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Mostrando postagens de janeiro, 2024

Teclado antidemocrático desafina

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  A cada dia se confirmam as reais intenções do inelegível de fazer do Brasil uma República de Bananas, com indicações para cargos vitais não para atender as necessidades de Estado, e sim seus interesses pessoais, familiares e dos amigos. A barulhenta saída de Sérgio Moro do ministério da Justiça foi motivada pela denúncia de que o capitão queria meter a mão na PF. Embora não tivesse sido legalmente confirmada, viu-se que o mi(n)to tentou emplacar o aliado Alexandre Ramagem para comandar a PF na época. Só não deu certo porque o ministro Alexandre de Moraes – sempre ele – vetou a nomeação por seu caráter pessoal. Foi a primeira tentativa óbvia de transformar as instituições de Estado em chiqueirinhos particulares. Quase deu 100% certo. E não só parcialmente, como parece ter ocorrido. A escolha de Anderson Torres para o ministério da Justiça passou ao largo dos atributos pessoais. Mais uma vez. O capitão usava cargos chave da República para atender seus interesses pessoais. E, co

Carluxo entra na mira da PF

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  Alguém acredita que o barrigudo Jair, os filhos Flávio, Carlos e Eduardo sairiam para pescar às 6h da manhã de ontem? Pois fontes da PF sustentam ao Metrópoles que o clã foi avisado da operação e escafedeu-se mar adentro, antes que fosse tarde. A PF sabia que a familicia estava em Mambucaba, na casa em Angra dos Reis. Ela foi avisada logo que começaram as buscas na Câmara do Rio e no condomínio Vivendas da Barra. Como não achou Carluxo em nenhum dos locais, a PF seguiu para a Costa Verde em viaturas descaracterizadas. Chegou ao endereço visado por volta das 6h30, pouco após os quatro saírem de barco e jet ski , no qual Eduardo voltou, três horas depois. Mais uma hora, chegavam Jair, Flávio e Carlos. Carlos se negou a prestar depoimento e só deve ser ouvido após ter acesso aos autos. Seu celular foi apreendido pela PF, assim como um bloco de notas do mi(n)to e um computador do assessor Tércio Arnaud Tomaz. Segundo o colunista Lauro Jardim, o ex-aliado Gustavo Bebiano, pouco ante

Yanomamis: Lula foi sabotado por militares

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  O que o jornalista Fernando Gabeira chamou de fracasso por falta de continuidade – aos que caluniam a retirada dos garimpeiros da área Yanomami como jogo de cena – seria resultado de uma ação deliberada das Forças Armadas, para a Agência Pública. O Ministério dos Povos Indígenas e a Funai não têm aeronaves, barcos, armas e pessoal em número suficiente para cumprir o decreto de Lula de 30 de janeiro de 2023. Quem poderia fazê-lo seriam as Forças Armadas, a PF e a Força Nacional. Que, deliberadamente, desobedecem, ou sabotam, as ordens presidenciais. Hoje, vários pontos da terra Yanomami continuam à mercê dos garimpeiros e de invasores armados, o que impede o atendimento à saúde nesses locais. E impõem aos povos indígenas assustadora desnutrição dos seus. Embora os números do governo do inelegível sejam imprecisos e subnotificados, foi contabilizada a morte de 692 crianças de até 9 anos entre 2019 e 2022. Enquanto

Afinidades do poder com as milícias

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  Milícias infestam o Rio como metástase, inclusive no comando da Polícia Civil e, quiçá, do governo do Estado. Em meio ao assassinato de médicos na Barra e ônibus incendiados, o governador Claudio Castro nomeou ao comando da Polícia Civil o delegado Marcus Amim. Quais seriam os predicados para o cargo do desconhecido? Segundo o jornalista Guilherme Amado, Amim tem 12 anos de polícia, porém, nunca comandou investigações relevantes. Atuou em delegacias e comentarista de segurança no SBT. O policial, que possui empresas em seu nome, recusa-se a explicar que banda elas tocam. São duas consultorias e uma loja de conveniência, em sociedade com algum amigo ou familiar. Na Fernandes Consultoria, seu sócio é o inspetor de polícia Christiano Gaspar Fernandes, filho de Ricardo Afonso Fernandes, o Afonsinho, policial aposentado apontado como chefe de uma milícia em Ramos, na Zona Norte do Rio. Em 2011 Christiano e Afonsinho foram presos juntos na Operação Guilhotina da PF, que deteve 40

