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Mostrando postagens de março, 2024

Calendário para a prisão

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Os mais impacientes (como eu) devem se dar por satisfeitos se o inelegível for condenado pelo plenário do STF até dezembro. Na melhor das hipóteses, segundo Malu Gaspar. O relatório da PF indiciando o ex-presidente por crimes como golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de direito e associação criminosa deve estar concluído até julho. Com isso, a PF espera que a PGR seja rápida na apresentação da denúncia contra o capitão, apesar da proximidade com as eleições municipais.  Assim, o STF poderia receber a denúncia e transformar o ex-presidente em réu em agosto. Tudo isso deve-se, sobretudo, aos depoimentos dos ex-comandantes Freire Gomes e Baptista Júnior, do Exército e Aeronáutica, respectivamente. Ambos sustentaram terem resistido a propostas golpistas em reuniões com o inelegível e com o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. Graças a eles não teríamos sucumbido ao golpe. Além disso, o ex-mandatário conhecia a minuta golpista e até propôs a retirada

Evangélicos se digladiam por privilégios

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  Cena 1 : O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo – agora também envolvido com milicianos que mataram Marielle – organiza e banca um ato pela anistia do inominável em 25 de fevereiro, na Paulista. Cena 2 : A popularidade de Lula despenca, apesar da economia estar bem como não se via há anos. Um dos fatores para esta queda são os evangélicos. Cena 3 : Estrategicamente, o ex-prefeito Marcelo Crivella, bispo licenciado da Universal, cria junto a outros parlamentares da bancada evangélica a PEC das Igrejas, em 2023. Entre outros itens, ela prevê o fim dos impostos para a construção e reforma de templos em geral. Cena 4 : Emparedado, apesar de vivermos em um estado laico, o governo se compromete a apoiar a PEC, para tentar recuperar a popularidade perdida inclusive entre os mais pobres (que têm sido tão favorecidos em sua terceira gestão). Cena 5 : Comissão especial da Câmara aprova, em 5 de março, a PEC das Igrejas, que amplia a imunidade tributária para t

Porque Lessa não trai o capitão

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  Uma amiga me enviou o post do informadíssimo Bob Fernandes, com uma história que eu já sabia nessa minha permanente escavação sobre os podres do inelegível. Em meio a tanta lama, já havia me esquecido. Agora, porém, é crucial. Era abril de 1995, quando o deputado do baixo clero, Jair Bolsonaro, foi assaltado em Vila Isabel. Levaram sua Honda 350 e a pistola Glock calibre 380. Oito meses depois, um dos dois assaltantes, Jorge Luís dos Santos, chefe do tráfico em Acari, foi preso na Bahia e transferido para o Rio. O traficante já amanheceu morto em sua cela, enforcado pela própria camisa com um nó de marinheiro. Versão: suicídio.  Sua mulher, Márcia Frigues, 18 anos, e a mãe, Terezinha Frigues, desmentiram publicamente o suicídio. Garantiram que a vítima nunca serviu e nunca soube fazer o tal nó. Um mês depois, os corpos de ambas foram encontrados num matagal na Via Dutra. Mortas a tiros. Dois dias depois do assalto, o inelegível recuperou a moto e a pistola, devolvidos por um

Deputados aliviam Brazão

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Passados seis anos para que soubéssemos quem foram os mandantes do brutal assassinato de Marielle, que matou também o motorista Anderson Gomes, a Câmara ainda não conseguiu votar o relatório do deputado Darci de Matos (PSD-SC), que pede a manutenção da prisão preventiva de Chiquinho Brazão, já expulso do União Brasil. Como se sabe, a análise foi adiada para após a Páscoa, o mais10 dias, pelo pedido de vistas do deputado Gilson Marques (foto, Novo-SC).  Ele alegou falta de tempo para que a comissão avaliasse os termos da prisão de Brazão. Um escárnio.  O pedido foi subscrito pelos deputados Roberto Duarte (Republicanos-AC) e Fausto Pinato (PP-SP). “São seis anos esperando por justiça, e vocês passando pano para miliciano”, disparou a combativa Sâmia Bomfim (PSOL-SP), conforme o site Congresso em Foco. Marques argumentou que “o relatório final da PF tem 479 páginas. A decisão de Alexandre de Moraes tem 41 páginas. Esses dois documentos importantíssimos não estão no sistema para a c

