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Mostrando postagens de novembro, 2022

O caos da Saúde

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  Graças à blindagem do PGR Augusto Aras, o capitão passou incólume pelos crimes cometidos na pandemia. Resquícios dessa inoperância, para não dizer desleixo e más intenções, ainda são sentidos pela equipe de transição da Saúde.   Assim como o mandatário abusou do sigilo de 100 anos, aberração que Lula promete revogar, integrantes do grupo não conseguem ter acesso aos dados para traçar um plano de governo. O próprio Ministério da Saúde admite que o acesso ao banco de dados de estoque é “reservado”. Reserva essa contestada por um processo do TCU. Em junho, o órgão já avaliava que a pasta poderia perder até 28 milhões de vacinas que venceriam, um prejuízo de R$ 1,2 bilhão.  Segundo o ex-ministro da Saúde, Arthur Chioro, não há um calendário definido de aquisições e distribuição de medicamentos e vacinas para 2023. A inexistência de um calendário de imunização para 2023, também previsto para o Butantan, exemplifica este drama. Outra questão já verificada por Chioro foi o aumento

Milkshake que vem do passado

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  Em 2023 iniciaremos uma nova gestão cujas peças foram montadas no passado, como bem esclarece o jornalista e professor João Villaverde, no Canal Meio. No último governo da ditadura, do general João Figueiredo, vivíamos a desnutrição infantil, desemprego e alta inflação, com aumentos que chegavam a 200% ao ano. Embora as ruas gritassem “diretas já”, os milicos não queriam sair fora. A Câmara dos Deputados, dominada pelo PDS, negou a emenda Dante de Oliveira, que permitiria voto direto para presidente da República. São eles que escolhem o sucessor. Havia três candidatos, Mário Andreazza, preferido dos militares; Paulo Maluf, dos fisiológicos, e Aureliano Chaves, vice de Figueiredo, com quem estava rompido, que formou uma frente liberal no racha do PDS. Originou o PFL, depois, DEM, hoje unido ao PSL no União Brasil. Na oposição, a chapa Tancredo-Sarney, esse último, ex-presidente do PDS rompido com o partido, que aceitou o convite do PMDB para ser o vice.  Estavam com Aurelian

Ignorância do que foi a ditadura

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  Será que esse bando que se aboleta nos quartéis tem vaga ideia do que foram os 21 anos de ditadura militar no Brasil? Não creio. De qualquer forma, pena que eles só se informam pelas próprias redes, um mar de fake news. S eguem aqui algumas de suas piores memórias: -João Goulart é exilado no Uruguai, Castelo Branco toma posse e aí começam os atos institucionais. - O AI1 decreta o fim das eleições diretas, os partidos políticos são fechados e só existem eleições indiretas - No governo Gosta e Silva, o AI-5, o mais duro dos atos 17 atos, o Congresso é fechado, os mandatos são cassados, decreta-se estado de sítio e proíbem-se reuniões. Os direitos são cerceados, é instaurada a censura aos meios de comunicação e a tortura como ação de Estado. - O governo Médici, tido como o do milagre econômico, deixou uma dívida externa e inflação que foi nas alturas até o fim da ditadura. Mais de 200%. Fora as torturas em seu ápice. - Campanhas ufanistas, como “Brasil, ame-o ou deixe-o” não c

Mosaico esculpe o líder

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Até agora o mandatário tem mantido as aparências de não ter nada a ver com os atos golpistas. No entanto, é intimamente representado, como revela o jornalista Guilherme Mazieiro, no Intercept. A começar pelo capitão Andriely Cirino (foto). Um legítimo porta voz das reais intenções do chefe. Suas mensagens golpistas começaram a circular no WhatsApp a partir de 30 de outubro. E só se intensificaram, diariamente, com textos e vídeos. Mazieiro foi ver de perto a turba que ocupa a frente do QG de Brasília, com a maioria clamando por um golpe das Forças Armadas. Como disse o jornalista, passam a impressão de ser espontâneos, e não peças de um projeto de poder político. Claro que, assim como um grupo que se junta para assistir aos jogos do Brasil na Copa, com comida e bebida, como manter atos por quase um mês na rua, sob chuva e sol? Cirino, salário de R$ 24,4 mil brutos na soma de cargo político com soldo militar, é lotado no gabinete pessoal da Presidência. O próprio jornalista infil

