PF levanta a bola para PGR e STF cortarem

 

Após dois anos de diligências policiais, quebras de sigilo, colaborações premiadas e buscas e apreensões, entre outras medidas judicialmente autorizadas, a PF indiciou o Inelegível, os ministros Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e outros 33 (sendo 25 militares), entre eles, Alexandre Ramagem, Valdemar Costa Neto e Filipe Martins.

Foi identificada uma "organização criminosa que atuou de forma coordenada, em 2022, na tentativa de manutenção do então presidente da República no poder”. Há provas do comando de tal grupo pelo ex-presidente. A bola foi levantada para a PGR e o STF cortarem. Ou não.

Se ambos aceitarem a linha de investigação da PF, os 37 indiciados se tornarão réus. Daí começa a tramitar o processo no Judiciário, com direito a defesa e várias etapas até o julgamento final. Ou seja, ainda leva algum tempo para os mais ansiosos pela punição dos prováveis culpados. As cartas, porém, foram colocadas na mesa.

A PF contabiliza a atuação de cinco núcleos, entre eles, o de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral; o Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado e o Operacional de Apoio às Ações Golpistas.

Conforme a PF, oficiais das Forças Armadas, ministros e assessores participaram de reuniões para discutir a possibilidade de dar um golpe – a mando do capitão. O plano só não se realizou porque não teve o apoio dos comandantes do Exército e da Aeronáutica, que sabiam que não poderiam contar com o suporte dos EUA.

De Biden, porque se fosse Trump estávamos fritos.

O general Freire Gomes sustentou que o ex-presidente discutiu a edição de minutas golpistas em reuniões com a cúpula militar para impedir a posse de Lula. Foram cogitadas a aplicação de uma GLO, de um Estado de Defesa e de Sítio.

O encontro que selou o movimento ocorreu em 7 de dezembro no Palácio da Alvorada, entre Freire Gomes, Baptista Júnior (Aeronáutica), Filipe Martins e Almir Garnier, da Marinha, o único a topar a empreitada golpista.

Braga Neto chegou a enviar mensagem a um ex-capitão do exército para "viralizar" ataques ao então comandante do Exército, general Tomás Paiva, segundo ele um “cagão”, cuja cabeça pediu para ser oferecida. E, embora a defesa do Inelegível negue, há provas de que o capitão analisou e pediu alterações à minuta golpista.

Claro que o Mi(n)to minimiza o resultado do inquérito.

Com o ataque terrorista da semana passada à Praça dos Três Poderes e a revelação do plano para matar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, dessa vez tudo leva a crer que os culpados vão parar atrás das grades.