Caso Marielle não está encerrado

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  Quando a PF revelou os supostos mandantes do brutal assassinado de Marielle, senti uma profunda decepção ao saber que o nome do inelegível e de sua família não estariam envolvidos no crime. Meu marido comentou que eu perderia credibilidade se mencionasse isso no blog. O ministro Ricardo Lewandowski e o diretor da PF, Andrei Rodrigues deram o caso por encerrado. Só que o jornalista Ricardo Rangel, da Veja , dedicou uma coluna ao assunto, à qual mesclo minhas próprias indagações. Primeira pergunta: por que a pressa de Flávio, o primogênito, em alardear que seu pai não tinha culpa neste cartório? A Lava Jato deixou claro que delação premiada não é prova. Como ter certeza de que Ronnie Lessa disse a verdade e não estaria acobertando alguém? Como se sabe, Lessa era vizinho do capitão no condomínio Vivendas da Barra, e sua filha namorou Jair Renan, o caçula da familicia . Por que o ex-policial toparia fazer um crime de tal complexidade, por ser de uma parlamentar, apenas por um fut

Pedida a prisão preventiva do inelegível

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  O inelegível pode ter estado por um fio de se abrigar em uma embaixada aliada quando o ministro Alexandre de Moraes determinou a apreensão de seu passaporte, em fevereiro. Ontem soubemos pelo  New York Times  que, quatro dias após a apreensão – em plena segunda-feira de carnaval -, o ex-presidente passou dois dias na embaixada da Hungria, governada pelo aliado de extrema-direita, Viktor Órban. Segundo interlocutores do ex-presidente, ele estava com muito medo de ir parar atrás das grades. Moraes deu 48h para o ex-presidente explicar a causa da 'estadia' na embaixada da Hungria. Embaixadas, como se sabe, são locais em que pessoas podem se refugiar para se manter fora do alcance das leis do país. Na época, Órban publicou uma foto com o ex-presidente e o estimulou a “continuar lutando”. Para parlamentares governistas este já seria um motivo para pedir a prisão preventiva do capitão. O deputado Lindbergh Farias foi um que acionou a PGR com este objetivo. Segundo o colunista

Irmãos Brazão mandaram matar Marielle

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  Seis anos e dez dias depois, finalmente sabemos que os mandantes do brutal assassinato de Marielle, que matou também seu motorista, Anderson Gomes, foram os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão.  Domingos já era citado como suspeito desde 2018, três meses após o atentado. A surpresa maior foi a detenção do delegado Rivaldo Barbosa, em quem Marielle confiava, segundo sua mãe. Não como mandante, e sim como responsável por garantir a impunidade dos Brazão ao travar as investigações.  E organizar o homicídio.  Barbosa foi nomeado chefe da Polícia Civil pelo general Braga Netto – então interventor do Rio - em 13 de março de 2018, na véspera do crime.  Na época, o general demitiu o prestigiado delegado Fábio Galvão, então subsecretário de Segurança, quando este o alertou sobre as relações de Barbosa com milicianos. Conforme o colunista Lauro Jardim, o delegado Leandro Almada – atual superintendente da PF – fez um relatório reservado, em maio de 2019, afirmando que Barbosa era suspeito de rec

Silvinei se encrenca mais

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  Silvinei Vasques, o ex-diretor geral da PRF, está preso desde agosto de 2023, sobretudo por ter comandado a operação que dificultou a votação dos nordestinos e que deu vitória a Lula. O bolsonarista roxo também acaba de ser denunciado pelo MPF por fraude licitatória pela compra de 15 ‘caveirões’ por R$ 13 milhões, da empresa Combat Armor. Além de não haver uma justificativa para a aquisição de tantos blindados, os veículos da Combat Armor falharam em testes balísticos do Exército. Sequer subiam ladeiras. Testes mostraram que a empresa não tinha capacidade operacional e técnica para produzir este tipo de veículo. Para o procurador Eduardo Benones, do MPF-RJ, os caveirões eram “inservíveis”. Segundo ele, “a chegada da Combat coincide com a ascensão de Silvinei Vasques na PRF". A empresa fechou no primeiro semestre de 2023. Cheira a sócio oculto... Ou seja, aparentemente, Vasques não era só um queridinho do inelegível, como foi alçado ao posto para viabilizar a entrada da

