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Mostrando postagens de maio, 2020

Novela sem final feliz

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Faço minhas as palavras de Christian Edward Lynch , doutor em Ciência Política pelo IUPERJ, em sua interessante e alvissareira – para o meu ponto de vista – previsão para o futuro próximo do país. Mesmo sem considerar as feridas que serao deixadas pela pandemia, tanto sociais quanto econômicas, Lynch prevê três possíveis cenários no horizonte. O primeiro ele chama de João Figueiredo, o segundo, Hugo Chavez e o terceiro, Fernando Collor. Vamos a eles. Para o primeiro, a previsão é de um governo domesticado e claudicante que permanece até 2022. No segundo, ele avista um golpe de Estado pelo Exército e pelas milícias paramilitares, com fechamento do STF, sustentando o poder de Bolsonaro, filhos e rede de apoiadores envolvidos no inquérito de fake news a nas manifestações antidemocráticas. Uma irreversível venezuelização chavista. Contudo, ela é considerada improvável pelo cientista político, com base em argumentos poderosos. Entre eles, por que as Forças Armadas se arriscariam a

Parece, mas não é

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O bufão mor Na semana em que o país atingiu os 100 mil óbitos pelo coronavírus, muito além dos 60 mil estimados pela Administração, a pandemia tem atacado sobretudo os pobres e negros. No início da crise sanitária, em 18 de janeiro, o secretário (ministro) da Saúde tenta pela primeira vez abordar a pandemia com o presidente, que prefere falar sobre cigarros eletrônicos. No mesmo dia, o então diretor da Autoridade de Pesquisa e Desenvolvimento Biomédico Avançado, hoje afastado pelo presidente, pede a criação de um grupo coordenado de resposta ao coronavírus. Resposta: “Isso não é urgente.” No início de fevereiro, a equipe de saúde pública recomenda o fechamento de colégios e negócios nos pontos mais agudos atingidos pela pandemia e sugere a recomendação para a distância física e a adoção do teletrabalho. Os especialistas levam três semanas para convencer o presidente das terríveis consequências por não agir rapidamente. Em 23 de abril, em meio à pior pandemia dos últimos século

O que será o amanhã

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Pedro Dória entrevista Alexandre Borges no site Meio Mais uma vez o jornalista Pedro Dória, editor do site Meio, joga luz no contexto politico, mais exatamente sobre o obscuro universo bolsonariano. Começo pelo fim. O analista político Alexandre Borges, assumidamente de direita e fã de Olavo de Carvalho, em entrevista a Dória, sugere, com todas as letras: “Que as forças democráticas estejam atentas e vigilantes    e não paguem para ver. Pequem pelo excesso!” Borges não apenas descreve como se  deu a ascensão de Bolsonaro, que surpreendeu a própria direita na sua busca por um representante, como ajuda a esclarecer como funciona a cabeça dessa turba. Sem mencionar golpe ou volta à ditadura, o analista mostra a tendência à total hegemonia do núcleo ideológico em relação ao técnico, cuja escalada começou pelas cabeças de Mandetta, Teich e Moro. Se os últimos se guiam por suas trajetórias e conhecimento, a lealdade, a qualquer preço, é o que move os primeiros. No caso de uma recu

Tragédia anunciada

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Moro perto do Palácio Laranjeiras e, como jornalista que sou, tenho aguçado senso de observação. Me lembro bem do estardalhaço de helicópteros sobre a residência do governador quando Garotinho foi preso. Ok, agora, quando a Polícia Federal lançou a Operação Placebo, que pode levar à prisão de Wilson Witzel, não poderia ser diferente. Por que será, contudo, que ontem e hoje, às 6h, o ruído dos helicópteros da PF voltava a fazer barulho naquelas imediações? Fico imaginando os policiais acatando as ordens do presidente de exagerar na performance, embora pela Constituição a Polícia Federal não seja órgão do governo, mas do Estado. Especulação não infundada. A investigação que corre para apurar as interferências de Bolsonaro na PF está na mesa, com a obviedade da imediata troca do diretor geral, do superintendente do Rio e da troca de mais 100 cargos na corporação. Ok, tudo indica que – como seus antecessores – Witzel errou, com gravidade acentuada pelo dramática crise sanitária da

