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Mostrando postagens de outubro, 2020

Que falta fazem a esquerda e o Centro

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  O ego continua a ofuscar a esquerda brasileira. No recente encontro entre Ciro Gomes e Lula, foi ensaiado um armistício. Frágil, porém. Como já demonstrou a necessidade de um “pedido de desculpas” de Ciro a Lula e ao PT, imposto por Gleise Hoffmann, certamente com o amém do líder. Flávio Dinho, quem mais costurou uma união da esquerda para 2022, aplaudiu o encontro: "É importante uma união progressista, popular e civilizacional para proteger o Brasil da barbárie representada por Bolsonaro". As picuinhas que levaram ao rompimento dos dois líderes foram várias, de ambos os lados. Difícil tomar o partido de um deles em meio às mágoas mútuas e ao disse me disse. E nessa hora de urgência máxima para formatar um pacto capaz de nos livrar do diabo, o que mais se espera são atos de grandeza, diante do risco de uma reeleição e de uma segunda gestão ainda mais radical que a primeira. Enquanto isso, o que se vê é a desenvoltura do ministro polêmico da vez, debochando de mais uma a

Gripe espanhola 'não tem nada a ver' com a Covid-19

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  Em meio à chegada da segunda onda na Europa e na Amazônia, causada pela mutação do vírus, a AFP foi a campo para levantar semelhanças e diferenças da pandemia com a gripe espanhola, que provocou ao menos 50 milhões de mortes no planeta entre 1918 e 1919, já abalado pela Primeira Guerra Mundial. A Covid-19 já tem quase 160 mil óbitos.   Para começar, não há como comparar o mundo globalizado de hoje, com comunicação a jato pela Internet e todo o avanço tecnológico (não existiam sequer os antibióticos) ao início do século passado. Na época a primeira onda, encerrada em julho de 1918, com casos leves, chegou a passar desapercebida em vários países, ao contrário do que acontece agora.   A segunda onda, também detectada no acampamento militar americano Camp Devens, perto de Boston, e ocorrida em setembro de 1918, provocou a grande maioria dos óbitos. O motivo não foi o relaxamento da população – que sequer se isolou como acontece agora e quase não usou máscaras nessa primeira fase

República das milícias bolsonaristas

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A origem de Fabrício de Queiroz, sua relação com Adriano da Nóbrega, líder do Escritório do Crime eliminado pela polícia da Bahia e seus elos com o clã Bolsonaro é trocada em miúdos por Bruno Paes Manso, o jornalista que acaba de lançar “República das Milícias, dos esquadrões da morte à era Bolsonaro" (Todavia). A partir de entrevistas com ex-milicianos e traficantes, Manso levanta como nasceram as milícias no Rio, que hoje ocupam 57% do território do estado, conforme o recém divulgado “ Mapa dos Grupos Armados do Rio”. Crescimento, por sinal, respaldado pelo 18° BPM, de Jacarepaguá, bairro onde esses grupos se expandiram, a partir do modelo de Rio das Pedras.   Fabrício de Queiroz, que também foi motorista do vice, Hamilton Mourão, é cria do 18° BPM. E foi Bolsonaro, de quem ele era amigo nos anos 1980, no Exército, quem sugeriu sua entrada na polícia. A partir de 2003, ele começa a trabalhar no batalhão e fica amigo do então tenente Adriano da Nóbrega, um dos maiores band

