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Mostrando postagens de agosto, 2022

Mania de dinheiro vivo

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  Dos anos 1990 até hoje, o Presidente, filhos, cinco irmãos, sua mãe e duas ex-mulheres negociaram 51, de 107 imóveis, em dinheiro vivo. Foram R$ 26 milhões em valores atualizados. O que justificaria o clã optar movimentar malas de dinheiro, quando há alternativas como cheques, cartões, transferências e até Pix, falsamente anunciado pelo capitão como obra sua? O levantamento foi do UOL, durante sete meses. E, apesar de trazer informações de fazerem o queixo cair, ainda ficou de fora a mansão de R$ 6 milhões comprada em março de 2021 por Flávio, em área nobre de Brasília (foto). Apesar da aquisição não ter sido em espécie, é uma faceta e tanto para quem ganha R$ 33 mil mensais. Os filhos Flávio, Carlos e a ex Ana Cristina Siqueira Valle são investigados desde 2018 por suspeita de praticar as ‘rachadinhas’, quando os assessores – uma maioria de funcionários fantasmas – sacava os salários em espécie e entregava 90% ao operador do esquema.  Fabrício de Queiroz é o mais famoso de

Caçula suja nome da famiglia

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  Não são apenas os filhos Flávio e Carlos que estão encalacrados com as ‘rachadinhas’. Segundo a  Folha , o caçula, Jair Renan, teria recebido R$ 9,5 mil do empresário bolsonarista Luís Felipe Belmonte (na foto com os dois Jair) para fazer  lobby  pelo garimpo em terras indígenas. A advogada Karina Kufa e o marqueteiro Sergio Lima e seu sócio, Walter Bifulco, também teriam embolsado R$ 634 mil e R$ 1,5 milhão, respectivamente, com o mesmo objetivo. O 04 parece ter gostado do esporte, porque, em outubro de 2020, ele foi presenteado com um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil (depois, devolvido).  O mimo valeu um espaço na agenda do então Ministro de Desenvolvimento, Rogério Marinho, para o grupo Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, uma das empresas do conglomerado que fez a doação. Só que este primeiro lobby tinha mais sujeira envolvida. Belmonte, um dos articuladores do Aliança pelo Brasil, partido que seria criado para o Presidente, foi investigado pelo inquérito dos atos

Raposa que cuida de galinheiro

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  O delegado da Polícia Federal Marcelo Augusto Xavier (foto), escolhido pelo Presidente para presidir a Funai, foi rejeitado na avaliação psicológica em um dos concursos prestados para a PF, por conta de sua excessiva agressividade. Em 2019, seu pai, então com 71 anos, registrou queixa por conta do soco na cara que levou do próprio filho. Além de assistir impassível às sucessivas tragédias que atingem os povos indígenas, essa flor de pessoa teria prestado apoio ao servidor, ex-fuzileiro naval, Jussielson Silva, preso por cobrar propina para aluguel ilegal de pastos na reserva Marãiwatsédé, no Mato Grosso. A área em questão, que corresponde a 165 mil campos de futebol, divide-se entre as cidades de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Felix do Araguaia, no Mato Grosso. No início do ano, a Polícia Federal interceptou a ligação entre os dois, onde Xavier prometia ajudar o preso. Ao que Silva respondeu: “O senhor é o meu apoio de fogo. O senhor me protegendo, fico mais fe

Alô alô evangélicos

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  Se Jesus Cristo estivesse vivo e brasileiro fosse, em quem você acha que ele votaria? Dada a dificuldade de ambos se elegerem, ficam fora da enquete Ciro Gomes e Simone Tebet. Comecemos pelos traços do Presidente. Durante a pandemia do coronavírus, entre a saúde e a economia, ele optou pela segunda. Só que suas ideias curtas não lhe permitiram enxergar que as duas coisas são associadas e que a segunda não sobrevive sem a primeira. E, para empurrar os trabalhadores de volta às ruas, quando a única defesa contra a doença era o isolamento, ainda forjou o golpe do vigário da cloroquina, que não salvou ninguém. Para piorar, ainda cometeu desatinos como imitar gente com falta de ar ou mentir que a doença mortal era só gripezinha. Junto a essa avenida para a morte, multiplicou a circulação das armas, quando se sabe que se há uma eficaz lei de causa e efeito é: quanto mais armas, mais óbitos. O que poderia explicar esse mórbido fascínio? Necessidades fálicas de autoarfirmação ou di