Trajetória de impunidade

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Domingos Brazão e seu irmão, Chiquinho, eram conhecidos como os Irmãos Metralha (foto), os personagens da Disney, nos anos 1980 e 1990. Como se sabe, ele nega ter mandado matar Marielle, assim como os demais crimes que cometeu. Brazão é da Vila Valqueire, na Zona Oeste. Comemorava com um churrasco seus 22 anos, em 1987, quando seu vizinho, Luiz Claudio Xavier dos Reis, transtornado, acusou um dos irmãos de ter um caso com sua mulher. Depois Brazão saiu de carro à procura de Reis, que estava com um amigo de motocicleta. Quando o encontrou, o matou a tiros, de dia, com várias testemunhas. O amigo chegou a ser alvejado. Sobreviveu, porém. Primeiro Brazão negou o crime, depois alegou ser em legítima defesa. Nunca foi preso. As testemunhas dizem que foram intimidadas, que o criminoso andava com grileiros armados. Quando o julgamento finalmente aconteceu, Brazão já era deputado estadual e tinha foro privilegiado (argh). A Zona Oeste, majoritariamente rural, por sua vez, é a maior áre

Futuro incerto de Ramagem

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  Alexandre Ramagem, então diretor da Abin, atual candidato do PL à prefeitura do Rio, usou o órgão para favorecer a familicia Bolsonaro com espionagem ilegal.  Foi essa uma das principais motivações da operação “Vigilância Aproximada”, da PF, autorizada ontem pelo ministro Alexandre de Moraes em Brasília, Minas e Rio, com 21 mandados de busca e apreensão. Moraes retirou o sigilo da operação, continuidade da Última Milha, de outubro de 2023, que apurava o acesso ilegal a 33 mil pessoas opositoras ao inelegível entre 2019 e 2021 pelo programa israelense First Mile , sem autorização judicial. Segundo a jornalista Julia Dualibe, o esquema também foi usado para monitorar a promotora Simone Sibilo, responsável pelas investigações do assassinato de Marielle e Anderson, em 2018. Não se sabe com que objetivo. Dá para supor, porém. O  First Mile , adquirido por R$ 5,7 milhões no fim do governo Temer com recursos públicos, sem licitação, é uma ferramenta de geolocalização para identificar

Lula prefere inelegível solto

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  De minha parte, não vejo a hora do inelegível ir parar atrás das grades. Além de fazer justiça, ficaríamos livres das suas maledicências, intrigas, influências e quem sabe até poderíamos saber, de fato, quem mandou matar Marielle. Não sou eu, portanto, quem diz, e sim o experiente jornalista Ricardo Noblat: para Lula, é melhor que o capitão continue solto pelo menos até 2026 (é duro até de imaginar...). Para o líder petista, a prisão do ex-presidente poderia levar a direita a buscar um novo nome, o que poderia dificultar a sucessão... Dependendo da gestão de um Tarcísio de Freitas, por exemplo, seria um nome a fazer frente a Lula no caso do seu governo não sair do jeito que ele deseja. O governador de São Paulo jamais trairia seu mentor se ele continuasse livre. O mi(n)to solto é certeza de divisão da direita, como em 2022. Enquanto isso, Lula exercita sua arte de governar, com a repartição dos cargos públicos entre os que o ajudam. Já seu antecessor, que não planejava govern

Por que não Freixo?

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É curiosa a falta de compromisso da grande imprensa com a notícia. Por seis anos, não havia curiosidade maior no país do que saber quem mandou matar Marielle e Anderson. Pois o Intecept descobriu com suas fontes que o principal mandante seria o ex-deputado Domingos Brazão. E os jornalões ignoraram. Claro que não me comparo à grande imprensa. Apesar de ter apostado todas as fichas na família Bolsonaro – pela abundância de ‘coincidências’ -, citei Brazão como suspeito. O que parece incoerente é que se o seu objetivo seria atingir Marcelo Freixo, ex-Psol, hoje no PT, com quem Marielle trabalhou por 10 anos antes de se eleger vereadora, em 2016, por que não Freixo? Ficaria óbvio demais?  Ou eram puras misoginia, racismo e desprezo por pobres? Ou seria mais uma cortina de fumaça para encobrir os verdadeiros culpados? Elcio Queiroz, piloto do carro onde estava Lessa, também citou Brazão, que   passou quatro anos afastado do cargo de conselheiro no TCE por ter sido preso em 2017 na Op

Mandante será revelado em breve

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  Claro que a presunção de inocência é uma questão pétrea da democracia. No entanto, as relações do assassinato de Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes – que estava na hora errada, no lugar errado – com a família do inelegível são muito contundentes. Mais impressionante ainda é que Ronnie Lessa, autor dos disparos, que sabe exatamente quem foi o (s) mandante (s), acaba de assinar uma delação premiada. A conivência se vai, agora que o capitão não está mais no poder. Como se sabe, além de morar no mesmo condomínio do mi(n)to, a filha de Lessa namorou Carluxo, o caçula do primeiro casamento. Pior: Élcio de Queiroz, que dirigia o carro no dia do crime, foi ao condomínio e tocou a campainha do ex-presidente. E o porteiro, testemunha da 'visita', simplesmente sumiu, assim como as imagens da data. Tudo poderia ser coincidência demais, ou o que parece mais óbvio: a ordem para matar teria partido da família Bolsonaro. Carlos convivia com Marielle na Câmara dos Veread