Bolsonarismo pode morrer sem lider

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  Getúlio, Adhemar de Barros, Jânio Quadros, Brizola, Garotinho, Lula e Bolsonaro têm algum em comum: o populismo. É o que lembra o cientista político Miguel Lago (foto) em entrevista à jornalista Flávia Tavares, no Meio. Para ele, o populismo serve bem ao extremismo reacionário. “O movimento populista é, em primeiro lugar, popular”, diz. Lago enumera entre as características do populismo a visão da política como conflito, não como consenso. “Você divide a sociedade entre elite e povo”, explica, conceitos diversos para Lula e Bolsonaro, para quem, a elite é a administrativa, intelectual, cultural, enquanto o povo, os cidadãos de bem. “A coisa doida do Bolsonaro é que ele consegue colocar o MST na elite e o latifundiário no povo.” Com seu devido traço de transgressão institucional. Já Lula se aproxima mais de Getúlio: essa divisão se dá entre os pobres e os ricos. Segundo Lago, a hiper segmentação atual contribui para que o discurso populista prospere e prevaleça. O capitão é

Jogo pode começar a virar

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Os terroristas fanáticos convocam boicote à Copa. Pago para ver, após o 2X0 da estreia, graças à arte de Richarlison (foto), que conseguiu fazer um “L” involuntário no contorcionismo do segundo gol. Somado a seu posicionamento político. O capitão está tão azarado que Neymar, que prometia homenageá-lo, não fez nenhum gol e ainda saiu de campo contundido. Quem sabe é o começo da virada, com a volta de nossa bandeira verde e amarela para todos os brasileiros?   Na política, porém, o jogo segue pesado. Sobretudo pela oposição, ávida por sangue. A guerra inicial é contra o fisiologismo. David Alcolumbre, por exemplo, poderoso na presidência do CCJ do Senado, já cobrou: PEC da Transição só com ministério, de preferência da Infraestrutura. O Centrão não apenas quer a continuidade do orçamento secreto, como quer que ele se torne impositivo. Socorro! O União Brasil, por sua vez, está em processo de se unir ao PP e assim engordar a bancada para 106 votos, que pleiteia a reeleição de Arthur

Até onde vai a impunidade?

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  E então, Maria Christina Mendes Caldeira, aquelas ameaças a seu ex, Valdemar da Costa Neto, eram fogo de palha ou será que ele te comprou? Como se viu, o cacique do PL pediu a anulação de 59% das urnas. Só no segundo turno, porque no primeiro essas mesmas urnas elegeram 99 correligionários. Esse golpismo desesperado – no qual se inclui o ministro Augusto Nardes, que tratou de se esconder atrás de uma licença médica após divulgar a tal agitação nas casernas – chega a ser patético. E só faz escalar em mais violência. Acompanhamos todas as etapas, a compra de votos que estourou o mesmo teto de gastos do qual o mercado só reclama agora, as tentativas de atrapalhar nordestinos, potenciais eleitores de Lula, o caos nas estradas, as manifestações em frente aos quartéis – toleradas apesar do teor terrorista, por não partirem da esquerda. Nada deu certo. Claro que continuam a tentar. Seria muito difícil ao capitão contestar o mesmo pleito que elegeu com folga seu filho Eduardo, o bols

Aos aliados, tudo!

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  Quem disse que o capitão está há mais de duas semanas sem fazer nada? Ele faz o seu melhor: nomear e ajudar aliados. Começou pelo sanfoneiro Gilson Machado para chefiar a Embratur, só até o próximo governo, além de Célio Faria Júnior (foto) e João Henrique Nascimento de Freitas para a Comissão de Ética Pública (CEP). Os dois com garantias de três anos de emprego. Júnior era ministro da Secretaria de Governo. Já Freitas, assessor especial da Presidência. Como o critério de escolha limita-se à lealdade, ambos devem ter sido utilíssimos. Criado em 1999 na gestão de FHC, o CEP é composto por sete integrantes e, com os dois novos indicados, será exclusivamente formado por nomeados pelo capitão. A partir de traços como idoneidade moral, reputação ilibada e notória experiência em administração pública, os membros têm o poder de exonerar servidores da cúpula da administração federal que pratiquem desvio de conduta. Foi o CEP que instaurou, por exemplo, processos para apurar o co

