Michelle vai passear nos EUA

Ontem, a posse de Trump seguia seu ritmo a todo vapor em Washington, na cerimônia dentro do Capitólio, por causa do frio acima do comum. O ato foi acompanhado de perto por autoridades estrangeiras, como o presidente argentino, Javier Milei, e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, além de embaixadores de centenas de países.

Uma ausência notada foi a de Michelle, ex-primeira-dama do Brasil, mesmo após toda a encenação do marido quando foi levá-la ao aeroporto de Brasília, devidamente acompanhada de seu maquiador. Pelo visto, o tal “momento histórico” citado por ele não era tão histórico para ela.

Apesar do capitão ter afirmado que sua mulher iria representá-lo na cerimônia, ou ela achou coisa melhor para fazer ou foi barrada no baile. Vale lembrar que, durante a pandemia, ela correu para se vacinar para poder fazer compras nos tentadores shoppings de Nova York...

E o que justificaria sua presença, se ela não exerce nenhum cargo no Brasil? O mesmo serve para seu marido, o eterno injustiçado por não ter conseguido viajar, mesmo tendo gastado dinheiro com um smoking para a cerimônia...

O filho Eduardo, sugerido por Steve Bannon como possível futuro presidente do Brasil, declarou que as coisas no país estão “uma piada”, referindo-se à retenção do passaporte do pai. Como se houvesse alguma justificativa para liberá-lo.

Já os 19 parlamentares do PL, entre os 25 que viajaram para os EUA para acompanhar a posse, gastaram mais de R$ 85 mil, também para ficar de fora da festa. Foram brincar de gastar dinheiro público. Afinal, o Brasil é um país rico.

E, ontem, o ex-presidente fez uma vexatória publicação em seu perfil no X, com aquela típica reverência subserviente, mesclada à vitimização. O vídeo começa com imagens do atentado sofrido por Trump, em referência à vitória seguida a essa derrota. Além da sequência de fotos em que os dois então presidentes se encontram e se cumprimentam.

Enquanto o capitão aperta a mão do republicano, a voz de fundo diz: “O povo volta às suas origens, retorna à direita.”

E, mais adiante, a narração é do próprio Inelegível: “Hoje nossos irmãos são honrados ao poder recomeçar por lá. Amanhã, temos certeza, recomeçaremos aqui”, afirma em solene tom majestático e autoreferente.

Chega a ser engraçado quando o capitão, na despedida de Michelle, lamenta não poder conversar com Trump em sua posse, quando lembramos de suas incursões em solenidades da ONU onde seus únicos interlocutores eram os garçons...

Ridículo e pretensioso, como só ele sabe ser.