Derradeira estocada

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Após estimular o desrespeito ao isolamento e ao uso de máscaras, a adoção de remédios inócuos, a não obrigatoriedade da vacinação, o desdém pelo provável primeiro imunizante disponibilizado no país e manter um interino no ministério da Saúde que sequer sabia o que é o SUS, o presidente ainda extrapolou: ele acaba de assinar o decreto que abre caminho à privatização do SUS. É isso mesmo. Acabar com a única tábua de salvação da saúde dos brasileiros, sobretudo nesses sinistros tempos de pandemia. O decreto 10.530 já saiu no Diário Oficial. Sob o pretexto de “parcerias com a iniciativa privada”, na prática, ele retira a obrigação e responsabilidade constitucional da União de cuidar do nosso povo. O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) foi rápido no gatilho, em linguagem apropriada ao Capitão Corona: ele acaba de protocolar na Câmara projeto de decreto legislativo que suspende imediatamente os efeitos da nefasta medida. “O decreto de Bolsonaro propõe que as Unidades Básicas de

Democracia em risco

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  A reação demorou, porém chegou. A intervenção de Bolsonaro na Abin, comandada pelo mesmo Ramagem que o presidente queria levar para a PF, e ao  GSI , do amigo general Augusto Heleno, para ajudar a livrar a cara do 01 e de Fabrício Queiroz foi denunciada pela Revista Época semana passada. A ideia era jogar uma pá de cal nas investigações sobre o esquema das rachadinhas. Ontem, finalmente, foi aberta uma tentativa de CPI para esclarecer o episódio. Como esclareceu Amado, as advogadas de Flávio Bolsonaro teriam encontrado filigranas nas denúncias de irregularidades levantadas pelo Coaf contra ele e Queiroz. Como as duas não conseguiam ir adiante no processo, Bolsonaro escalou Ramagem e Heleno para uma reunião no Planalto. Daí em diante, a dupla que comanda dois órgãos fundamentais para a segurança do país passou a ficar a serviço das angústias presidenciais. Apenas mais um exemplo. Assim como o PGR Augusto Aras atua escancaradamente para atender os interesses daquele que ignorou a l

Riscos da contaminação ideológica

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  Enquanto vivemos uma redobrada incerteza por conta do uso político da vacina contra o coronavírus, a história mostra que tudo começou em 1721. Foi nesse ano que o pastor Cotton Mather, respeitada autoridade religiosa da pequena Boston tentou combater a epidemia da varíola, que matava a rodo.  Usou a técnica oriental da inoculação. Consistia em expor as pessoas aos líquidos dos que tinham versões fracas da doença. Alguns dos inoculados morriam, em proporção menor ao que o mal matava. O reverendo, que defendia que o risco compensava, foi alvo de uma bomba em sua casa. Na Inglaterra, a vacina surgiu por Edward Jenner e gerou confusões em todo o país. Até que, em 1853, o liberal Lord Aberdeen tornou obrigatória a vacinação contra a varíola.  Em 1904, Oswaldo Cruz enfrentava a Revolta da Vacina, no Rio.   E foram as  duas gotinhas do Dr. Sabin, para deter a poliomielite, que paralisava seus portadores, que começou a resgatar a confiança nas vacinas, a partir de 1962, quando também a

Seria cômico se não fosse trágico

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  Depois da politização da vacina, atentado contra a saúde dos brasileiros, Hélio Rodak, assíduo leitor do Intercept,   constatou na prática o que já se sabia: o governo não fez nada para combater a Covid-19. Por quatro meses Rodak - de maio a setembro - perambulou por órgãos federais em busca de informações sobre o que estava sendo feito para minimizar a pandemia do coronavírus, que já levou mais de 150 mil vidas e infectou acima de 5,3 milhões de brasileiros. Em maio, ele começou a via crucis pela página de informações   do governo federal, solicitando uma cópia do plano nacional para reagir aos efeitos sanitários e econômicos da pandemia. Direcionou seu pedido direto à Presidência da República, de onde foi repassado à Casa Civil. Um mês depois, em 8 de junho, recebeu as seguintes informações: seus pedidos referiam-se a ‘documentos preparatórios’, que não poderiam ser fornecidos, sob o argumento “para que as informações pudessem ser disponibilizadas devido ao risco de frustrar a