Cid rateia e volta à cadeia

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 No áudio vazado à Veja, que terminou por reconduzir o ex-faz tudo, Mauro Cid, ontem à prisão, ao menos em um trecho ele disse a verdade: "Quem mais se ferrou fui eu. Ninguém perdeu carreira, ninguém perdeu vida financeira, como eu perdi. Todo mundo já era quatro estrelas, estava no topo. O presidente teve pix de milhões, ficou milionário". Como se sabe, Cid acabou preso pelos crimes do ex-presidente que ajudou a cometer pela sua função. Tão corajoso, contudo, que desmaiou ao receber a setença... E claro que, desculpem a expressão, o inelegível cagou e andou para o ex-auxiliar quando ele enfrentava seus piores momentos. Como é de seu feitio. E, mesmo assim, ainda acumula essa penca de seguidores. Após seis meses preso, desde maio de 2023, Cid resolveu fazer a delação premiada que entregou os podres do ex-chefe e com isso ganhou a liberdade. Passou a entender como funciona o mecanismo legal e, aparentemente, resolveu voltar atrás, quando disse que era coagido pela PF e pelo mi

Inferno astral da famiglia só começa

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  Não é só o papai que está com a corda no pescoço. Jair Renan, o 04 do inelegível, acaba de ser denunciado pelo MP do DF pelos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso. O único filho do segundo casamento do capitão foi investigado por ter usado um documento com informações falsas de sua empresa para conseguir um empréstimo bancário, que nem  chegou a ser pago.  Segundo a Polícia Civil, a suspeita recaía sobre a declaração de faturamento de R$ 4,6 milhões da Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia. Com números falsos, Jair Renan e seu sócio, Maciel Alves, forjavam lastro para um empréstimo bancário. A empresa da dupla fornecia serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas.  "Não há dúvidas de que as duas declarações de faturamento apresentadas ao banco são falsas, inclusive pelas falsas assinaturas do Técnico em Contabilidade” alegaram os investigadores no relatório final do caso. A dupla teria contraído ao menos três emprés

Esperança a conta gotas

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  Dificilmente um dramaturgo seria capaz de imaginar desfecho tão cruel para um crime, com revelações a conta gotas após seis anos da violenta ocorrência. Se é difícil para qualquer um, imagine para os familiares das vítimas? As investigações sobre o brutal assassinato de Marielle e Anderson deram um salto após a PF assumir as investigações, em fevereiro de 2023. O primeiro gol foi a delação premiada de Élcio de Queiroz, em 24 de julho de 2023, que entregou o autor dos disparos, o ex-PM Ronnie Lessa. A delação do ‘colega’ motivou Lessa – preso em março de 2019 - a abrir o bico, na delação fechada em 21 de janeiro de 2024, que esperava homologação do STJ, leia-se, ministro Raul Araújo, que votou contra a inelegibilidade do capitão. Como se sabe, a história só andou porque um dos dois mandantes teria foro privilegiado e por isso chegou ao STF, que sorteou como relator o onipresente Alexandre de Moraes. Com isso, após três depoimentos, já se sabe quem contratou Lessa para executar

Castelo de cartas começa a desmoronar

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  Saiu o primeiro indiciamento contra o inelegível por dois crimes: associação criminosa (três anos de prisão) e inserção de dados falsos no sistema de informações da Saúde – a fraude no cartão de vacinação (de 2 a 12 anos de prisão). O mesmo já chegou ao PGR Paulo Gonet que, como aliado de Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, terá 15 dias para encaminhá-lo ao STF para que o alvo se torne réu. O próximo será a venda ilegal de joias, que deve fazer o mesmo percurso (peculato, de 2 a 12 anos de prisão). Diga-se de passagem, a fraude dos cartões de vacinação, inserida no sistema em 21 de dezembro, permitiria a fuga do capitão para os EUA nove dias depois, quando ele já sabia que os generais não tinham topado o golpe. Ou seja, tudo está interligado, como lembra a colunista Andrea Sadi. A tentativa de resgatar as joias sauditas, também em dezembro, proporcionaria folga de caixa na estadia no exterior. Porém, o inquérito filé mignon , como se sabe, é o da tentativa de golpe, que deve e