Militares estrebucham

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  Foram quatro anos sob ameaças de golpe. O capitão queria todo o poder para si. Só que não encontrou o necessário suporte nas Forças Armadas.  E agora, que voltamos a respirar ares democráticos - fora a ponta do iceberg das manifestações verde e amarelas nos quartéis e vias interditadas -, o medo volta a ser plantado. Não seria de se estranhar, diante dos mais de seis mil militares empregados em cargos civis, e sobretudo dos generais de estimação, com seus salários muito acima do teto. Esse tal teto que volta à ribalta, dessa vez a favor dos mais pobres. Primeiro veio a fala enigmática do vice na última sexta-feira, o general Braga Netto, após visita ao capitão no Alvorada: “Não percam a fé”, recomendou aos insurretos. Ontem foi a vez do áudio enviado a amigos – não por acaso – vazado pelo Ministro Augusto Nardes, do TCU, próximo ao mandatário: “Está acontecendo um movimento muito forte nas casernas”, alertou. “Acho que é questão de horas, dias”, prosseguiu. “No máximo, uma se

"Se o conselho for bom, eu sigo"

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  É mais do que óbvio: Lula não pode errar. Sabemos que mesmo que acerte, ainda terá a metade dos brasileiros contra ele. O brilho na COP27, por exemplo, foi ofuscado pela carona no jatinho de um ex-condenado pela Lava Jato. É compreensível o risco de uma viagem em avião de carreira, porém, por que o PT não fretou uma aeronave? A Economia, por sua vez, assusta. Não é preciso ser especialista para temer sinais de gastança, já desmentida pelo vice eleito, Geraldo Alkmin: “Não há hipótese de haver irresponsabilidade fiscal”, disse ele à jornalista Mirian Leitão. E veio dos apoiadores na Frente Ampla, Armínio Fraga, Edmar Bacha e Pedro Malan –  experts  no setor e de perfil liberal, que não pleiteiam cargos – a carta pública dirigida a Lula, cujos pontos mais relevantes destaco aqui: “O teto de gastos não tira dinheiro da educação, da saúde, da cultura, para pagar juros a banqueiros gananciosos. Não é uma conspiração para desmontar a área social.  (...) Como o senhor sabe, apoiamos

O dono do bordel

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  Entre as acusações de Maria Christina Mendes Caldeira, ex-mulher de Valdemar Costa Neto, uma delas interessa demais ao Brasil: a evasão de divisas dos bolsonaros. “Tenho uma quantidade gigante de documentos”, diz ela em live em Miami, onde passou a morar após as ameaças de morte do ex. Maria Christina mudou-se para os EUA em 2011. Seu depoimento levou Costa Neto à prisão após a CPI do Mensalão. “ Vou tirar os esqueletos do armário aqui nos EUA, já não estou no Brasil patriarcal, onde você me destruiu”. A live foi gravada enquanto dirigia o Ford Focus prata, do qual é motorista de Uber, entremeada por mensagens de GPS. Ela está mal das finanças, tem de desembolsar US$ 1.400 (cerca de R$ 7.200) por mês pelo aluguel do apartamento em Brickel, distrito financeiro de Miami. Precisa de dinheiro... Segundo diz, o sumido capitão passa seu tempo no sofá, vendo Netflix e picotando provas que possam levá-lo à prisão, ou apagando registros de computador. Seus principais alvos, porém, são

Clima de velório

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  Parece que a erisipela já melhorou, porém, o capitão foi parar no hospital das Forças Armadas na noite de quinta-feira, com diagnóstico de uma nova hérnia no mesmo local da facada. Embora aliados sustentem que ele deva voltar em breve à cena política, o governo está paralisado desde a derrota.   Segundo ministros ouvidos pela colunista Bela Megale, a gestão está em 'modo de estagnação', o que espanta aliados acostumados com o comando centralizador do mandatário.   "Nada anda, o governo parou. E ainda falta mais de um mês de trabalho. O clima de velório não passa" — disse à jornalista um integrante da alto escalão.   Enquanto o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, planeja viagens do correligionário e ainda Presidente para costurar apoio de prefeituras pelo país, aliados desconfiam que a aliança com a sigla possa não ter vida longa.   Isso porque o capitão está em seu nono partido, e logo após a eleição de 2018 brigou e se desfiliou do PSL, atualmente tra