Nome certo no lugar certo

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  Depois que o astrólogo Gilles Verrier abriu uma esperança para o fim dessa tragédia chamada Bolsonaro, outra porta se abre. Com Kássio Nunes aprovado pela sabatina do Senado,  uma das principais intenções do apadrinhamento saiu pela culatra. Um sorteio botou nas mãos do ministro Alexandre de Moraes a investigação sobre a tentativa de interferência do presidente sobre a PF, herdada de Celso de Mello. Desde que Bolsonaro assumiu a presidência passamos por vários momentos em que tudo indicava sua queda. A saída de Sérgio Moro, justamente por essa interferência, foi um deles. Agora vai, pensaram os desafetos, como eu.  Não foi, porém. Não quer dizer que vá agora. Sabemos, contudo, que esse regime torto ainda tem uma forte sustentação, sabe-se lá de quem, além dos militares, evangélicos e bolsonaristas fanáticos. O fato é que Moraes passa a acumular as três investigações que mais incomodam Bolsonaro e seus apoiadores: os inquéritos sobre as fake news e os atos antidemocráticos. E j

Ainda sem alternativas para 2022

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  Não estamos só sem uma esquerd a, perdemos também o nosso Centro moderador, que fazia o balanço doutrinário do jogo político. A conclusão é do cientista político da FGV, Jairo Nicolau, na entrevista dessa semana do Meio. Ele falou do livro que acaba de lançar, “O Brasil dobrou à direita”, onde radiografa os meandros que culminaram na eleição de Bolsonaro. Após ler o livro, o próprio Pedro Dória, editor do Meio, resumiu sua interpretação da análise. O PT já havia perdido o apoio da classe mais alta e letrada, assim como dos universitários nas últimas duas eleições. A culpa foi a corrupção. Em 2018, ele perdeu também a classe média baixa, os analfabetos e os que chegaram ao ensino fundamental (isso antes do auxílio emergencial). Esse grupo votou contra o desemprego e a falta de segurança. Dobradinha, por sinal, que só fez crescer na atual gestão. Para Nicolau, o PT e a esquerda perderam a capacidade de se comunicar com um crescente público conservador e evangélico – em 2010, este

Astros preveem fim da era Bolsonaro

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  O astrólogo Gilles Verrier Com Bolsonaro domando a democracia com o chicote do apadrinhamento – já se fala que o país está cheio de outdoors propondo sua reeleição, isso se antes ele não conseguir acabar nossa raça, ao não obrigar a vacinação contra o coronavírus -, soam como bálsamos as previsões do astrólogo francês Gilles Verrier, o mesmo que previu a vitória do Capitão Corona antes mesmo da prisão de Lula. Não entrarei em detalhes sobre as conjunturas propriamente ditas, porque assim como não entendo disso, suponho que a maioria dos que me leem, também não.  O fato é que a última vez que o planeta assistiu a uma conjunção como a deste 2020, tinha início a revolução industrial e o capitalismo. Entrávamos na era do materialismo. Segundo o astrólogo, estamos no fim deste ciclo. A atual pandemia seria mais um sintoma desse processo. A atual força da extrema direita vem justamente da resistência a essa transformação que se avizinha. Os ares dessa mudança começariam a soprar a part

O fã clube de Bolsonaro

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                                     Bruno Brandão, da ONG Transparência Internacional   Ontem algo me chamou a atenção na fabulosa série Borgen, sobre o parlamento dinamarquês. A primeira-ministra sugere que uma polêmica ministra renuncie, após vir à tona a falsificação de seu currículo.  Aqui, amanhã começa a sabatina no Senado de Kássio Nunes, indicado pelo presidente com a bênção do Centrão, para o STF. A falsificação de seu currículo e cópia de teses é mais que sabida, porém, alguém duvida de que a vaga já é dele? Essa é apenas mais uma peça no tabuleiro da regressão do combate à corrupção no país, integrada ainda pela invasão de Bolsonaro aos poderes constituídos   para blindar a si e à sua família. O diretor da Transparência Internacional, Bruno Brandão, apontou, no Huffpost, a sequência de atos do presidente para meter o bedelho onde não é chamado e, assim, minar a nossa frágil democracia. Ele começa por cenas recentemente protagonizadas pelo presidente: o jantar na cas

O quê as pandemias têm em comum?

