase acima, revelada à Revista Forum, escancara, entretanto, que a organização criminosa integrada pelo ex-presidente tentou dar um golpe no 8 de janeiro para permanecer no poder.

No mesmo documento, o PGR autoriza o STF a cobrar do capitão e da cúpula golpista o prejuízo de aproximados R$ 26 milhões pela depredação promovida pelos extremistas.

Após um ano e meio, as cenas de violência, que pareciam ficção cinematográfica, com o tempo ganharam naturalidade entre os bolsonaristas, como se não passassem de um passeio no parque. Como se não fossem absolutamente nada.

Só em dezembro, quando o inquérito dessa barbárie estiver concluído pela PF, Gonet poderá, ou não, fazer a denúncia, que já parece ganhar corpo em determinada direção.

Na realidade, o que desencadeou o comentário do PGR foi o pedido dos advogados de Valdemar Costa Neto – presidente do PL - da devolução de R$ 53 mil e dos três relógios de luxo apreendidos pela PF na casa do capitão.

“Não parece recomendável a restituição dos bens, já que o requerente é investigado por crimes que resultaram em expressivos prejuízos à Fazenda Pública”, reagiu Gonet.

Depois disso, Costa Neto apontou Tarcísio de Freitas como o candidato de 2026, o que provocou o seguinte chilique do capitão: “Estou inelegível por quê? Porque me reuni com embaixadores? Porque subi no carro de som do pastor Malafaia? Abuso de poder político? (...) É uma perseguição”.

Coitadinho...

Para em seguida afirmar: “Se essa inelegibilidade continuar valendo eu jogo a toalha e vou cuidar da minha vida”.

Pelo que o PGR começa a sinalizar, contudo, o Inelegível terá de jogar essa toalha dentro da Papuda...