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Mostrando postagens de dezembro, 2023

Luzes no fim do túnel dos EUA

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  É de perder o sono a perspectiva de uma nova gestão de Donald Trump na presidência dos EUA, que torna-se mais provável diante da errática condução das guerras de Israel e da Ucrânia por Joe Biden. Só que acaba de se acender uma luz no fim do túnel, com a decisão da suprema corte do Colorado de que Trump está desqualificado para exercer a presidência dos EUA. Assim, seu nome não constará das células eleitorais deste estado. A causa é que a Justiça do Colorado enxergou o que as demais representantes de outros estados foram incapazes de ver: o ataque contra o Capitólio, incitada pelo ex-presidente, no mesmo 6 de janeiro de 2021em que Biden era diplomado. Claro que a encarnação do mal recorreu. Ser excluído das cédulas do Colorado pode não significar grande coisa, a não ser pela possibilidade de que seus pares, dos demais 49 estados da federação americana, acordarem para o óbvio e a decisão se alastre. Não é impossível. Diz o artigo 14 da Constituição dos EUA que é proibida aos c

O privilégio branco

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  Hoje ela parece uma vovó simpática e bem intencionada. Só que o artigo escrito em 1989 pela professora universitária americana Peggy McIntosh simplesmente revolucionou o conceito que se tinha até então sobre o racismo. “Percebi que fui ensinada sobre o racismo como algo que coloca os outros em desvantagem, mas também fui ensinada a não ver um de seus aspectos, o privilégio branco, que me coloca em vantagem." E assim mudou o paradigma. Extraio aqui 12 dos 46 argumentos usados por ela na época, capazes de sacudir os mais preconceituosos (embora o racismo ainda se mantenha firme e forte): - Posso ligar a TV ou ver no jornal pessoas da minha raça amplamente representadas; - Posso ter certeza que meus filhos receberão materiais curriculares com a raça deles; - Posso usar cheques, cartões de crédito ou dinheiro em espécie e contar que minha cor de pele não vai prejudicar minha aparência financeira; - Consigo proteger meus filhos a maior parte do tempo de pessoas que podem

Antídoto ao roubo de celulares

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  Esse ano tive meu celular roubado, no Aterro do Flamengo, no trecho entre as praias de Botafogo e Flamengo, aquele mais deslumbrante, paralelo ao Pão de Açúcar. Era muito cedo e mal o dia começava a clarear. Movimento zero. Surgiu um cara estranho, magro, pardo e mal vestido, andando na minha direção. Vou ser roubada, pensei, porém tinha machucado o joelho e não conseguiria fugir. Veio para cima de mim com a ameaça: “Passa o celular!”. Que ele sabia que eu tinha, porque já tirara uma foto. Fiz tudo errado. Abracei minha pochete, onde estava o dito cujo, e murmurei, "o celular não, pelo amor de Deus" (pensando nas fotos e agenda telefônica arquivados). Nos atracamos, fui parar no chão e a pochete, destruída. Poderia ter sido mais simples se eu desse o aparelho a ele, mas nessas horas a gente nunca sabe como vai reagir...  Até dei sorte, porque se o cara estivesse armado poderia ser muito pior. Como já tinha o hábito de desinstalar logo que instalava o aplicativo do ban

Sigilos de Claudio Castro são quebrados

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  Sempre ouvi dizer que quem manda no Estado é um delegado que possui um dossiê sobre Claudio Castro. Ontem essa informação pareceu mais verdadeira do que nunca. Na Operação Sétimo Mandamento (não roubarás), deflagrada pela PF, o ministro Raul Araújo, do STJ, determinou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático do governador. Na casa de Vinícius Sarciá Rocha, cuja mãe casou-se com o pai de Claudio Castro - é, portanto, seu irmão de criação (foto) -, foram apreendidos R$ 128 mil e US$ 7,5 mil em espécie. Além de anotações e planilhas com percentagens.   “Foram identificados pagamentos de vantagens ilícitas variáveis entre 5% e 25% dos valores dos contratos de assistência social, num total de mais de R$ 70 milhões”, reproduziu a colunista Malu Gaspar a informação da PF. A PF investiga os crimes de organização criminosa, peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, que teriam sido praticados na execução dos projetos Novo Olhar, Rio Cidadão, Agente Social e Qualimóvel entre

Brasil: 9ª Economia do Planeta

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  Os farialimers bolsonaristas devem estar se mordendo. Vão ter que arranjar novos argumentos para falar mal do governo Lula. Segundo o FMI, o Brasil vai se tornar a nona maior economia do Planeta, passando a frente do Canadá. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve atingir US$ 2,13 trilhões este ano, enquanto o canadense deve ficar em US$ 2,12 trilhões, conforme o World Economic Outlook . Pela projeção anterior do FMI, o Brasil ocupava a 11ª posição. Agora, o FMI apontou como causas desta ascensão do PIB brasileiro “uma agricultura dinâmica e serviços resilientes no primeiro semestre de 2023”. Para o FMI, o avanço econômico do país é um dos reflexos de uma recuperação em um cenário global que ainda sofre os efeitos da pandemia do coronavírus e da guerra na Ucrânia. O órgão também prevê que a inflação global caia de 8,7% em 2022 para 5,8% em 2024, por conta de uma política monetária mais restritiva e de preços das matérias-primas mais baixos. O ranking é liderado pelo