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Há102 anos, propunha-se o quinino e o cloroquino para curar a gripe espanhola – que de espanhola não tinha nada, ela teria se expandido no planeta a partir dos EUA. A caipirinha surgiu nessa mesma época, como remédio para curar o mal do século (passado). Acabou por entrar nos  cardápios como coadjuvante das feijoadas, com a consagrada mistura de cachaça, limão e mel. Também inventavam-se medicamentos (foto). Assim como hoje, as autoridades negavam e mascaravam a pandemia, que levou entre 30 mil a 50 mil brasileiros à morte. As informações estão em “A bailarina da morte – a gripe espanhola no Brasil”, de Lilia Schwarcz e Heloisa Starling, que acaba de ser lançado para resgatar a pandemia praticamente apagada pela história, apesar de seu alto potencial destruidor. Bailarina era como também se chamava aquela dança rumo à morte, mais letal que a guerra. Assim como as covas rasas se espalharam pelo país em 2020, mortos eram empilhados nas ruas, enquanto crianças órfãs choravam os pais junto

Quem são os maus brasileiros?

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  Cada vez mais tenho a sensação de estar na ditadura. Entrei para o Jornal do Brasil em 1980, convivi com a censura e com o acirramento de reações da linha dura quando a abertura começou a despontar no horizonte. Nossa equipe ganhou o Prêmio Esso pela cobertura da Bomba no Riocentro, episódio que, por muita sorte, não virou uma carnificina com a bomba que explodiria no evento lotado de jovens. Acabou por explodir no colo do sargento que participava do atentado. Agora, enquanto a Floresta Amazônica e o Pantanal queimam a olhos nus, pela total falta de fiscalização e de investimentos pelo ministro da motosserra, dos garimpeiros e grileiros, e os incêndios são devidamente contabilizados pelo prestigioso Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), me vem o general Heleno enviando gente da Abin para a Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-25), realizada em Madri. Finalidade? Espionar os ‘maus brasileiros’, que ousam denunciar as atrocidades que acontecem em nosso país. "Temas estrat

O circo da Justiça brasileira

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  Poucas vezes na vida vi uma cena tão ridícula. Depois de soltar André do Rap, perigoso bandido que levou cinco anos para ser capturado, o ministro Marco Aurélio Mello, com aquele olhar enviesado, abriu as portas do presídio. André nem precisou fugir. Era condenado duas vezes a 25 anos por tráfico internacional de drogas. Mello teve a pretensão de indicar um endereço para ele se dirigir no Guarujá. Só que o criminoso desapareceu, claro. Deve estar tomando cerveja na Bolívia, gargalhando da Justiça brasileira. Segundo o Estadão, André, 43 anos, não era um bandido qualquer. Ele começou a enriquecer às custas do PCC. Com seu comparsa, Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, virou o maior barão das drogas do Rio. Isso após se unir com a máfia italiana Ndrangheta. Daí em diante, os dois criaram a sua própria organização para distribuir entorpecentes na Europa. Altos empresários do tráfico internacional. Eles se conheceram na Baixada Santista. Fuminho passou 20 anos foragido até ser p

