Difícil o Inelegível escapar da prisão

Bolsonaro tem se alternado entre ameaças de fuga para a Argentina ou os EUA, a jurar inocência ou mentir que está cagando para a denúncia do PGR. O fato é que o ministro Alexandre de Moraes deve transformar os 34 denunciados em réus logo após o carnaval.

Como se sabe, aliados do ex-presidente forçam todo tipo de barra para tentar livrar sua cara, como reduzir de oito para dois anos a inelegibilidade da Lei da Ficha Limpa – um acinte à vontade popular –, e votar a anistia aos golpistas.

Até Lula afirmou em entrevista que anistia é admissão de culpa, enquanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, não prevê a votação deste projeto na casa.

Fora declarações desqualificando a bem fundamentada denúncia do PGR, elogiada até pela ministra Maria Elizabeth Rocha, do Supremo Tribunal Militar.

A denúncia da PGR, porém, limita-se à menção da “tomada de poder pelo povo”, para sitiar Brasília, greve geral e bloqueio de refinarias de petróleo. Só que sabemos pela mídia que os protestos não foram espontâneos, mas bem planejados, financiados e previam bloqueios de rodovias e derrubada de torres de transmissão. Omitidos pela PF e PRG.

O que fragiliza a conclusão sobre a origem do 8 de janeiro.  

E, apesar das críticas de bolsonaristas e até de juristas, de que um julgamento pelo plenário seria mais efetivo, Moraes pretende manter o processo na Primeira Turma.

Para a falta de sorte de Bolsonaro, se a condenação for unânime – o que é bem provável -, não será possível recorrer ao plenário, graças a decisão do próprio STF de 2018, que inviabiliza esta etapa em caso de unanimidade do grupo.

Hoje, a Primeira Turma é presidida por Cristiano Zanin, defensor de Lula na Lava-Jato. E quem assume o comando a partir de outubro é o ministro Flávio Dino.

Como estima-se que o julgamento devae estar concluído em novembro e a sentença saia em dezembro, o mais provável é que seja Dino quem levará a má notícia a Bolsonaro...

Os aliados do ex-presidente, que pretendiam fazer manifestações em todo o país pelo impeachment de Lula em 16 de março – para forjar cortina de fumaça ao julgamento -, agora já falam em ato pró-anistia. Um grande evento para sensibilizar a população da ‘perseguição’ sofrida pelo Mito.

Será que alguém vai acreditar nessa lorota?