Comissão da Verdade: presente
Ontem foram
10 anos da entrega do relatório da Comissão Nacional da Verdade, não a toa, durante
a gestão da presidente impichada, Dilma Roussef. Ela mesma barbaramente torturada nos porões da
ditadura militar (1964-1985).
E o que
isso tem a ver com o presente? Tudo. Como lembra Rogério Sotili, do Instituto
Vladimir Herzog, só duas das 29 recomendações da CNV foram cumpridas. Isso
significa que, assim como os crimes cometidos naquele período não foram
punidos, corremos o risco de que as revelações do Inquérito da PF sobre os atos
golpistas caiam no esquecimento.
Postura que permitiu a sobrevivência e a engorda das ratazanas – como se auto referem os kids pretos –, com riscos à continuidade desses 39
anos de democracia.
A ousadia
do Inelegível, que sempre anunciou sua intenção de dar um golpe, “dentro das
quatro linhas”, junto a seus generais de estimação, se explica diante da tímida reação
de todos os que foram vítimas, muitos com a própria vida, como o
ex-deputado Rubens Paiva – protagonista de “Ainda estou aqui” -, cujos dois truculentos
assassinos ainda vivos continuam a receber os proventos do estado.
Como lembra
Sotili, “a falta de justiça pelos crimes da ditadura alimenta a
repetição de práticas autoritárias que legitimam movimentos que atentam contra
a democracia”.
É o que seu
viu com os clamores de anistia pelo Congresso, amordaçados após o infeliz do
Francisco Wanderley estourar os miolos com uma bomba – não muito diferente da
bomba que estourou no colo do sargento Rosário no Riocentro (foto).
(Episódio que levou ao afastamento por Geisel do linha dura Silvio Frota, de quem Augusto Heleno foi ajudante de ordens)
E da
revelação de que os planos dos golpistas incluíam o assassinato de Lula,
Alckmin e do ministro do STF, Alexandre de Moraes, o inimigo número um dessa gente.
A lerdeza
da Justiça em levar os culpados à cadeia pode ser apenas uma etapa democrática,
com final feliz, para romper o nefasto ciclo anterior. Ou então a cessão à
covardia, ao medo de punir os culpados como se não tivessem feito nada demais.
E sabemos
que só não fizeram porque não deu certo. Foi por um triz que não voltamos aos
tempos sombrios, à escuridão da mordaça – que eles apontam como
censura quando queremos regras para as redes sociais -, da tortura e dos
assassinatos. Até mesmo por intermediando cartas, como fez Rubens Paiva, sem saber
que decretava a sua própria morte.
A Historia aí está para quem quiser ver, negar a ditadura, afirma falta de caráter e de vergonha na cara e na alma. Não transigir contra golpistas é dever de todos que mostrem vergonha na cara e na alma.
ResponderExcluirJoelle Rouchou
ResponderExcluirBoa Celina
Mindinho Veríssimo
ResponderExcluirAté quando!
Carlos Minc
ResponderExcluir🤔🥸🌏💃🌲🦋🚴♀️💥🦉🎸🪂🪘💪🏽🎷🌻
M Christina Fernandes
ResponderExcluirEu fui!
Renato Gui
ResponderExcluirCelina, adorei o texto de hoje. Só não concordei com o Rubens Paiva interceptando cartas. Acho que ficaria melhor encaminhando
Tem razão, vou mudar=!
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