Flávio fica sem Centrão e PSD

 

Reunidos segunda-feira com Flávio Bolsonaro, Ciro Nogueira e Antonio Rueda, presidentes do PP e União Brasil, os papas do Centrão (foto), bateram o martelo: "é dosimetria ou nada". 

Pra começar, essa ilibada dupla carece de autoridade. Junto a Arthur Lira, foram eles que levaram Daniel Vorcaro – big boss do Banco Master – ao centro político do DF. São flores que não se cheiram em processo de decadência.

Gilberto Kassab, o chefão do PSD, por sua vez, já teria desistido de Tarcísio de Freitas e avalia embarcar na chapa Ratinho Júnior e Romeo Zema. 

Dito isto, as lideranças do Centrão cobraram do filho 01 o que ele não tem condições de oferecer: resultados de pesquisas que indiquem a viabilidade de sua candidatura à presidência. Ou seja, ele insiste em construir essa candidatura sem alianças.

Como se não bastasse seu frágil histórico de rachadinhas, alianças com milicianos, compra de mansão com salário de senador (ele diz que ganha também como empresário e advogado, inclusive de Gladson Acácio dos Santos, o “Faraó dos Bitcoins”), facilitador de fuga (do pai) e desmaios na hora de enfrentar adversários.

Ou seja, é uma candidatura que se deve exclusivamente aos caprichos do presidiário Jair Bolsonaro, seu pai. Para ter, sobretudo, a garantia de que será anistiado se o filho for eleito. E, nos últimos tempos, praticamente tudo o que Flávio e o irmão Eduardo traíra têm feito, como se sabe, é forçar a barra para tirar o ex-presidente da cadeia.

A anistia, principal bandeira levantada pelos bolsonaristas no Congresso, está devidamente sepultada. Ciro e Rueda simplesmente comunicaram a Flávio que não pretendem trabalhar pelo projeto defendido por Bolsonaro – estrela em plena decadência que ainda fala em nome de um espólio a cada dia mais raquítico.

E na terça, dia seguinte ao encontro, a Câmara aprovou o projeto de lei da dosimetria de Paulinho da Força (ou da Farsa, como preferem muitos), que, num passe de mágica reduz as penas dos condenados pelos atos golpistas.

Só Bolsonaro sairia da prisão fechada em dois anos e seus 27 anos de pena passariam a 22. É a mais nova e escancarada tentativa de golpe dessa turma que não desiste.

O Senado promete embarcar na onda da Câmara. Só que se isso de fato acontecer, Lula já disse a interlocutores que pretende vetar privilégios à cúpula do atos golpistas. Leia-se Bolsonaro, seus generais de estimação, o foragido Alexandre Ramagem e o medicado Anderson Torres.

E ainda convocou os ministros a se manifestarem contra a aprovação desse texto. Domingo haverá nova manifestação no país contra a Câmara e suas arbitrariedades (amanhã haverá mais detalhes aqui). Não passarão!

No mais, ontem Alexandre de Moraes determinou a perda imediata do mandato da pistoleira Carla Zambelli, mantida no cargo em votação da Câmara na quarta-feira.