O perigo oculto dos CACs

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  Já são 18 dias desde que Lula foi o escolhido pelos brasileiros. Desde então, o mandatário encerrou-se em um mutismo, enquanto seus seguidores mais fanáticos continuam fazendo arruaças, em nome de uma democracia que eles exercem agredindo jornalistas que tentam cobrir os atos, como foi com meu ex-chefe, Marcelo Auler.   Recebi aqui no blog a mensagem de um leitor, alegando que deseja ver o seu Maranhão com a mesma pujança de um Goiás, e que isso não será possível sem desmatamento. Não por acaso, em seu discurso na COP27, Lula lembrou que conseguiu reduzir a devastação em 83% de 2004 a 2012.   Enquanto o agronegócio crescia 75%.   Ou seja, a proposta de conciliar a preservação com o agro (não ogro) não só é viável, como pode chegar a melhores resultados para produtores e para o Meio Ambiente.   Segundo levantou o site Intercept, as manifestações golpistas que “seriam cômicas se não fossem – todas – trágicas", foram especialmente dramáticas no sul do Pará, mais exatamente

O Brasil voltou

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  Após ausências às COPs e a carta branca à destruição de nossas florestas, “o Brasil voltou”. Após encontros internacionais em que a refeição foi pizza na rua para não contaminar os demais, lacuna que volta a se repetir na reunião do G20 – será a erisipela? – voltamos a ter voz. O discurso de ontem na COP27, entremeado por aplausos e improvisos – mesmo quando lia falava com a alma, ao contrário daquela pobreza de “no tocantes”, desprovida de conteúdo – Lula respondeu à pergunta que ele disse ter se repetido: “O mundo sente saudades do Brasil”. Não mais. Para o New York Times, o líder petista "eletrizou o encontro". À parte a falta de cuidado na viagem de carona em jatinho de empresário condenado pela Lava Jato, ele – cujo discurso foi antecedido e finalizado pelo coro “olé, olé olé olá, Lula” -, estava à vontade, com visível conhecimento de causa. Pronto para recuperar o atraso e o protagonismo do país. Associou a luta contra o aquecimento global à luta contra a pobrez

Perdeu, mané, não amola

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Enquanto o mercado se arvora em condenar a PEC da Transição, destinada a manter os R$ 600 do Bolsa Família, mais R$ 150 às famílias com filhos pequenos, entre outros benefícios sociais, eis que o PGR Augusto Aras, até então o advogado particular do capitão, considerou o empréstimo consignado do Auxílio Brasil inconstitucional. Aberração essa, sobre a qual, não houve qualquer crítica deste mesmo mercado. Aras reagiu à ação protocolada no STF pelo PDT, argumentando que a medida “fere a dignidade das pessoas”, por levar vulneráveis a um endividamento do qual eles não têm como se defender. Foi mais um golpe baixo da campanha pela reeleição, que não apenas pagou pelos votos com investimentos sociais proibidos durante o período eleitoral, como forjou essa falsa sensação de bonança financeira, que desaparece na hora da cobrança por juros que eles não terão como pagar. Ao mesmo tempo, celerados continuam à frente dos quartéis alegando fraude eleitoral, quando foi justamente o mandatári

O país dos golpes militares

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  Acabamos de sair da beira de mais um golpe militar – nas últimas tentativas, o capitão não conseguiu a adesão das Forças Armadas ao adiamento do pleito pelas propagandas que deixaram de ser veiculadas, ou com o relatório da Defesa, que acabou por atestar a lisura do pleito. Hoje, porém, comemoramos nosso primeiro golpe militar: a proclamação da República. Como cabe à nascente república de bananas, Deodoro da Fonseca (imagem acima), o líder militar da empreitada era monarquista. E amigo do imperador. Líderes do movimento eram vinculados   ao Exército, como o tenente-coronel Benjamin Constant, e à teoria positivista de Auguste Comte. Em seu primeiro ano de governo, Deodoro dissolveu o Congresso e instituiu o Estado de Sítio. No lugar de Deodoro, que renunciou ao cargo por pressões da Marinha, assumiu o vice, Floriano Peixoto, com seu perfil ditatorial, mantido mesmo com a reabilitação do Congresso. Passaram-se apenas 41 anos de 1889, quando os  fardados  protagonizaram novo gol