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Mostrando postagens de dezembro, 2022

Feliz Natal e que a paz reine em 2023

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  Os que me leem conhecem a luta anti-Bolsonaro que travo desde o início de 2020 neste blog. Tomada pela indignação – que deu título ao livro que lancei em setembro -, tenho me dedicado a lançar luz sobre os podres dessa gestão. Não sou petista, porém, vibrei com o resultado das eleições, até hoje contestado pelo gado. Era óbvio que Lula seria o único capaz de desbancar esse monstro com sua base de extrema-direita, que se mobiliza pelo poder no planeta. Pretendo continuar como voz de contestação. Já sei que não mais movida por sentimento tão intenso como o que me mobilizou nesses quatro anos.  Já se vê Lula no caminho certo, embora Simone Tebet e Marina Silva ainda se encontrem desalojadas de seu ministério. Foram e ssenciais a este terceiro mandato. E, para quem tem oito anos de presidência nas costas, surpreendem suas ironias sobre o equilíbrio fiscal. Fórmula básica para evitar a inflação que mais castiga os pobres. Assim como Getúlio é mais lembrado pelas leis trabalhistas do q

Nova Lei do Impeachment

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  Após quatro anos de capitão a Lei do Impeachment , de 1950, passou a necessitar recauchutagem. O ministro Lewandowski – o mesmo que fez a diferença para o fim do orçamento secreto – acaba de entregar à presidência do Senado uma nova proposta, elaborada por uma comissão de juristas. Não por acaso, entre as novidades do novo texto está a propagação de notícias falsas, a incitação à insubordinação das Forças Armadas e tentativa de deslegitimar os outros poderes, crimes fartamente repetidos nessa gestão. Até agora impunes. Rodrigo Pacheco pretende assumir a autoria do texto após análise da equipe jurídica do Senado. Daí em diante, o projeto começará a tramitar, o que já deve ocorrer no próximo ano. Segundo o Congresso em Foco, a proposta sujeitará a processo de impeachment “qualquer autoridade que divulgar, direta ou indiretamente, por qualquer meio, fatos sabidamente inverídicos, com o fim de deslegitimar as instituições democráticas”, e “atentar, por meio de violência ou grave am

Difícil de acreditar

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  Lula ainda nem assumiu e já começamos a assistir a episódios impensáveis nos tempos do capitão. Começo pela ordem do ministro Gilmar Mendes para que Carla Zambelli entregue sua arma. Caso contrário sofrerá um mandado de apreensão. Se bem que o ideal mesmo era ela ir em cana. Bolsonaro exonerou o diretor geral da PRF, Silvinei Vasques, aquele que fez de tudo para impedir que eleitores nordestinos chegassem às urnas, com operações previamente proibidas. E deu a maior força aos golpistas que bloqueavam as estradas. Talvez ele ignorasse que a medida não livrará o aliado das investigações em curso sobre sua conduta. E exonerou também o Ministro das Comunicações Fábio Farias, que já vai tarde. O capitão renovou por mais 15 anos a concessão do que ele costumava chamar de "Globolixo". Em seu último suspiro no ano, o STF declarou a inconstitucionalidade do orçamento secreto, aquela pedra no sapato do país que agora inverte, como num passe de mágica, o equilíbrio de forças entr

Já vai tarde

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  Logo após a diplomação de Lula, Bolsonaro ainda tentou mais uma adesão do presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, a uma derradeira tentativa de golpe. Ele dizia que ainda havia chances para melar as eleições. Só que, após o PL pagar multa de R$ 22 milhões ao TSE por conta de outra tentativa frustrada do capitão, Costa Neto saiu fora. Segundo o colunista Lauro Jardim, o mandatário ainda alimenta a esperança de anular os resultados das urnas. Só que ainda não há pistas de como isso se daria... Para o deputado Marcelo Ramos (PSD-AM), embora o silêncio vá contra quem tem instigado as manifestações antidemocráticas, a estratégia é manter o país em ebulição para tentar trocar algum perdão pelas futuras acusações.  "O processo de pacificação não passa por anistiar criminosos. Portando, a estratégia vai falhar", opinou ele à Carta Capital.  E, em meio ao sumiço do capitão desde o dia 30 de outubro, a tardia mudança do Palácio Alvorada começou a apontar no horizonte na quinta-

"Não existe registro de nada"

