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Por que a dosimetria pode vingar

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  Ontem ouvi, estarrecida, as apurações da competente jornalista Ana Clara Costa no Fórum Terezina , da Piauí . A dosimetria de Paulinho da Força foi aprovada quarta-feira na Câmara porque esta sabia que seria seguida pelo Senado. E o Senado, por sua vez, prometia aprovar porque havia participado de um acórdão com os ministros do STF Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Dias Toffoli, que só fizeram uma exigência: que aquilo não parecesse anistia. Pois a espantosa informação foi confirmada ontem pelo ICL. As intensas negociações começaram há 40 dias, com Paulinho da Farsa no centro delas. Michel Temer também foi figura central, ao costurar um encontro de Moraes - seu indicado ao STF - com Paulinho. Depois vieram Gilmar e Toffoli. Pretexto: paz entre os poderes e despolarizar o país. O espúrio conchavo permitiria a redução da pena de Bolsonaro de quase sete anos em regime fechado para dois. A reboque viriam os ‘bagrinhos’ e os generais de estimação. A tal ponto que Braga Neto f...

Flávio fica sem Centrão e PSD

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  Reunidos segunda-feira com Flávio Bolsonaro, Ciro Nogueira e Antonio Rueda,  presidentes do PP e União Brasil, os papas do Centrão (foto), bateram o martelo: "é dosimetria ou nada".  Pra começar, essa ilibada dupla carece de autoridade. Junto a Arthur Lira, foram eles que levaram Daniel Vorcaro – big boss do Banco Master – ao centro político do DF. São flores que não se cheiram em processo de decadência. Gilberto Kassab, o chefão do PSD, por sua vez, já teria desistido de Tarcísio de Freitas e avalia embarcar na chapa Ratinho Júnior e Romeo Zema.  Dito isto, as lideranças do Centrão cobraram do filho 01 o que ele não tem condições de oferecer: resultados de pesquisas que indiquem a viabilidade de sua candidatura à presidência. Ou seja, ele insiste em construir essa candidatura sem alianças. Como se não bastasse seu frágil histórico de rachadinhas, alianças com milicianos, compra de mansão com salário de senador (ele diz que ganha também como empresário e advog...

Movidos a vingança

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  Vingança. Este foi o motor da aprovação pela Câmara Federal do projeto de dosimetria de Paulinho da Força, que andava adormecido e  de repente   foi ressuscitado pelo frágil Hugo Motta, irritado com a demora no pagamento das emendas. A teoria é do Globo , após ouvir parlamentares envolvidos na votação. Como se sabe, o pleito aconteceu de madrugada, quando os brasileiros dormiam e os deputados esfaqueavam a Nação. Foram 281 votos a favor, 148 contra e uma abstenção. Da atual dotação de R$ 50,37 bilhões, as emendas têm R$ 38,24 bilhões empenhados, ou 75,9% do total. R$ 26,88 bilhões foram liquidados, o que corresponde a 53,3% do total. R$ 26,54 bilhões, ou 52,7% da verba disponível, já foram pagos. Só que Bolsonaro acostumou mal os deputados, que querem a continuidade dessa distorção. Porque quem executa o orçamento é o Executivo. Quando se grita que o Judiciário interfere no Legislativo, esquecem de dizer que o segundo passou a agir em causa própria, deixando o paí...

Quando a vitória é dos bandidos

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Ontem, antes de ser votado o jeitinho brasileiro para tentar satisfazer quem é totalmente contra a anistia – se dependesse de mim, Bolsonaro estaria na Papuda – e os que a defendem, o pau quebrou na Câmara Federal. O combativo deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) havia ocupado a cadeira de Hugo Motta por duas horas, até ser arrancado pela polícia legislativa (foto). Ele protestava ao saber que sua possível cassação seria votada junto aos traíras Karla Zambelli, Alexandre Ramagem e Eduardo Bolsonaro. Caso Braga seja cassado, não será por ter defendido a honra de sua mãe do ataque de um militante do MBL, e sim por ter denunciado as tramoias do orçamento secreto e as maracutaias do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira. Tudo errado. Braga é um dos parlamentares mais éticos, que deveria ser premiado e não cassado. Ao contrário da pistoleira Karla Zambelli, presa na Itália, cujo relator Diego Garcia (Podemos-PR) defende rejeitar sua cassação. Já Ramagem fugiu para não ser preso e Eduardo...

Clã dá aulas de calhordice

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  Seria cômico se não fosse trágico e calhorda. Quando Flávio Bolsonaro saiu do encontro com o pai – e ainda reclamou da porta trancada da cadeia VIP – dizendo-se seu candidato à presidência em 2026, impossível imaginar o que tramavam. Em mais uma tentativa de golpe, a ideia era chantagear o Centrão para votar a anistia de Bolsonaro em troca do abandono da própria candidatura balão de ensaio do filho 01. Preço de Flávio pelo espólio: “Bolsonaro livre, nas urnas”. Talvez o que essa dupla maquiavélica não pudesse imaginar seria a reação imediata do mercado, com uma das maiores quedas da bolsa dos últimos tempos e vertiginosa subida do dólar (atribuída por Flávio a Lula). E o Datafolha deu 15 pontos de vantagem a Lula sobre Flávio. Isso sem falar na inundação nas redes da carreira de falcatruas do deputado que acabou senador. Sua relação com as milícias foi chafurdada e renasceu das cinzas. Tudo o que o ex-presidente conseguiu esconder pelas tramoias que criou durante sua gestão...

Festa da cueca desmascara Moro

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  Se você é daqueles que ainda acredita em Sérgio Moro, depois da “Festa da cueca” não resta mais pedra sobre pedra. Esse é o vídeo encontrado pela PF na tal caixa amarela deixada na 13ª Vara de Curitiba, quartel general de Moro na Lava Jato. No vídeo, desembargadores participam de festa num hotel cinco estrelas de Curitiba com garotas de programa. Moro não participou, tratou, porém, de gravar vídeos para chantagear os juízes que participavam do bacanal. Essa era uma das formas usadas pelo ex-juiz a coagir estas e outras autoridades a influenciar nas decisões do TRF-4, conforme denúncia do empresário e ex-deputado Tony Garcia. Parece enredo de filme de espionagem. Mas não é. Essas seriam  gravações ilegais feitas por Garcia  em 2004, após acordo de delação premiada e de ser preso por fraudes ligadas ao Consórcio Nacional Garibaldi. O empresário ficou conhecido como “agente infiltrado” da Lava Jato, após ser instruído pelo ex-juiz a espionar autoridades com foro priv...

Feitiço vira a favor do feiticeiro

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  Se a intenção do ministro Gilmar Mendes era provocar o Senado a retomar o debate sobre a atualização da lei de crimes de responsabilidade – leia-se impeachment, inclusive de ministros do STF –, o resultado não poderia ser melhor: o Senado já retomou as discussões sobre este projeto. A proposta, elaborada por uma comissão de juristas liderada por Ricardo Lewandowski, foi apresentada em 2023 pelo então presidente da casa, senador Rodrigo Pacheco, e tinha Gilmar como relator. Agora, irritado com o ministro do STF, Davi Alcolumbre determinou essa retomada. O texto havia avançado, parou, porém, em agosto do mesmo ano. Como se sabe, a lei em vigor é de 1950 e foi atualizada pela Constituição de 1988. O projeto de  Lewandowski  inclui juízes, desembargadores e membros do MP. Concede a partidos, sindicatos e à OAB o direito de protocolar denúncias, o que dividia os parlamentares. Só que nesses últimos anos a lei em vigor, que dá ao Senado a prerrogativa de decidir sobre ...