China abate os EUA na guerra fria

 


Essa história começa com a eleição de Trump para seu segundo mandato. O megalômano filho de uma escocesa que – sabe lá por que – não foi expulsa dos EUA quando chegou ao país com US$ 50 no bolso, começou seu mandato barbarizando. Com se sabe. 

Foram cinematográficas as cenas de expulsão de imigrantes, fora os anúncios de anexação de territórios - o Canadá seria reduzido a 51º estado dos EUA e a Groenlândia entraria nesse pacote -, fora a ameaça de tomar o Canal do Panamá.

Talvez a principal fonte de renda do país da América Central. Mas quem se importa com tudo isso?

Garantias de que aquela ‘gente inferior’ seguiria confinada num campo de concentração de inspiração nazista, embora até agora ele – ao contrário do todo poderoso Elon Musk, que escancara suas preferências - ainda não tenha se associado explicitamente ao movimento criado por Hitler.

Talvez ainda seja cedo para chegar lá.

E, enquanto o planeta e os norte-americanos se intoxicam com suas mensagens escabrosas, ele aproveita para ganhar mais rios de dinheiro com as memecoins criadas por ele próprio e sua mulher, Melanie, que não consegue esconder sua vergonha em compactuar com tanta barbárie.

Nem o chapelão que usou na posse do marido deu conta...

Assim como um Luiz XIV, entrona seu poder nem que isso gere tragédias à humanidade, como a saída dos EUA da OMS e do Acordo de Paris. Este último promete triplicar os incêndios nas mansões dos ricaços de Los Angeles. E daí? 

Sua meta é virar trilionário. O resto que se f...

Eis que, de repente, surge uma pedra gigante no sapato. Nesse momento em que a principal disputa da guerra fria EUA-China vai na direção do digital e, sobretudo, da mais eficiente Inteligência Artificial (IA), a mesma com a qual ele se diverte na criação de suas fake news.

Só que a China, a arqui-inimiga, lançou o seu DeepSeek R1. Não é só uma versão gratuita de acesso à IA que pode ser usada até por Android. Se a OpenAI gastou US$ 100 milhões para fazer o seu ChatGpt, os chineses desembolsaram apenas US$ 5 milhões na mesma tarefa.

E, como esclarece Pedro Dória, jornalista especializado em cultura digital, o novo modelo “é mais eficiente". Não só. "Precisa de muito menos processamento de computador para entregar a resposta”, acrescenta.

Além de perder pontos na principal disputa entre os dois países, não vai haver barreira comercial que dê jeito nesse caso. Ontem, por exemplo, a Nvidia, até então a empresa mais valiosa do planeta, despencou 17% do seu valor na Bolsa, ou seja, perdeu meio trilhão de dólares.

Mais do que nunca, os norte-americanos precisarão de cérebros para competir com a China. E como fazer isso se a imigração é condenada como o pior dos pecados?

De alguma forma, lembra o embate Davi Golias.

De minha parte, nunca fui americanófila. Agora, contudo, cresce minha antipatia pelos EUA, na mesma proporção em que cresce a simpatia pela sabedoria chinesa.

Assistiremos de camarote os próximos capítulos...

 

Comentários

  1. Bom dia, tema atrelado a formação de novas lideranças, item que o Brasil precisa acordar e faz tempo. Ontem de fato, o mundo deu uma chacoalhada e nos mostrou para melhor entendermos, como a velocidade das inovações estão e cada vez mais estarão, na ordem do dia. Por isso, ter um cérebro que esteja também de forma instantânea, atrelado a mensurar e corrigir nossas ações para que possamos criar e acelerar novos processos e procedimentos e atingir o sucesso dos nossos projetos e desafios, sempre inovando de forma cíclica e permanente e saindo do modelo lento, conflituoso, de baixa performance que temos hoje. O exercício de repensar este novo modelo, qual seja de atrelar nossos processos educacionais em todos os níveis, a formação de nossas lideranças seja na área privada, pública ou no terceiro setor ao mundo da neurociência, ao estudo da funcionalidade do cérebro humano é urgente e pode nos levar a produzir novas coisas fantásticas e como exemplo estou trazendo aqui a criação do DeepSeek pela China na corrida das IAs. Gratidão pelo seu belo texto. Abraço.

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  2. Isabel Pacheco
    Texto assertivo. Brilhante.

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  3. Cecília Do Valle Dias
    A queda do império americano

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  4. Carlos Minc
    😍🌻🪂💥🎷💃📽️🍾🐬🌲🌏💪🏽

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  5. Geralda Rocha Rocha
    🙏🏼🙏🏼🙏🏼temos que mostrar para este louco que ele não manda no mundo , que Deus dê discernimento aos outros dirigentes para mostrar que estão unidos para o bem dos Povos

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  6. Mindinho Veríssimo
    Falou tudo... Trump no final pode ser apenas o que parece, um senhor americano de uns 80 anos.

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  7. Gilberto Menezes Côrtes
    Muito bom, Celina.

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  8. Bruno Torres Paraiso·
    Como sempre a Celina Côrtes. lava a nossa alma. Muito pertinente este texto sobre o monstrengo norte-americano.

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