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  São de estarrecer os comentários conclusivos do vice-presidente eleito, Geraldo Alkmin (foto), sobre o processo de transição que comandou. "Desde que entrei na vida pública, nunca vi nada parecido". As constatações só endossam as piores impressões deixadas pelo capitão nesses quatro anos, as mais graves delas durante a pandemia, porque significaram a morte de muitos que ainda poderiam estar vivos. “A impressão que se tinha é de que não havia gestão e que tudo era decidido aleatoriamente". Não foi a toa que o que mais se via eram motociatas, enquanto os problemas do país pareciam inexistentes. “Há documentos desaparecidos, há apagões de dados que sempre existiram em governos anteriores e há rombos financeiros inexplicáveis". “Simplesmente não existe registro de nada", sintetizou. Também não surpreende que o mandatário não tenha o que citar sobre os ganhos trazidos ao país durante seu governo. Na falta do que dizer, o principal era o Pix, trunfo do BC

A vez da chantagem

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  Chantagem. Essa é a palavra chave para definir o momento que vivemos. Às vésperas da decisão final do STF sobre o orçamento secreto – decisão da qual depende desde a aprovação da PEC da Transição ao número de ministérios – sai do foco o óbvio: o orçamento cabe ao Executivo. O orçamento secreto é uma anomalia decorrente de um presidente fraco, que se viu obrigado a repassar seu poder ao Congresso – ou a Arthur Lira – para não ser impichado. Aquela fórmula convencional de recursos repassados aos ministérios foi para o espaço. Como se jamais tivesse existido. A ponto da nova versão criada pela Câmara a toque de caixa – quando se viu deputados trabalharem numa sexta-feira? – só mexe na distribuição e promete mais transparência. Quando na verdade é função que não lhe cabe. (Assim como prometeu em novembro de 2021 à ministra Rosa Weber, mudança personificada pelo ‘usuário externo’ que mantinha a mesma fórmula obscura.) Quando a distribuição dos R$ 19 bilhões destinados ao orçamen

O real significado da devastação

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  Como se não bastasse a destruição correspondente aos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo dessa gestão, os bolsonaristas Eduardo Bim, à frente do Ibama, e Marcelo Augusto Xavier, da Funai, liberaram a extração de madeira em terras indígenas a duas semanas do fim do mandato. Era só o que faltava. O valioso artigo de Valdir Florêncio da Veiga Junior e de Maria Thereza Pedroso - engenheiros químico e agrônoma, respectivamente -, recém publicado no Globo , traz a exata medida do que significa tanta devastação. “Poucos casos de amor causaram tanto encantamento como o de Roberto Burle Marx com a Amazônia.” Durante a abertura da Transamazônica, o paisagista viajava do Rio de Janeiro ao Pará para “resgatar” as plantas que seriam eliminadas. “Para que suas particularidades fossem mais reconhecidas e apreciadas, para que pudessem desenvolver toda a sua potência, ele gostava de reunir diversos exemplares de uma mesma espécie numa pequena região”, como fez no Aterro do Flamengo (f

O ridículo do sigilo centenário

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Os sigilos foram criados para situações de segurança nacional, nada têm a ver com a penca deles imposta pelo capitão. Entre os centenários sigilos em vigor dois deles, em particular, provocam mais indignação.  Lula já sabe que não vai conseguir promover o desejado  revogaço  de uma só canetada, porém, a transição já se debruça sobre os caminhos legais para revogá-los. Quando os militares foram pegos com a boca na botija no escândalo de compra superfaturada da Covaxin, o jeito de impor um rápido cala boca foi o sigilo de 100 anos. Acompanhamos a quantidade de mortes provocadas pelo atraso na compra das vacinas, consequente da mistura de negacionismo & interesses escusos. Naquele caso, a segunda hipótese era óbvia antes mesmo de iniciadas as investigações. A compra superfaturada só não chegou aos finalmente pelas denúncias da imprensa. E acabou ficando tudo por isso mesmo com o golpe baixo. Como se ele sequer existisse. O segundo foi sobre as investigações do Exército para

Terror teria digitais do GSI

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  A prisão do xavante Serere não passou de pretexto para justificar o terror cometido, impunemente, no dia da diplomação de Lula no TSE. Tudo teria sido orquestrado pelo serviço secreto do GSI do general Heleno (foto), segundo denúncia de um servidor da PF à Fórum, fonte devidamente checada pela revista. O denunciante, que classificou os episódios como “terrorismo de Estado”, é lotado na Presidência da República. “ O GSI tem hoje poder para controlar mais de mil militares diretamente lá dentro (do QG do Exército e nos acampamentos) e eles estão literalmente bancando, mantendo e abrigando essa gente.” A escalada de violência, segundo o policial, tem “as digitais da inteligência do GSI, assim como da orquestração de Bolsonaro, que se envolve ativamente nos estímulos aos radicais seguidores.” Conforme a fonte, as aparições proféticas e sinais do capitão são internalizados por esse pessoal, “essa maluquice dele falando da pátria, rezando, enfim, tudo isso é parte de uma estrat