Judiciário entra na coalizão

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  Como se sabe, FHC inaugurou o sistema de coalizão em seus dois mandatos (de 1995 a 2003). Lula e Dilma deram continuidade ao método, em que o Legislativo era submetido ao Executivo e ao Judiciário. Vivíamos sob regime presidencialista, com o poder concentrado nas mãos do Executivo. Não era um parlamentarismo ou semipresidencialismo. A balança começou a mudar na gestão do inelegível, que entregou as contas do país ao orçamento secreto, pelo qual o Legislativo passa a controlar os gastos do país. Tudo para não sofrer impeachment, com o auxílio luxuoso e comprometido de Augusto Aras, na PGR. Agora, Lula assume um sistema cheio de vícios, dos quais tenta se livrar. Na interpretação do cientista político Christian Lynch, o presidente instaura uma nova modalidade, que passa a incluir o Judiciário nessa equação. Inicia-se assim um novo modelo de governabilidade. Que pode ter vindo para ficar.   É como se o Supremo passasse a ser uma terceira câmara do Legislativo, tendência inaugura

Uma direita mais limpinha

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  A fina nata da extrema-direita brasileira tem olhos azuis e cabelos claros. Porém, é tão bandida que sequer consegue conquistar o apoio de seus pares, como foi com o inominável em suas tentativas de golpes para se manter no poder. Agora, às vésperas do ano eleitoral o capitão virou casaca de lado e passou a declarar apoio a Ricardo Salles, seu ministro do Meio Ambiente que é até alvo de inquérito por exportação ilegal de madeira. Bandidagem que acabou por afastá-lo do cargo após sua sequência de ilícitos, só efetiva porque foi uma denúncia que partiu dos EUA. Além de apoiar o nome do mal, o inelegível traiu seu compromisso anterior com Ricardo Nunes. É por essas e por outras que nem a elite política ou militar foi capaz de levantar um dedo quando o TSE o declarou (duas vezes) inelegível por oito anos. Agora, só é aguardado o desenlace final, quando o mi(n)to for conduzido para atrás das grades. Sua cria, Tarcísio de Freitas, entretanto, parece indisposta a ceder aos excessos

PGR manda vídeo do capitão ao STF

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  Após Augusto Aras sair da PGR algo começa a mudar. Essa semana postei aqui sobre o vídeo do inelegível atacando as urnas eletrônicas e o STF, logo após o 8 de janeiro, apagado em seguida e recuperado pela plataforma Metamemo. Havia dúvidas se o material seria aceito pela PGR. Segundo a Folha – a mesma que publicou o conteúdo da Metamemo, criada para armazenar memórias de algum perfil – ontem a PGR encaminhou ao STF relatório do tal vídeo. Sua recuperação, segundo a PGR, vai “viabilizar a continuidade da persecução penal contra o ex-presidente”. Como se sabe, a Meta nega, desde janeiro, o fornecimento deste vídeo sob a alegação de que ele teria sido apagado. Em abril, o próprio capitão nunca chegou a negar a publicação em depoimento à PF, porém, no seu estilo mais calhorda, disse estar sob efeito de morfina por conta de uma cirurgia. Efeito esse negado por médicos, na ocasião. Assim como o depoimento do ex-faz tudo, Mauro Cid, que afirmou a participação do inelegível no 8 de

Leilão esquizofrênico

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  Não foi exatamente do "fim do mundo”, como chegou a ser chamado o leilão que ofereceu na quarta-feira (13) 603 blocos no Brasil para exploração de petróleo e gás fóssil, no 4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão (OPC), realizado essa semana pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). O Ibama e o Ministério eram contra, o que não impediu a realização do certame, cujos 192 blocos arrematados estão em áreas de conflitos socioambientais. Se a venda fosse de 100%, as emissões brasileiras passariam a mais de 1 gigatonelada anual de dióxido de carbono. É a previsão de emissão do Brasil para 2030. A estimativa é do Instituto Internacional Arayara, que entrou com ação contra o leilão. Por sorte, cerejas do bolo, como área próximas a paraísos ecológicos, como Fernando de Noronha (foto) e Atol das Rocas não foram arrematadas. Contudo, a empresa Eneva comprou o campo marginal de Japiim, em parceria com a ATEM, que adquiriu quatro blocos exploratórios nesta mesma região. E, este ano, a ANP