Mais vantagens para militares bolsonaristas

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  Não foram só os maciços empregos públicos, vantagens de aposentadoria e salários milionários que levaram os militares a apoiar o governo do capitão. Só que não a tal ponto de aderir ao golpe, como pretendia o inelegível. Pois semana passada o Estadão descobriu mais uma. Ex-comandantes da Marinha e do Exército apresentaram propostas de trabalho contestadas pelas empresas para receber seis meses de salário extra, as quarentenas. Entre eles, o almirante Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, o único que teria aderido ao convite ao golpe apresentado pelo ex-presidente durante reunião do Alto Comando, segundo denúncia do ex-faz tudo Mauro Cid. E ainda o general Marco Antonio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, no mesmo período. Teriam sido ao todo 12 ex-integrantes do governo anterior, entre ministros e dirigentes que alegaram interesse em ir trabalhar na iniciativa privada e assim ganharam a quarentena. Só que no fim do período de afastamento recebendo salários sem trab

Modus operandi dos populistas

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  A jornalista Ezra Klein pôs os pingos nos ‘ iss ’ no seu podcast , no New York Times, sobre o modus operandi dos populistas. Vimos o desempenho de Trump e do inelegível, sabíamos que eles trapaceavam, só não sabíamos como. Pois ela explica. Mapa da mina populista: tudo começa com ataques ao Judiciário, ao MP, à polícia e à imprensa. Em seguida, mostram simpatia pela ruptura, sem nunca serem explícitos ou se assumirem como golpistas.  Quando as instituições reagem e atuam contra as manifestações antidemocráticas, eles confirmam aos seus o quanto elas são parciais e os perseguem. ‘Injustamente’, porque eles nunca se comportaram (explicitamente) de forma antidemocrática.   Quanto mais fortes as reações, mais se confirma às suas bases o quanto eles são perseguidos e como seus programas populistas nunca serão aceitos pelos democratas. Embora Klein pensasse em Trump, o figurino veste o capitão. No médio prazo, o sentimento de que o populismo não tem espaço se consolida nas bases,

Platitudes para desviar a atenção

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  Não dá para imaginar a frustração de alguém que conseguiu realizar o maior sonho da extrema-direita (levar Lula à cadeia), depois ter de romper com o aliado pela escancarada interferência na PF quando aceitou ser seu ministro da Justiça; desistir da candidatura à presidência e estar sob o risco de perder o mandato de senador. E até de ir parar na cadeia. Com esse histórico, o ex-juiz Sérgio Moro foi buscar algum consolo, ao dizer que Lula “gosta de se equiparar” a Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul e líder do movimento contra o  apartheid , a segregação de cor. Moro acha que “não há comparação possível”, por Mandela ter pacificado o país sem revanchismos. “Não se vê de Lula gestos de conciliação à oposição e a quem nele não votou”. E, claro que Moro esquece toda a pressão que Lula tem sofrido dos golpistas desde que assumiu seu terceiro mandato, cujo ápice foi o 8 de janeiro, embora a extrema-direita continue a se articular para derrubá-lo a qualquer preço. O fa

Pastores choram leite derramado

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  Entre as várias (fracassadas) medidas eleitoreiras do inelegível está a isenção de impostos a pastores de todas as crenças, decretada em 29 de julho de 2022, às vésperas, portanto, das eleições. Como se sabe, a maracutaia, não aprovada por setores do TCU, acaba de ser suspensa por Robinson Barreirinhas, Secretário da Receita Federal. Conforme o colunista Otávio Guedes, correm 26 processos administrativos e um judicial (só este, de R$ 177 milhões) questionando o tributo, suspensos enquanto tramitam. Há quatro processos com dívida reconhecida e outros 12 parcelados, que somam R$ 293.753.452,97. São recursos que dariam para pagar 428,4 mil famílias do Bolsa Família, que é o que deveria de fato preocupar cristãos como os pastores evangélicos, os únicos a reagir à medida. O que eles têm de tão especial para serem poupados de pagar os mesmos impostos que o resto da população? Votos, responderia o capitão. Um dos mais irados com a perda da boquinha foi o pastor bolsonarista Silas Ma

A indignação se mantém em alta

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  Quando Lula venceu as eleições, julguei que perderia a motivação que me levou a lançar “Diário da Indignação – cronologia das trevas desse (des)governo” (Rebento), em 2022. E a continuar escrevendo esse blog todo santo dia. Mal sabia eu. Além da urgência de contribuir para o desmonte das armadilhas da extrema-direita, que pode estar em seu ocaso aqui após o 8 de janeiro (embora tudo seja possível), mesmo inelegível, o capitão continua provocando baldes de indignação. É inacreditável que aquele insignificante graveto que justificou o apelido de mito, a partir do palmito, expulso do Exército por insubordinação, continue a bagunçar o coreto. E sobretudo a escapar das condenações por seus nefastos atos antes, durante de depois de sua gestão. Se há duas coisas que embrulharam meu estômago foram a postura debochada do ex-mandatário com a Covid-19, que contribuiu para chegarmos ao segundo país com mais mortes pela doença. Além da baderna do 8 de janeiro, nitidamente incitada a muitos