O terrorismo está liberado

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  Ao contrário do que poderia se imaginar, não foi a cerimônia de diplomação de Lula que teria mobilizado os terroristas que incendiaram carros, ônibus, apedrejaram o veículo dos bombeiros e tentaram invadir a sede da PF em Brasília. E sim a prisão do cacique que não é cacique. Para começar, seria um paradoxo que um indígena lutasse por aquele que mais destruiu seu povo. O xavante José Acácio Serere não poderia ser cacique, por ter se casado com uma branca, se filiado ao Patriotas e virado pastor evangélico.  E virou pastor após ser preso por tráfico de drogas. É financiado pelo fazendeiro paulista Dide Pimenta. Foi com essas credenciais que Serere tocou terror e ameaçou. Sua prisão – a causa do quebra quebra – foi pedida pela equipe de transição. Como se viu, o ministro da Justiça que ainda não é ministro assumiu o controle da situação. Enquanto o titular levou três horas para reagir. Apesar dos estragos, ninguém foi preso, mesmo sob a pseudo ordem do governador Ibaneis Rocha, a

Vai valer a pena

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Nunca a diplomação de um novo presidente foi tão concorrida e cheia de mensagens subliminares. Emocionado, Lula dirigiu-se às cerca de mil pessoas presentes:  “Além da sabedoria do povo brasileiro, que escolheu o amor em vez do ódio, a verdade em vez da mentira e a democracia em vez do arbítrio, destaco a coragem do STF e do TSE, que enfrentaram ofensas, ameaças e agressões para fazer valer a soberania do voto popular. " De fato. Não à toa, o ministro Alexandre de Moraes foi ovacionado, e estendeu-se no discurso mais longo até que o do próprio presidente eleito, sem citar o carrasco. Sabemos que desde o fim da ditadura militar a democracia nunca foi tão ameaçada. E talvez nem façamos ideia das pressões impostas ao presidente do TSE, cuja coragem nos assegurou chegar onde conseguimos chegar: “Essa diplomação atesta a vitória plena e incontestável da democracia e do estado de direito contra os ataques antidemocráticos, a desinformação e o discurso de ódio proferidos por dive

Povos isolados querem mais voz

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  Entre as medidas de Lula - a ser diplomado hoje no TSE - para reconstruir o país destruído está a reestruturação da política indigenista, sobretudo voltada aos 114 grupos isolados (foto) registrados no país – até agora sem especialistas nos grupos de transição. Esse é um dos principais recados do relatório “Proposta de Reestruturação e Consolidação da Política Indigenista para Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato”, de 107 páginas, recém divulgado pelo Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas. O texto demonstra como o atual governo desdenhou da questão indígena e pôs em risco a sobrevivência de diferentes grupos indígenas isolados. “Eu convido o presidente Lula a visitar o Vale do Javari, uma vez que, com tudo o que aconteceu, nenhuma autoridade, além das forças policiais, esteve lá”, disse ao Globo Beto Marubo, líder indígena do Javari e amigo do indigenista Bruno Pereira, assassinado com o jornalista Dom Phillips.   Eliésio Marubo, advogado da União

Todo cuidado é pouco

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  Entre a diplomação amanhã de Lula e a derrota brasileira na Copa, o país vive um compasso de espera do que pode ser uma semana decisiva para o futuro do país. O STF deve decidir que o tal “usuário externo” – maracutaia inventada pelo Congresso para manter o orçamento secreto (RP9) - é inconstitucional. As discussões, por sua vez, se concentrarão na forma como serão distribuídas as verbas. Sobre isso, os parlamentares apresentarão uma proposta alternativa: fazer essa distribuição de forma proporcional entre bancadas e políticos, além de carimbar metade dela à saúde e à assistência social. Será que vai colar? Já Arthur Lira, inconformado com as articulações secretas de Lula com o STF para derrubar as RP9, ameaça boicotar a votação da PEC da Transição. Enquanto isso, multiplicaram-se memes questionando a derrota do Brasil na Copa, em óbvia alusão à resistência dos fanáticos que continuam a se aglomerar em frente aos quartéis, pedindo o golpe militar que não chega nunca. Também na sexta-