O futuro que volta para trás

 

É de estarrecer a onda reacionária do que havia de pior na qual a humanidade – ou uma grande parte dela – resolveu surfar. A posse de Trump é apenas a ponta desse iceberg, do qual já parecíamos ter nos libertado. 

Para os EUA tudo, para a humanidade, nada. É seu lema.

Além de suas bravatas expansionistas, os EUA deixam o Acordo de Paris, o que significa que esse tsunami climático que temos assistido nos últimos anos – até as mansões dos milionários arderam nos incontroláveis incêndios em Los Angeles – está apenas começando. Com sua arrogância e prepotência, tudo é ignorado pelo presidente americano.

Os EUA deixam a OMS, nosso porto seguro, fundamental para a saída da pandemia ainda no primeiro mandato de Trump. Será que ele não aprendeu nada com a quantidade de mortes descontroladas que assistiu ao vivo e a cores?

E se comporta com os imigrantes como se criminosos fossem, quando são eles que lavam as privadas, limpam os presídios, fazem o trabalho sujo desdenhado pelos americanos.

O berço da democracia, formada pelo sangue universal, abandona essa nobre origem.

Como se sabe, um dos mais fortes motores de todas essas tendências são as redes sociais, que contaminam a humanidade com fake news capazes de levar países ao caos, a forjar situações a quilômetros de distância da realidade – como o terraplanismo ou o movimento antivacina.

Em nome do quê?

Não por acaso, vimos a figura nefasta do biolionário Elon Musk repetir o gesto de Hitler – a quem já julgávamos morto e enterrado junto ao holocausto. Seu adversário, o também poderoso Steve Bannon, foi pelo mesmo caminho, após prever Bananinha como próximo presidente do Brasil (foto).

Os dois perderam a vergonha de serem nazistas, pelo contrário, se orgulham da nefasta afinidade.

Não sei o quanto viverei para acompanhar esse trágico futuro que se anuncia. Tenho, porém, três netos ainda bem pequenos, por quem não consigo deixar de me preocupar.

Que ar eles terão para respirar? Como conseguirão combater a pandemia da vez? Não terão o direito de optar por um gênero que não seja o feminino ou o masculino? Não terão o direito de pensar diferente do futuro senso comum?

Assustador! Tomara que esse pesadelo passe enquanto há tempo. Alias, tempo para quê, me pergunto?