Um país irreconhecível

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  Às vésperas do debate de amanhã na Band, o ainda relutante Presidente e o líder petista confirmaram presença. Já tivemos uma amostra do desempenho de ambos na entrevista do JN, da inabilidade do “no tocante ao”, àquele que refere-se ao adversário como o  “bobo da corte”. Isso por ter perdido o controle do governo para o Centrão. Nem no orçamento ele consegue mandar. Lula nem fez faculdade e sua espontaneidade, ao vivo e a cores, é um massacre para o concorrente. Que sabe disso. Não vejo a hora de degustar esse confronto... O que já se pode dizer, porém, é que nunca, desde a redemocratização, um pleito foi tão ameaçador. Começamos pela proibição de celulares na cabine de votação. Isso porque perdeu-se o controle do tsunami de  fake news . Pior, desde que o petista Marcelo Arruda foi assassinado a tiros pelo bolsonarista Jorge Guaranho na festa de seus 50 anos, as eleições passam a ostentar um sinal de alerta. Os cidadãos que vestem camisas diferentes, antes adversários capaz

Antídoto às forças ocultas

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  Enquanto as  fake news  continuam a circular nas redes como pragas bíblicas, o ministro Alexandre de Moraes fica emparedado entre sua medida contra os empresários bolsonaristas (foto) e a necessidade de manter sigilo sobre a operação, cujo objetivo seria cortar pela raiz o financiamento de atos golpistas no 7 de Setembro. Segundo a colunista Vera Magalhães, nas redes do mandatário segue o apelo a seguidores para bagunçar o coreto do 7 de Setembro em meio a críticas ao TSE e às urnas eletrônicas. “Os elementos que justificaram as ações estão sendo mantidos em sigilo justamente para evitar que os alvos da operação consigam destruir provas ou se precaver para evitar que conexões com atos antidemocráticos sejam detectadas pela PF”, esclarece a jornalista. As investigações no inquérito das  Fake News , também tocado por Moraes, confirmam o suporte econômico de empresários a manifestações em 2020 e 2021 a favor do golpe militar e do AI-5 – é de arrepiar que ainda exista quem faça esse tipo

Barbárie contra os povos originários

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A barbárie contra os povos originários é a cada dia mais insuportável. Dados do Relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil – de 2021, divulgados no site Colabora, mostra que foram assassinadas 39 crianças ou adolescentes com menos de 19 anos. Dois exemplos estarrecedores. Cinco homens amarraram um menino Kanamari, 14 anos, o estupraram e mataram com 29 golpes de faca em Eirunepé (AM). Já a Guarani Kaiowá Raíssa, 11 anos, foi alcoolizada no Mato Grosso do Sul por cinco homens, estuprada e atirada de um penhasco. A foto acima, de José Cruz, é do protesto em Brasília contra a tragédia revelada pelo relatório. Enquanto a população que mais defende a floresta é dizimada, o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon, detectou a derrubada de 10.781 km² de florestas  entre agosto de 2021 e julho de 2022. Ou  sete vezes a cidade de São Paulo. O segundo desmatamento superior a 10 mil km² na Amazônia Legal - os maiores dos últimos 15 anos - soma 21.257 km² devastados, c

