Atos pró-Bolsonaro flopam

Floparam. Esse foi o resultado dos atos convocados ontem por Bolsonaro, para livrar a sua cara e, de quebra, dos participantes do 8 de janeiro. A principal manifestação, em Copacabana, reuniu 18,3 mil pessoas, segundo o Monitor do Debate Público do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, em parceria com a ONG More in Common.

(A PM bolsonarista estimou em 400 mil, de qualquer forma, bem abaixo do 1 milhão previstos pelo Inelegível).

Esse volume ocorreu no momento de pico, às 12h. O número é gerado a partir de fotos aéreas analisadas com software de inteligência artificial. Ou seja, em seu quarto ato convocado no país para mostrar sua relevância, a audiência confirma o que ele gostaria de esconder: seu apoio popular, escafedeu-se.

O ato de Copacabana foi convocado, e bancado, pelo pastor Silas Malafaia, aliado que tenta desesperadamente recuperar a popularidade do capitão para manter os benefícios que conquistou, como a isenção de impostos à sua igreja. Chega a ser cômica a sua fala, que chama Alexandre de Moraes de criminoso e diz faltar provas contra seu mito.

Quando a defesa do ex-presidente diz justamente o contrário. Que o excesso de documentos dificulta o trabalho em prol do ex-presidente, argumento considerado “vazio” pelo STF.

Sábado, em Nova Iorque, foi pior ainda. Segundo o jornalista Jamil Chade, eram cerca de 20 pessoas no ato. Uma participante pedia que eles se juntassem para dar volume à foto. Patético retrato da realidade.

Tarcísio de Freitas, que veio de São Paulo para apoiar seu Frankenstein – como se sabe, ele é a criatura do criador -, discursou: “Qual a razão de afastar Jair Messias da urnas? Medo de perder a eleição? Ninguém aguenta arroz caro, feijão caro, ovo caro. Volta Bolsonaro."

Quando, no governo anterior, as pessoas se amontoavam em filas para comprar osso...       

Flávio, o primogênito, rei das rachadinhas, profetizou: “Nós vamos aprovar a anistia muito em breve. O próximo presidente da República é Jair Bolsonaro, sim”. Já o governador do Rio, Claudio Castro – outro encalacrado até o pescoço em processos - , gabou-se dos mais de 60% de votos dados ao capitão, seu “único candidato”.

Só que mesmo que o Congresso aprove a anistia, ela será derrubada pelo STF, por inconstitucional.

Enquanto seus advogados fazem malabarismos para defender o indefensável, o capitão segue apelando. Por que sabe muito bem qual será seu destino próximo: a cadeia.   

Foto: Alexandre Cassiano

Dono da faixa: João Pedro Fagundes, 18 anos, que acaba de passar em primeiro lugar para Direito na UERJ (ouvido pelo site Diário do Fim do Mundo)