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Mostrando postagens de julho, 2024

Venezuela: ditadura ou democracia?

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  Segundo dados da Anistia Internacional, são 15,7 mil prisões arbitrárias, mais de mil casos de censura e falta de liberdade de imprensa e 305 presos políticos, como lembra o jornalista internacional, Nelson Franco Jobim. E mais: nenhum governo se reelege democraticamente com uma queda de 50% no PIB e inflação de mais de 65 mil por ano. Maduro sabe disso muito bem. Assim como os mais de 7,7 milhões de venezuelanos que deixaram o país. Como destaca o jornalista Pedro Doria, quando o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) - integrado por três reitores governistas e dois de oposição - anunciou vitória com só 80% das urnas apuradas, desapareceram 60% dos boletins de urna .  E não basta apresentar a soma dos votos, e sim a lista das urnas apuradas, quantos votos cada candidato teve em cada urna, número que precisa ser igual ao dos boletins divulgados nas seções. É assim no Brasil ou em qualquer eleição segura. Só que as urnas eletrônicas da Venezuela, instauradas em 2004, são mais modernas

Escárnio com a vontade venezuelana

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  Sou de esquerda, porém não tolero ditaduras. E o que parece é que Nicolas Maduro deu um golpe para somar mais seis aos seus 11 anos no poder. A vitória de Maduro foi anunciada na madrugada de ontem, com 80% das urnas apuradas. Conforme o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) o chavista foi reeleito com mais de 5,1 milhões de votos, ou 51,2%, contra 4,4 milhões, ou 44,2% do ex-embaixador Edmundo Gonzáles Urrutia, o candidato da oposição. Antes dos resultados finais, os dois lados se diziam vitoriosos. “Neste momento temos 44% das atas, todas as que foram transmitidas nós temos, e todas essas informações coincidem:  Edmundo recebeu 70% dos votos  e Maduro, 30%”, anunciou a líder da oposição, María Corina. Maduro chegou a dizer que as urnas brasileiras não eram auditáveis, repetindo a ladainha do inelegível. Talvez com essa suposta farsa ele mude de tom...O fato é que Gabriel Boric, líder de esquerda e presidente do Chile, afirmou não reconhecer nenhum resultado sem verificação. Como

Sabesp faz caixa para campanha

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  O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (foto), jura de pés juntos que não será candidato à presidência em 2026. A Faria Lima, por sua vez, garante que ele é o cara. Na semana passada ele já fez um caixa gordo com a pouco transparente privatização da Sabesp, a maior empresa de saneamento do Brasil e uma das maiores do mundo, que vinha batendo recordes de lucratividade. Foi um presente à Equatorial, única participante do leilão, com experiência em energia elétrica e nenhuma em saneamento básico. O governo paulista recebeu R$ 14,8 bilhões por 32% da companhia, da qual perdeu o controle.  As ações foram arrematadas 22% abaixo do valor de mercado. Uma pechincha e tanto, de pai para filho. A empresa pagou R$ 67 por cada ação da Sabesp, No mesmo dia, o valor da ação pulou para R$ 82 , em típica mágica do mercado financeiro. Os próximos passos já são conhecidos: demissões em massa, programas de demissão voluntária e terceirizações. Acionistas enr

Fórmula de enriquecimento a jato

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  Flávio Bolsonaro não é o único do time a enriquecer a jato. O filho 01 fez escola e quem seguiu seu exemplo foi o deputado federal Zé Trovão  (PL-SC). Como se sabe, em 2002 o filho 01 tinha um golzinho de R$ 25,5 mil. Em 2018, seu patrimônio declarado ao TSE chegava a R$1, 74 milhão. Um ano e meio após assumir seu primeiro mandato no Congresso, o caminhoneiro, que não tinha nenhum bem em 2022, comprou quatro carros, uma moto, e acaba de adquirir uma casa de R$ 1,5 milhão, de 417m², num condomínio de luxo em Joinville, segundo o Portal Metrópoles. O novo endereço fica no condomínio Residencial Vila Montana, no bairro de Saguaçu. Assim como Flávio, foi financiado pelo BRB. São 207m² de área construída e duas vagas cobertas na garagem. Insuficientes, portanto, para quem tem quatro carros   - um Toyota Hilux SW4 modelo 2015, uma Dodge RAM 2500 Laramie, um Ford F250 modelo 2005 e um Kia Carens modelo 2012 - e uma moto Honda Titan CG 150. Cujo valor somado chega a R$ 550 mil. Aco

Aliados nas mentiras

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  Para quem concorre à prefeitura do Rio, são no mínimo curiosas as mais recentes descobertas da PF em relação ao candidato do PL, Alexandre Ramagem. Foram encontrados arquivos em seu  e-mail  em que ele estimula o inelegível a provar a vulnerabilidade das urnas eletrônicas em 2022. O conteúdo foi discutido com Ramagem em seu último depoimento à PF, na quarta-feira-17, em meio às investigações por seu suposto papel de espionagem e perseguição ilegais a adversários do inelegível durante o período em que comandou a Abin. Ou seja: Ramagem teria influído ativamente no estímulo ao ataque às urnas eletrônicas e aos ministros do STF. O método até poderia vir agora a seu socorro, já que, segundo a última pesquisa da Quaest, ele perde para o prefeito Eduardo Paes de 49% a 13%...O quartel general do PL já estimou que sua exposição pelos ilícitos - como se sabe os eleitores do Rio são chegados a isso - pode aumentar sua cota em 5 pontos. No máximo, porém, ele admitiu à PF que costumava es