Movida a indignação

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  Embora o noticiário não dê trégua, e trato disso aqui, hoje a prioridade é vender meu peixe, com o lançamento de “Diário da Indignação, cronologia das trevas desse (des) governo” (Editora Rebento), na Livraria Argumento do Leblon. Nesses meus mais de 40 anos de jornalismo o blog sairdainercia – de onde vêm os melhores momentos do livro – é uma realização, onde escrevo o que me choca. Nesse primeiro volume - de 2020 a 2021 -, expus minha indignação, sem que nada detenha a sucessão de barbáries. Sobretudo das 670 mil mortes desnecessárias na pandemia, por motivos mais do que conhecidos. O nefasto retrato de 2022 está em andamento. E o golpismo dos empresários bolsonaristas, mais recente escândalo denunciado pelo jornalista Guilherme Amado, acaba de render frutos. Nosso xerife, Alexandre de Moraes, sentou na cadeira da presidência do TSE mostrando que não vai deixar barato. Foi dele a determinação de bloqueio das contas desses sinistros endinheirados nas redes sociais, bem com

Quando o 'limpo' é o sujo

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  Arthur Lira, o presidente da Câmara que não se cansa de exibir seu talento para tratorar jogos sujos – como a PEC Kamikaze que permitiu a compra de votos pelo mandatário – acusa sua ex-mulher, Lullyene Lins de praticar...jogo sujo! Candidata a deputada federal pelo MDB de Alagoas, Lullyene entrou com um pedido na Justiça Eleitoral para impedir que seu ex concorra a um novo mandato, para o qual, ele já articula a permanência na presidência da Câmara. Lira poderia vir a ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa. E adivinhem o que motivou o gesto? Acertou quem disse a velha conhecida do clã Bolsonaro: as 'rachadinhas'. Em 2007, o deputado foi condenado em segunda instância em Alagoas por se apropriar de parte dos salários de seus funcionários, e pela inclusão de falsos funcionários na folha de pagamento. Ele teria movimentado em sua conta cerca de R$ 9,5 milhões entre 2001 e 2007, segundo a denúncia. Só que o parlamentar apelou ao STJ para anular sua condenação, que causari

Despachante de milicos

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  O plano de explodir bombas em quartéis e na adutora do Guandu – que abastece o Rio de Janeiro e parte da Baixada Fluminense -, em 1986, tirou o mandatário do anonimato. Ele acabou absolvido meses antes de sair do Exército, quando começava a atrair uma mítica fascinação pelos ex-colegas de farda, apesar de taxado “mau militar” por Ernesto Geisel. Daí em diante, a trajetória como deputado, pela variada gama de partidos por onde passou, sempre teve um alvo principal: beneficiar os interesses corporativistas dos militares. Dos 171 projetos apresentados no Parlamento, apenas dois foram aprovados. 53 deles, ou 32%, destinavam-se à caserna. Virou um tipo de despachante oficial de milicos e, em seu discurso no impeachment de Dilma Rousseff, deixou claro o seu lado, ao elogiar o torturador Brilhante Ustra. Além de não perder uma formatura, após empregar mais de seis mil militares em cargos civis e de se cercar de generais no Palácio, nada mais natural que o ex-capitão exija reciprocid

Campanha burlesca

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  Após as ameaças que passamos no último 7 de Setembro, esse Bicentenário parece que vai ser diferente, com o acréscimo de ingredientes de última hora para transformar nossa festa cívica em evento de campanha eleitoral. Foi ideia da médica e puxa-saco Nise Yamaguchi, que defende a ineficaz hidroxicloroquina para curar a Covid, de importar para solo brasileiro o coração de D. Pedro I, símbolo de um liberalismo raramente praticado pelo atual governo. Será uma arriscada viagem, com chegada prevista para amanhã, em avião da FAB, do órgão que repousa há 187 anos num sarcófago (foto) da Igreja da Lapa, no Porto (Portugal). Nos 150 anos de independência, em 1972, durante a ditadura militar, um acordo com a ditadura salazarista permitiu que os ossos do mesmo imperador também passeassem pelo Brasil. “Acho que se Dom Pedro fosse vivo estaria dando voltas no túmulo e ia querer ficar com seu coração agarrado a si”, ironiza, no  Globo,  o sociólogo João Teixeira Lopes, da Faculdade de Letra