Nisia intervém em hospitais federais do Rio

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Ser ministro da Saúde no Brasil não exige só competência e honestidade, como também coragem para enfrentar as máfias que só têm cifrões nas pupilas. E é isso que acontece agora com na gestão de Nísia Trindade. A ministra demitiu ontem Alexandre Telles, responsável pelos hospitais federais do Rio e acaba de decretar uma intervenção nestas unidades, comandada pelo secretário nacional de Atenção Especializada à Saúde, Helvécio Magalhães. Durou pouco, já foi trocado por Maria Aparecida Braga. A ideia é esvaziar o poder dos diretores apadrinhados por políticos. Sobretudo do Centrão. Relatório do TCU de agosto de 2023 identificou, por exemplo, quase R$ 100 milhões em contratos sem licitação entre 2019 e 2021 no Hospital Geral de Bonsucesso. Causa: a unidade era controlada por apadrinhados de Flávio Bolsonaro, que teria indicado os três ex-superintendentes do ministério da Saúde no estado, além do coordenador-geral dos hospitais federais, na época, Marcelo Lamberti. As demissões de Tell

PEC do atraso avança no Senado

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  É de estarrecer a PEC que proíbe o porte e a posse de drogas que acaba de ser aprovada pela CCJ do Senado. Autor do projeto, o senador Rodrigo Pacheco deu esse jeito para estar em evidência no país que rema na contra-mão da história. Para começar, parece birra que reage à votação no STF para diferenciar a quantidade de posse de maconha entre usuários e traficantes. Suspensa por pedido de vista de Dias Toffoli, a votação está em 5X3 pela extinção da punibilidade. Como bem disse o senador Fabiano Cantarato, que votou contra a PEC,  “a proposta não enfrenta o tráfico de drogas e não inova em nada”. E foi chamada pelo senador Jacques Wagner de “enganação”. Claro que Pacheco conhece bem a predominante tendência conservadora do Congresso, sobretudo na Câmara, de maioria do PL bolsonarista. São os reis da hipocrisia, forjando um comportamento para agradar ao conservadorismo que deu um salto entre os brasileiros na última gestão presidencial. Enquanto o Congresso que se proclama resp

Ex-periguete pode chegar ao poder

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  Após os quatro últimos anos, a extrema-direita está de olho no sucessor do inelegível, que seria o candidato se não estivesse interditado pelo TSE. Enquanto cresce um movimento pró Michelle, a ex-primeira-dama, a opinião pública passou a se familiarizar com o termo “Teologia da Dominação”. Cujo exemplo mais contundente aconteceu no ato de 25 de fevereiro, na Paulista, para anistiar os golpistas. No dia, a ex-periguete discursou longamente mesclando política à religião e anunciou que seu marido teria sido um escolhido por Deus para construir o “reino” no Brasil. Algo que fez lembrar o assustador regime teocrata do Irã... O pastor Malafaia, responsável inclusive financeiramente pelo ato, fez coro: "Por um bom tempo fomos negligentes ao ponto de dizer que não poderiam misturar política com religião. E o mal ocupou o espaço. Chegou o momento da libertação." ‘Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’, usava o versículo repetido pelo ex-presidente. Não por acaso, o discurs

Tiro de misericórdia

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  Será praticamente impossível à defesa do inelegível provar que ele agia ‘democraticamente’ a partir das bombásticas revelações do ex-comandante do Exército, Freire Gomes, agora tornada públicas pelo ministro Alexandre de Moraes, junto a outros 26 documentos sigilosos. E a defesa do ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, também não ficará atrás... Se a ideia dos advogados do capitão era afirmar que ele não assinou nenhum documento, como negar sua interferência mais que ativa na confecção das minutas e em suas tentativas de convencer os militares a aderir ao golpe? Para o STF, isso é atentar contra o Estado de Direito. É crime. Segundo Freire Gomes, ele “se recorda de ter participado de reuniões no Palácio do Alvorada, após o segundo turno das eleições, em que o então Presidente da República apresentou hipóteses de utilização de institutos jurídicos como GLO, ESTADO DE DEFESA e ESTADO DE SÍTIO em relação ao processo eleitoral”. E ainda que, no segundo encontro