Combate à desigualdade social

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  Se o ministro Fernando Haddad será alvo de uma nova tsunami de memes que o ridicularizem pouco importa. Não há como negar a importância de sua defesa, ontem na reunião do G20, sobre tributar as grandes fortunas. Como nem aqui ou em outros lugares do planeta não se têm seres como Bill Gates ou Warren Buffet, grandes doadores de fortunas, o jeito é impor regras, para que o dinheiro não acabe nos paraísos fiscais. A conta é simples: se os bilionários pagassem 2% de sua riqueza em impostos, daria para arrecadar de US$ 200 a US$ 250 bilhões por ano para combater a pobreza e a fome. “Ou seja, cinco vezes o montante que os 10 maiores bancos multilaterais dedicaram ao enfrentamento à fome e à pobreza em 2022", compara Haddad. Sua tese baseia-se no estudo do renomado economista francês Gabriel Zucman, da Universidade Berkeley, feito a pedido do Ministério da Fazenda. Ele detalha como a riqueza é escondida em paraísos fiscais e como isso afeta a economia global e a distribuição de

Os ilícitos familiares do capitão

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  Quando o inelegível reuniu-se com o general Augusto Heleno, do GSI, o então chefe da Abin, Alexandre Ramagem, o filho Flávio e advogadas, em 25 de agosto de 2020, ele já tivera seis encontros com um coronel que o teria alertado sobre os riscos que o filho corria com as ‘rachadinhas’. O encontro buscava estratégias  para  anular a investigação contra Flávio através da  máquina federal. O ex-presidente não lembrava o nome do coronel, ao que Heleno citou “Magela”, codinome do  coronel reformado do Exército  Carlos Alberto Pereira Leonel Marsiglia, que vem a ser irmão de um auditor da Receita .  Ou seja, uma fonte indireta. Segundo a agenda do capitão, foram seis reuniões com o tal coronel, sempre a sós. A primeira em 28 de março e a última em 23 de maio de 2020. Da única com mais participantes, em 22 de maio, participaram os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Economia, Paulo Guedes. Quer dizer, as autoridades do governo tinham de prestar vassalagem  para resolver

Altos e baixos de Kamala

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  No meu cego entusiasmo ao ver uma luz no fim do túnel que elegeria Donald Trump, fechei os olhos para um traço odioso de Kamala Harris: seu exacerbado sionismo. Porém, ela não estará presente no discurso que Benjamin Natanyahu fará hoje no Congresso dos EUA. Harris já havia tomado a decisão antes de Biden abdicar da corrida presidencial. Talvez um sinal de que ela não compactue com os crimes do primeiro ministro israelense. Já é alguma coisa. Me lembro que durante o governo do inelegível eu via qualquer um que se posicionasse para sucedê-lo com entusiasmo. Agora é parecido com Trump... Não que Harris seja qualquer um. Não é. Tem seus defeitos, contudo. Já na segunda-feira, por sinal, ela lançou um comunicado dizendo ter "o amplo necessário" apoio dos delegados para tornar-se a candidata presidencial. E bate sucessivos recordes de arrecadação. Outro setor em que ela pode influir é no poderoso Vale do Silício, como indicam as informações do jornalista Pedro Doria publ

Só dá ela

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  Pessoalmente, comemorei a desistência de Joe Biden, por suas escassas chances de vencer Trump. Para a militância democrata, Biden fez um “sacrifício heroico”. Também acredito na informação de Guga Chacra de que Biden manteve Harris na sombra para ela não ofuscá-lo. Seria a primeira mulher na presidência dos EUA. Filha de imigrantes. Negra. Um feito na maior democracia do planeta. E mal chegou roubou a cena. O atentado já é passado. Porque ela seria o nome mais indicado a essa turbulenta sucessão, nunca experimentada em uma corrida eleitoral norte-americana? Não só Biden a indicou, como até agora o apoio dos democratas a seu nome tem sido maciço. Ou quase. Em 24h já pingaram US$ 81 milhões em doações. Até a noite de domingo ela era a única a assumir a candidatura. Verdade que o ex-presidente Barack Obama e a ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, não assinaram embaixo inicialmente. Pelosi já declarou ontem seu apoio. Já Obama ainda não teria candidato alternativo ao se decidir