Mentor de fake news

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    Voltamos a ver o movimento de um órgão de Estado contra o mandatário. Dessa vez, a Policia Federal pediu autorização ao ministro Alexandre de Moraes para indiciar o Presidente por disseminar fake news – como associar a vacina contra à Covid ao contágio da Aids – e boicotar o uso de máscaras. Qualquer iniciativa que passe ao largo da PGR pode até cheirar a algum resultado. Porém, a menos de dois meses das eleições as probabilidades são mínimas. De qualquer forma, pode ajudar a acordar os que não querem ver o óbvio... E qual a reação do dirigente? Não vou usar aquela expressão chula para não baixar o nível, contudo, não é difícil imaginar. O pior é que o capitão aproveitou o ensejo para estimular médicos a receitar remédios ineficazes contra a doença. Em seguida, o puxa saco Augusto Aras entrou com recurso contra a abertura do inquérito, negado pelo nosso Xandão, que solicita manifestação sobre o mesmo inquérito a quem? Ao PGR, que certamente voltará a isentar o chefe. O curio

Guias de sobrevivência

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  Os que me acompanham sabem que compareço todo dia, sempre movida pela indignação contra o inominável que nos governa. Cuja intensidade pode até variar, porém, não falha. Chegamos às vésperas das eleições do jeito menos desejável (apesar dos resultados positivos para Lula no Datafolha e Idec, os mais confiáveis institutos de pesquisa): com uma polarização capaz de descambar em violência.  Sendo que, em quase quatro anos de (indi) gestão, o dirigente armou a população, e as barbaridades já pipocam aqui e ali. Na quarta-feira 24 lanço “Diário da indignação, cronologia das trevas desse (des) governo” (Rebento), na Argumento do Leblon. A essas alturas, a técnica do capitão de disseminar o caos analisada no livro é mais do que conhecida. E cansativa. Junto ao malabarismo anticonstitucional da PEC da Reeleição e ao golpe nos governos estaduais para baixar os preços dos combustíveis fósseis– agrados aos pobres e à classe média protagonizados pelo trator Arthur Lira -, o Presidente sobe

Traidores da pátria

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  Enquanto assistíamos ao mal estar do Presidente durante a posse do ministro Alexandre de Moraes na presidência do TSE – por motivos óbvios –, o grupo   bolsonarista de WhatsApp Empresários & Política dá suporte ao golpismo. Revelado pelo jornalista Guilherme Amado, eles pregam que se Lula for eleito é preferível um golpe de estado, além de atacarem o STF e o TSE. A troca de mensagens ajuda a explicar por que o mandatário ainda insiste na ruptura, embora não se saiba o que virá após a posse de Moraes. “Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, sustentava o empresário José Koury (foto), proprietário do Shopping Barra World, em post de 31 de julho. “Quero ver se o STF tem coragem de fraudar as eleições após um desfile militar na Av. Atlântica com as tropas aplaudidas pelo público”, argumentou Ivan Wrobel, dono da W3 Engenharia de imóveis de luxo, naquel

A morte da independência

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  Há 200 anos, o Brasil conquistou sua independência porque a família real não conseguia mais conjugar, de Lisboa, os interesses das elites de Portugal e do Brasil, junto ao poder econômico do Império Britânico. A celebração pelos 100 anos, por sua vez, foi consequência do enriquecimento de São Paulo, alvo dos principais objetivos da festa: recuperar o passado Imperial, que já não ameaçava a República, vender a ideia de que o Brasil era um país grande e moderno e promover uma comemoração paulista. Na Cultura, a estrela foi a Semana de Arte Moderna, que trouxe à tona o movimento Antropofágico e revelou artistas como Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Di Cavalcanti e Vila Lobos, entre outros. E, assim como os países começaram a organizar Feiras Mundiais, também chamadas de Exposições Universais – em 1853 D. Pedro II conheceu o telefone na Feira da Filadélfia e o Brasil tornou-se o segundo país a adotar a novidade –, a nossa ergueu, em 1922, oito pavilhões, dos quais restou o Pal