Bolsonaristas querem controlar a OAB

 

Não se pode acusar os bolsonaristas de desarticulados. Após a entrada no Conselho Federal de Medicina (CFM), em agosto, agora essa gente nefasta luta para influenciar a OAB que, até dia 30, elege suas novas seccionais nos 26 estados do país.

O mantra é isolar candidatos “de esquerda”.

O próprio Inelegível pediu a cada advogado em recente entrevista que “veja quem está ligado à esquerda e não vote nessa chapa”. Isso porque sua turma achou que a OAB não conseguiu garantir o devido processo legal aos investigados e réus golpistas no STF por ataques à democracia.

(O que fica cada vez mais difícil com os avanços da PF).

Quer dizer, não livrou a cara desses criminosos.

Uma das chapas da seccional paulista é a de Caio Augusto Silva Santos, que tem como candidata a vice Ângela Gandra (foto), filha do jurista Ives Gandra Martins, aquele que considerou que o artigo 142 da Constituição dá aos militares o poder moderador, a última palavra em conflitos entre os Três Poderes. Atribuição que cabe ao STF.

O capitão declarou apoio a candidatos nas seccionais da OAB em Santa Catarina e no Distrito Federal . O advogado catarinense Rodrigo Curi, por exemplo, usa foto onde recebe a medalha de “imbrochável” do ex-presidente...

A polarização também atinge o Rio. A advogada da situação, Ana Tereza Basilio, escolheu para vice a jurista conservadora Sylvia Drummond, próxima ao deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), aquele que quer criminalizar meninas que façam aborto após engravidarem com um estupro.

O advogado Rodrigo Mondego, que concorreu a vereador no último pleito pelo PT, sinaliza que a chapa adversária foi “hegemonizada pelo discurso ultraconservador”. “ A mobilização desse ultraconservadorismo anti-constitucional empurra a OAB para se tornar uma espécie de CFM”, diz.

Como se sabe, o CFM elegeu este ano médicos bolsonaristas no Rio, SP e DF, que em parte apoiaram meses antes uma resolução do CFM que procurava restringir o aborto legal.

A tal resolução acabou suspensa pelo STF, porém,  inspirou o projeto com normas mais duras na Câmara,  o “PL Antiaborto”, que equipara o aborto a homicídio simples.

Ou seja, os bolsonaristas buscam ocupar espaço em entidades da sociedade civil para sustentar suas propostas conservadoras, reacionárias e até criminosas, como punir com prisão uma menina que aborta engravidada por um estuprador.

O que eles pretendem com tais barbaridades?