Dia 30: ato contra Anistia e por prisão de Bolsonaro

 

Tenho repetido nesse blog que as forças progressistas precisam ir para as ruas, se manifestar contra a anistia e pela prisão de Bolsonaro. Admito um certo temor, por saber que a capacidade de convocação do setor não tem sido das maiores.

Só que nesse dia em que a Primeira Turma do STF decide se transforma Bolsonaro e oito denunciados pela PGR em réus, não dá mais para esperar.

A cinco dias do ato marcado nas capitais brasileiras no próximo domingo, 30, só sabemos que a organização é das frentes de articulação Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo, que devem reunir lideranças e partidos de esquerda.

Certamente estarei lá, onde quer que aconteça. E seguirei informando aqui o que souber. Enquanto isso, reproduzo o bravo discurso de ontem do deputado Guilherme Boulos (Psol-SP, foto), primeira voz a convocar para o evento.

“Dessa vez os golpistas vão pagar. Vagabundo que ficou 27 anos nessa casa sem fazer nada, vem aqui e elogia Brilhante Ustra. Para quem não sabe, Brilhante Ustra torturava mulheres com ratos na vagina. Pela primeira vez o Brasil tem a oportunidade de punir golpistas. Quando terminou a ditadura militar não aproveitamos essa chance.

Torturadores e ditadores, saíram soltos, e seguiram a sua vida. Isso permitiu uma cultura de impunidade na democracia brasileira, que deixa passar. Anos depois a cultura de impunidade gerou Bolsonaro. O Brasil agora tem uma nova oportunidade, de acertar as contas com seu passado, de fazer justiça com os mortos e torturados pela ditadura.

De fazer justiça com Rubens Paiva, com Frei Tito, Vladimir Herzog, Inês Romeo, torturada e estuprada na Casa da Morte em Petrópolis. Torturadores, bandidos, assassinos e estupradores ficaram impunes. Se o Brasil se acovardar e repetir essa história o resultado será dizer que pode. Que é permitido. E solapar as bases da democracia brasileira.”

E emendou: "O canalha (referindo-se a Bolsonaro) que bradava, falava em tortura, que era valentão, baixou a voz para pedir anistia e dizer que tem que pacificar o país. Na hora de tramar golpe, era valente. Paguem o preço de suas ações!".

Conforme pesquisa da PoderData realizada entre os dias 15 e 17 de março, 51% dos brasileiros são contra a anistia, 38% defendem perdoar os detidos no 8 de janeiro e 12% não souberam responder. Ainda somos muita gente, portanto, mais da metade da população brasileira.

Nossa democracia precisa da sua presença no dia 30. Hora de gritar NÃO à anistia e SIM à PRISÃO de Bolsonaro!