As mentiras continuam a imperar

 

Sábado o Inelegível nos presenteou com o espetáculo de que alguém tinha tirado o pirolito da sua boca. Às lágrimas, se disse perseguido e abalado quando foi levar a mulher ao aeroporto para a posse de Trump hoje, nos EUA.

 “Obviamente seria muito bom a minha ida lá. O presidente Trump gostaria muito, tanto é que ele me convidou. Estou chateado, abalado ainda, mas eu enfrento uma enorme perseguição política por parte de uma pessoa”, afirmou.

Se ele refere-se a uma pessoa, não perde por esperar. Muito em breve, sairá a decisão de Paulo Gonet, o PGR, sobre as 884 páginas do inquérito da PF dos atos golpistas. Enquanto a justiça segue rigorosamente todos os trâmites, a criança inconformada deu seu showzinho.

Com direito a amorosos beijos na despedida...a rota de fuga foi um sonho realmente difícil de abandonar...

“Eu sou preso político, apesar de estar sem tornozeleira eletrônica. Espero que sua excelência não queira colocar uma em mim para humilhar de vez”, provocou.

Eterna vítima...

O capitão ainda teve a cara de pau de afirmar que o convite feito por Trump – como mostrou o jornalista Thiago Reis, o e-mail de convite valia para qualquer cidadão, que ainda poderia receber a resposta como se fosse ‘presidente' - significa que o líder republicano tem "certeza de que pode contribuir com a democracia do Brasil".

E como seria isso? "Afastando" sua inelegibilidade política. Que tal? Cansamos de ver as manifestações de pouco caso de Trump em relação ao capitão. A eleição do líder republicano, por sinal, só foi possível porque ocorreu nos EUA, onde não existe justiça eleitoral.

Para nós, está claro que uma justiça eleitoral como a brasileira barraria a posse de um presidente que incitou o violento ataque ao Capitólio para evitar a posse de Joe Biden, há quatro anos. Que deixou o saldo de cinco mortos. Imagina se o presidente americano teria alguma ingerência em algo que está mais do que consolidado por aqui?

Agora só falta a conclusão deste processo, com o encaminhamento da denúncia pelo PGR ao STF e o julgamento que deve levar o ex-presidente à cadeia.

Detalhe, da comitiva de 25 deputados que foram à posse, 19 são do PL - partido do capitão -, com os Eduardos Bolsonaro e Pazuelo, Carla Zambelli e Bia Kicis, que se queixou do frio de Washington. Certamente bancados com nossos impostos. Será que também pagamos pelo maquiador de Micheque?

Enquanto isso, bolsonaristas como Nikolas Ferreira - de fato um campeão de audiência das redes sociais com seus métodos baixos -, tentam reconquistar espaço no cenário político. Após postar sobre a taxação do Pix, a desmentiu e citou idas e vindas do atual governo sobre taxas. Como o imposto das blusinhas, na prática, iniciativa da Câmara Federal.

E o próprio Nikolas votou a favor desse imposto. Assim como foi contrário a zerar os impostos da cesta básica. Uma covardia. É assim com essa gente: me engana que eu gosto.  

Eu, pessoalmente, detesto.

(Com charge de Aroeira)