Ascensão e tombo de Trump

 

‘Profetas’, como se sabe, têm projetado o caos para os EUA e as pesquisas de opinião dão suporte à tendência, com mais desaprovação do que aprovação ao governo. Um deles é Mohamed El-Erian, presidente do Queen’s College de Cambridge, na Inglaterra, tido como verdadeiro ‘oráculo’.

Se em janeiro os operadores do mercado trabalhavam com premissas, como o crescimento acima da média global das ações na bolsa americana e do valor do dólar, tudo se inverteu.

Isso por que a cabeça de Donald Trump é mercantilista, pré-capitalista. Para os liberais, o mais importante é que a riqueza se cria. Quanto mais comércio entre as nações, maior riqueza é gerada. Quanto mais liberdade, melhor. No fim, todo mundo enriquece. Trump não acredita em nada disso.

Para ele, o mundo se aproveita da generosidade americana e ele precisa ser durão, impor tarifas. É convicto de que há um vencedor e um perdedor, em qualquer negócio. Se a balança comercial americana é negativa, os americanos perdem. Trump é iliberal, vê a economia com a cabeça de século 17.

El-Erian acredita que os preços de produtos dentro dos EUA vão aumentar porque a importação encareceu, a inflação vai piorar, o comércio vai diminuir, o dólar vai desvalorizar. Há quem diga que é esse o objetivo de Trump: desvalorizar o dólar para deixar a moeda chinesa menos competitiva. Só que a consequência disso é mais inflação.

Já Elon Musk, braço direito de Trump em suas tresloucadas políticas, responsável pelas demissões de funcionários públicos, amarga a queda de 15% nas vendas do Tesla e de 45% no valor de mercado da companhia, desde dezembro. As vendas da Tesla caíram 71% na Alemanha e 45% na França.

Tudo resultado de problemas políticos, independentes do produto. Musk é o responsável por criar o mercado para carros elétricos. Agora Toyota faz, BMW faz, Volkswagen, GM, Mercedes, Ford, também fazem, assim como os chineses com a explosão da BYD.  Parece um tiro no pé.

Isso porque os compradores de carros elétricos se preocupam em evitar jogar carbono na atmosfera, acreditam na gravíssima crise climática. E eles não são  eleitores de Trump. Pelo contrário, têm vergonha de dirigir um carro feito pelo bilionário aloprado que ajuda Trump a desmontar o Estado americano. E a democracia americana.

E não falamos das prisões ilegais, dos ataques à pesquisa - coração da indústria tecnológica americana -; das ameaças de rompimento com países aliados, e só tocamos a superfície do desmonte do Estado. (Fonte: Pedro Dória no Canal Meio).

Ok, Trump consegue estar presente diariamente na mídia internacional. Só que quanto tempo dura esse governo?