Competência X incompetência

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A primeira-ministra Jacinta Arden Enquanto o Brasil patina entre a pandemia e o pandemônio, acossado por um presidente que aos domingos pratica o perigoso esporte de se aglomerar em manifestações, sem máscara, existe um lugar, liderado por uma mulher, que colhe os frutos de sua bem sucedida estratégia. Com 1.504 casos confirmados de Covid-19 e 21 vítimas fatais – ontem o Brasil tinha 374.898 casos e 23.473 óbitos -, a Nova Zelândia, chefiada por Jacinta Arden, usufrui da meta de “erradicar o vírus”, Desde 7 de maio não há novos casos. As circunstâncias acentuam mais ainda as diferenças. Enquanto o Brasil trocou seu ministro da Saúde duas vezes, antes mesmo de o país atingir o pico de sua curva dramaticamente ascendente e impõe um discurso ambíguo que só faz confundir a população, a Nova Zelândia se tornou um bem sucedido modelo mundial. Se os cientistas e políticos pregavam o achatamento da curva, a primeira ministra tomou a dianteira do esforço nacional, com declarações firmes,

Gigante contra as fake news

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Fábio Wajngarten na cola do chefe Desde que Steve Bannon apodreceu a forma de fazer política, com nefastos resultados como as vitórias do Brexit, de Trump e de Bolsonaro, a partir da maciça disseminação de fake news , até que enfim uma boa notícia. Semana passada aterrissou por aqui a versão brasileira do Sleeping Giants – movimento que alerta sobre desinformação nas redes sociais de extrema direita –, responsável por estragos em canais duvidosos e até no alto escalão do governo Bolsonaro, conforme o jornal El País. Alertadas pelos Giants , a Dell e a Fiat Brasil são indústrias que já negam publicidade aos sites de  fake news . O sistema de mídia programática do Google do portal Jornal da Cidade Online , mestre em divulgar falsas notícias de apoiadores de Bolsonaro, lançou, inclusive, um contragolpe, para impedir que outras páginas, igualmente de extrema direita e ultraconservadoras, sejam afetadas pela fuga dos anunciantes estimulada pelo Sleeping Giants . O próprio site B

Trosoba e o saber de Bolsonaro

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Ontem recebi um vídeo tragicamente cômico, que começava pela desconhecida palavra,    para mim e meu marido, ambos sexagenários (seria uma nova gíria?): trosoba. O Google esclareceu a ignorância: pênis avantajado. O que traria um vídeo com início tão grosseiro? Acertou em cheio quem pensou na reunião de 22 de abril, quando os brasileiros já morriam aos milhares pela pandemia que assola o planeta. O autor da mensagem editou o conteúdo, restrito às incontáveis vezes em que o excelentíssimo presidente da República pronuncia palavras de baixo calão.  A abertura é imagem da bandeira do Brasil, enquanto uma locutora anuncia, solenemente, “forma-se nesse momento a rede nacional de rádio e televisão, para o pronunciamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, pátria amada, Brasil. (Infelizmente o blog não reproduz vídeos). Surge então a imagem do finíssimo chefe máximo da nação proferindo “trosoba”, gesticulante, entre os não menos ilustríssimos ministros da Casa Civil e vice-