Malafaia cada vez mais isolado

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  Ao mesmo tempo em que o inelegível – único que ainda o prestigia incondicionalmente - derrete, tragado por processos e inquéritos, o pastor Silas Malafaia coleciona derrotas. No início do mês, o empresário da fé ensinava a outro pastor, em áudio vazado, o que fazer para “entregar a igreja” onde estava e criar outra, com dicas de um negócio sem vestígios espirituais. Escancarou sua real vocação... Pegou mal nas redes e abalou apoiadores. Já a raiva contra o ministro Alexandre de Moraes em carros de som bancados por ele nos atos do capitão (foto) atesta sua luta pela sobrevivência de quem vê o poder se esvair. Ao se dispor a fazer o papel de ventríloquo do mi(n)to, vociferando o que este não pode dizer sob o risco de ser preso – como a inexistente acusação de 'ditadura da toga' -, Malafaia provoca para ser detido e virar “mártir do Evangelho”. E no mês passado o pastor sofreu mais uma derrota jurídica, ao ser condenado a pagar indenização de R$ 15 mil, mais custas e cor

Obra da BR40 atrasa 25 anos

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  Reportagem fácil de fazer a do estado da serra de Petrópolis, em de abril de 2018, dois anos após a paralisação das obras. Eu integrava a equipe do JB quando o jornal voltou a circular no papel. Eram feridas expostas: túnel fechado, mega viadutos que não levavam a lugar nenhum (foto Marcos Tristão). Passava com frequência por ali nas visitas à minha sogra, idealizadora da charmosa Pousada Alcobaça, em Correas. O trânsito era cada dia mais infernal, em claro sinal de que a estrada já não comportava a demanda.  Ainda mais com a obra inacabada. Petrópolis é um dos principais municípios serranos, atraente por seus nobres vestígios – é a única Cidade Imperial das Américas. Principal ligação com Minas Gerais, que chega até Brasília. Muitos cariocas mudaram-se para lá durante a pandemia e é altíssimo o número de pessoas obrigadas a subir e descer a serra diariamente. Não há qualquer justificativa para tanto desleixo. O abandono é ligado à Lava Jato, já que a Odebrecht, principal empre

The End para a Lava Jato?

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Uma bomba pode atingir a já combalida Operação Lava Jato. A defesa de Alberto Youssef teve acesso a mais de 210 horas de áudios gravados em grampo ilegal instalado na cela do doleiro. Sérgio Moro e procuradores da 13ª Vara Federal de Curitiba sempre negaram a existência de gravações. Como se sabe, a delação premiada de Youssef originou os principais processos da Lava Jato. Foram 10 dias consecutivos de gravações na carceragem da PF, o que pode inviabilizar toda a operação. A defesa do doleiro pode não só pedir a anulação da delação, como entrar na Justiça contra Sergio Moro, que chegou a negar por três vezes a existência de gravações. Uma sequência natural do processo seria a sua condução ao STF e ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Sabe-se também da antipatia dos magistrados pela maneira nada republicana como Moro costumava agir. O acesso às gravações foi concedido pelo juiz Guilherme Roman Borges, há duas semanas substituto na 13ª Vara Federal de Curitiba. Enquanto isso, t

Jogo não está ganho nos EUA

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  Não, as eleições americanas estão longe de estar definidas. Foi uma injeção de ânimo a live da economista, pesquisadora e escritora Monica de Bolle, radicada nos EUA. E as pesquisas logo após o atentado indicam que ela está certa. Como se viu, Trump e Biden continuavam tecnicamente empatados: o primeiro com 43% e o segundo com 41%, segundo pesquisa da Agência Reuters.  Já a certeza   da vitória inflou o ego do ex-presidente de tal forma que ele – daqui para a frente – corre cada vez mais o risco de perder para seu maior inimigo: ele próprio. O primeiro passo em falso já foi dado, na escolha de J.V. Vance para seu vice. Aos 39 anos, Vince ostenta seu best seller , “Era uma vez um sonho”, já transformado em filme. Quando de Bolle o leu, gostou, teve, porém, a intuição que seria a largada para uma carreira política. Como foi. O vice se apresenta no livro como porta-voz dos americanos esquecidos pelas autoridades, cuja única perspectiva é não ter perspectivas. Casa com o discurso

Violência covarde da direita

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  A violência contra a mulher não dá trégua, a começar pelo PL do Estuprador que, tudo indica, não irá adiante. Essa semana, a secretaria de Segurança confirmou que Regina Carnovale Nunes, mulher do prefeito Ricardo Nunes, foi à Delegacia da Mulher  em fevereiro de 2011 . O motivo, claro, era denunciar as ameaças que sofreu do marido. Já durante sabatina à Folha e ao UOL, Nunes sustentou que o boletim de ocorrência “é forjado”. Não era. O registro é da época em que Nunes concorria à eleição como vice de Bruno Covas (PSDB). O prefeito argumenta que o documento não tem a assinatura de Regina. Já a Polícia Civil diz que o caso não andou porque “havia necessidade de representação contra o autor, o que a vítima não fez”. “Inconformado com a separação, [Nunes] não lhe dá paz, vem efetuando ligações proferindo ameaças, envia mensagens ameaçadoras todos os dias e vai em sua casa onde faz escândalos e a ofende com palavrões”, diz trecho do boletim. Só que de lá para cá as coisas mudaram