Pix, o Big Brother do Banco Central

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  Não se enganem, não existe almoço grátis. Assim como o Google, Facebook, WhatsApp e Youtube, entre outras plataformas digitais, foram uma mão na roda na vida das pessoas, tornaram-se instrumentos de manipulação coletiva, como bem mostrou o documentário “O dilema das redes”. Algo parecido vai acontecer agora com o novo sistema Pix, que entra em vigor a partir de 16 de novembro. Ele vai permitir pagamentos instantâneos, transferências imediatas de graça – o que antes era feito pelos DOCs e TEDs -, entre outras vantagens. Com o aval do Banco Central. A quase um mês de entrar no ar, a adesão ao novo sistema é tanta que até ontem já eram 33,7 milhões de chaves cadastradas em todo o país. As chaves correspondem à identificação pessoal de cada um para uso do sistema. Quem me chamou a atenção para o que está por trás de tudo isso foi o engenheiro civil e analista de sistemas Carlos Harduim, por mensagem que recebi de um amigo. Só que Harduim alça a novidade à redenção – “o capitalismo

Papa Francisco põe dedo na ferida

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  Mais uma vez, o papa Francisco semeou sabedoria e humanidade na sua nova encíclica, “Fratelli tutti”. Nela, um consolo aos brasileiros que vivem o pandemônio, ao citar Vinícius de Morais: “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro na vida”. O sumo pontífice começa por criticar a atual conjuntura mundial, conforme reproduziu Frei Betto: “Com base nas várias respostas dadas pelos diferentes países (à Covid-19), ficou evidente a incapacidade de uma ação em conjunto. Apesar de estarmos superconectados, verificou-se uma fragmentação que tornou mais difícil resolver os problemas que nos afetam a todos”. E verifica:   “A história dá sinais de regressão. Reacendem-se superados conflitos anacrônicos, ressurgem nacionalismos fechados, exacerbados, ressentidos e agressivos. Em vários países, certa noção de unidade do povo e da nação, penetrada por diferentes ideologias, cria novas formas de egoísmo e de perda do sentido social mascaradas por uma suposta defesa dos interesse

Efeito científico do capitão na Covid-19

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                                             Covas rasas se espalharam pelo país Não foram apenas o comportamento negacionista, de dizer que a Covid-19 é uma ‘gripezinha’, de estimular as pessoas a se aglomerarem, a dispensarem o uso de máscaras e a adotarem a cloroquina, sem eficácia.  O ‘efeito Bolsonaro’ sobre a doença acaba de ser identificado por uma pesquisa realizada pela UFRJ, em parceria com o Instituto Francês de Pesquisa e Desenvolvimento (IRD). O levantamento cruzou dados de todos os 5.570 municípios brasileiros com as informações sobre a expansão da doença e os resultados da votação do primeiro turno, que elegeram Bolsonaro. A conclusão é coerente com   o comportamento dos bolsomínions: existe de fato uma ligação entre aqueles que escolheram o presidente com a expansão da Covid-19. A conta é assim: nos municípios onde houve 10 pontos percentuais a mais de votos para o Capitão Corona, ocorre um aumento de 11% no número de contaminados e de 12% a mais de óbitos.  “O es

Dança na beira do abismo

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  Gabeira e a imortal Rosiska de Oliveira deram shows em suas colunas. Após brincar com a tubaína, Gabeira ironizou, “com uma boa renda social , uma renda cidadã, Santa Cruz, Brasil, não importa o nome, vencemos as eleições e conquistamos o direito de seguir tomando nossa tubaína, como os artistas tomavam seu absinto no Pós-Guerra”.       Todos sabemos que a renda emergencial foi um desconhecido e bem vindo efeito colateral da pandemia. O governo liberal do Posto Ipiranga jamais projetou investir nos mais pobres e necessitados. Ninguém contava, contudo, com o tamanho da crise que adviria da pandemia do coronavírus. E ra ajudar ou morrer. O que eles ainda não sabiam era que essa ajuda seria definitiva na manutenção desse governo mambembe, sem rumo ou com propostas concretas para aliviar a dor coletiva. “Não sei se é um consolo, mas pelo menos a prisão de Queiroz nos levou de novo ao passado da redemocratização e nos afastou um pouco dos tempos da ditadura”.   Será que todos se deram