PF identifica mandantes do golpe

 

Cronologia da tentativa de golpe após as eleições presidenciais, em fim de 2022 e início de 2023:

12/11: Reunião na casa do general Braga Netto entre o ex-presidente, o general Augusto Heleno e o kid preto e general da reserva Mário Fernando*, que imprimiu o plano traçado por eles no Planalto. No mesmo dia, o militar envia áudio ao ex-faz tudo Mauro Cid, dizendo que o capitão aceitara o assessoramento dos militares para o golpe.

9/12 – O general Estevam Theophilo vai ao Palácio Alvorada dizer ao ex-presidente – recolhido por uma 'depressão pela derrota' - que topava o golpe, desde que este assinasse a minuta. Começa, sob a pressão do agro e de deputados, o planejamento para o assassinato de Lula, Geraldo Alckmin e de Alexandre de Moraes. Por envenenamento.

Multiplicam-se os acampamentos nos quartéis militares, sobretudo em Brasília.

15/12 – Data prevista para o início do golpe, batizado de 'Punhal Verde e Amarelo'.

16/12 – Data em que seria criado um Gabinete de Crise, após o golpe, composto por militares chefiados pelos generais Braga Netto e Augusto Heleno.

24/12 – Uma bomba explodiria no Aeroporto de Brasília  (porque o plano inicial não foi adiante).

8/01 – Quebra-quebra na Praça dos Três Poderes.

* Mario Fernandes é ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência em 2022, e hoje está na equipe do deputado e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

Ou seja, movimentos aparentemente isolados integravam um mesmo plano: devolver o poder ao Mi(n)to, assassinar o novo presidente, seu vice e o ministro Alexandre de Moraes. 

Com base nestas informações, obtidas no celular de Mauro Cid e de outros militares, ontem a PF fez cinco prisões – de Mário Fernando, do tenente-coronel Helio Ferreira Lima, do major Rodrigo Bezerra Azevedo e do major Rafael Martins de Oliveira. Além do PF Wladimir Matos Soares (que forneceu dados sobre a rotina de Lula, de quem foi segurança).

As prisões ocorreram pela Operação Contragolpe, autorizada por Moraes no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado no país entre o fim de 2022 e início de 2023. 

Segundo a jornalista Eliane Catanhede, a operação de ontem abrangia apenas os militares que tramaram o golpe com o capitão. Já a conclusão do inquérito sobre o Inelegível ficou para a semana que vem. E virá com uma bomba....

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