Compromisso com a morte

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  As devastadoras enchentes no Sul do país e as dramáticas secas ao Norte, associadas a temperaturas insuportavelmente escaldantes no Sudeste e Centro Oeste, parecem não significar absolutamente nada para a bancada ruralista. Esta semana, por sinal, quem assistiu à sabatina de Flávio Dino para seu ingresso no STF se estarreceu com o baixíssimo nível dos parlamentares. E a total ausência de causa. Saldo: o Congresso derrubou veto de Lula ao Marco Temporal, pelo qual os povos indígenas só têm direito às demarcações de terras até 5 de outubro de 1988, data da Constituição. Até o ministro da Agricultura, licenciado para votar em Dino, votou pela treva. Para se ter uma ideia da perda que a decisão representaria para os povos indígenas, hoje há 764 registros relativos às novas demarcações de terra na Funai, segundo o  O Globo . Em 483 deles, os processos de demarcação estão homologados, enquanto 281 ainda passam por análise, E é conhecido o relatório da FAO de que o desmatamento é 2,5 vezes

Dino vai à luta no STF

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  Foram necessários nervos de aço para Flávio Dino não cair nas provocações dos bolsonaristas – para um amigo, na realidade, eles são nazistas, porque não existe ideologia própria a este grupelho asqueroso. Minha velha indignação com essa gente foi aos píncaros quando vi o senador Flávio Bolsonaro acusar o ainda Ministro da Justiça de usar a PF como um 'amigo de Lula'. Quem não se lembra do motivo que levou o Ministro da Justiça de seu pai, Sérgio Moro, a renunciar? (E Flávio ainda confessou que o pai o sondou a concorrer à cadeira que seria assumida por André Mendonça...)  Moro acusava o inelegível de usar a PF em benefício de sua própria família. E os exemplos estavam ali, para quem quisesse ver. Só que nem o experto  ex-juiz conseguiu comprometer o então presidente, porque simplesmente não tinha a mesma força que ele. E depois voltou a se debandar para seu lado. Eu mesma recebi mensagem por zap da minha madrinha dizendo que Dino no STF seria uma ameaça à democracia. Re

Diferenças entre Trump e o capitão

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  Por sorte, existem mais diferenças do que semelhanças entre o inelegível e Donald Trump, conforme o cientista político Daniel Ziblatt, um dos autores de “Como as democracias morrem” e de "Como salvar a democracia". . Para ele, seria “bem difícil” para o capitão eleger um aliado para presidente em 2026. Enquanto um eventual segundo mandato de Trump  é possível e “terrivelmente assustador”. Em entrevista à jornalista Malu Gaspar, ele considera que uma das diferenças entre Brasil e os EUA é que o partido do primeiro é “fraco”. Já em terras do Tim Sam o Partido Republicano costuma se revezar na Casa Branca com o Partido Democrata, do presidente Joe Biden. O autor considera que “os brasileiros agiram melhor que os americanos  para conter os arroubos golpistas quando seus últimos presidentes foram derrotados no voto.” Lá, Trump estimulou a invasão do Congresso em 6 de janeiro de 2021. Aqui, o capitão fez o mesmo no 8 de janeiro de 2023 . Só que o americano é favorito para

Inelegível passa vexame na Argentina

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  Mesmo convidado por Javier Milei, que assumia a presidência da Argentina, o inelegível colecionou micos em sua viagem aos hermanos,  no país vizinho. Apesar de ovacionado ao chegar em Buenos Aires, o capitão terminou por passar vergonha dentro e fora da Casa Rosada. Tudo começou quando tentou entrar de penetra na foto oficial do presidente argentino, junto aos demais chefes de estado presentes à cerimônia. Ele acabou barrado depois que os presidentes Luis Lacalle Pou (Uruguai), Santiago Peña (Paraguai), Gabriel Boric (Chile) e Daniel Noboa (Equador) denunciaram ao cerimonial a presença de um intruso na foto.  Na realidade, a primeira vergonha começou quando o mi(n)to teve de pedir autorização à Justiça para sair do Brasil e acompanhar a posse do ultradireitista.  Após o primeiro vexame, ele e sua comitiva foram escorraçados de um restaurante em Buenos Aires sob os gritos “Lula!” e “Fora Bolsonaro!”, logo após a posse. Segundo o site Agenda do Poder, as imagens viralizaram n

Escravos no cultivo de cebola

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Os catarinenses que me perdoem, mas por que o que há de mais reacionário se concentra neste estado? O que explica a reincidência dos maiores absurdos em relação aos princípios civilizatórios mais básicos se darem em Santa Catarina? Na semana passada, operação do Ministério do Trabalho e do MPF, entre outros, resgatou 17 trabalhadores em condições análogas à escravidão numa lavoura de cebola em Ituporanga. Sabem qual foi a reação do deputado federal bolsonarista, Rafael Pezenti (foto, MDB-SC)? Em vídeo nas redes sociais, o parlamentar disse que a ação serve para bancar as  "viagens internacionais para Lula e Janja fazerem lua de mel"  e " pagar o enxoval  com algodão egípcio do Palácio do Planalto". Que tal? Quer dizer que é valido explorar a mão de obra e inventar que a operação que a resgatou seria para sustentar luxos? Robin Hood às avessas?  Fake news  típica da falta de noção dessa turba. E pior é que muita gente acredita... Claro que o Ministério do Trabalho ai