Dores de um Brasil encurralado

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A reunião da quadrilha Desânimo. Esperava ansiosamente pela liberação do vídeo da reunião ministerial, com grande expectativa de que pudesse ser a ponte ao tão desejado impeachment , apesar de o PGR ser amigo do presidente. O que se viu foi o contrário. Uma baixaria, que só serviu para a turba de seguidores festejarem e, pior, anunciarem a certeza da reeleição.  Não sou petista e não me entusiasmava a ideia de votar em Haddad, para mim, o único jeito de escapar da criatura que já se anunciava um maníaco, em quem não votei. Mais do que óbvio que essa dicotomia elegeu o capitão. Custo a crer que aqueles que hipotecaram seu voto não se arrependam. O que sobrou? A vitória do liberalismo, (sem nenhuma privatização até agora) com a país totalmente desacreditado no exterior e entre possíveis investidores, com o dólar em níveis estratosféricos? Será que os que deram suporte a esse louco continuam a acreditar que a aventura vale a pena? Tenho 63 anos, muitos deles passados sob a dita

Estouro da boiada

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O mauricinho que abre as portas ao desmatamento Enquanto o prefeito Marcelo Crivella faz acordo com Bolsonaro para abrir o comércio, de olho na  reeleição,  em plena ascensão da curva da pandemia no Rio de Janeiro, nossa natureza se esvai. A cortina de fumaça que acoberta o sinal verde à destruição ficou clara na reunião da quadrilha, cujo acesso foi liberado ontem: "Nesse momento de tranquilidade quanto à cobertura da imprensa, porque só se fala de Covid (precisa de um esforço nosso para) ir passando a boiada e mudando todo o regramento, simplificando normas", declarou o mauricinho que atende como ministro do Meio Ambiente", como se tivesse descoberto a pólvora.  Índios começam a morrer de Covid-19 sem qualquer assistência federal;  de janeiro a março  a Amazônia perdeu 796 km² de florestas – aumento de mais de 50% em relação a igual período de 2019 – e ainda o desministro  ambiental, Ricardo Salles, reconheceu as propriedades rurais instaladas em áreas protegida

"Inimigo que não faz barulho"

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Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio O Projeto Voz das Comunidades, criado em 2015 para dar voz às favelas, acaba de ganhar seu aplicativo, com notícias sobre o avanço da Covid-19, destaques como estatísticas - na última quarta-feira eram 607 casos e 174 óbitos em 13 comunidades, tão subnotificadas quanto no resto do país -, alertas sobre  fake news, serviços e informações gerais.  E nesse momento em que o Rio chora a morte a tiros por uma operação policial do jovem João Pedro,14 anos, dentro de casa em Itaoca, São Gonçalo, a edição de ontem do app trouxe o contundente texto da talentosa ex-colega de Viva Rio, Thaís Cavalcante, moradora do Complexo da Maré. "De repente, fomos tomados por um inimigo que não faz barulho como os tiros, não deixa buraco nas paredes ou pessoas baleadas, mas mata tanto quanto. Até mais. Só que ninguém vê e isso diminui o problema que é a rápida transmissão (...) principalmente nas favelas e periferias do país. (...) A falta de cuidado está atr

“Nossos velhos são nosso maior tesouro”

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Aldeia esperança, dos povos Yawanawá Com subnotificados óbitos de pelo menos 23 índios pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), somados a outros 103 (até abril) pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Bruna Mello, da Agência de jornalismo independente Amazônia Real, traz luz ao horizonte. O cacique da aldeia Nova Esperança, Biraci Brasil Yawanawá, decretou bloqueio total –  lockdown – à circulação entre os mais de 370 moradores da aldeia e a cidade de Tarauacá, a 400 km da capital, Rio Branco (AC).  O líder indígena também mandou fechar o único acesso à aldeia, pelo rio Gregório – viagem que leva de cinco a oito horas em voadeira com motor de popa -   com troncos de árvores. Ao contrário do nosso eugenista presidente Bolsonaro, o cacique considera os anciões da aldeia os guardiões dos saberes. “Para nós, povos Yawanawá, se perdemos nossos velhos, perdemos nosso maior tesouro. A única forma que encontramos de dizer para o mundo que estamos preocupados foi fec

Nova droga pode acelerar cura da Covid-19

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A prestigiada Universidade de Pequim, na China Uma droga em fase de testes na prestigiada Universidade de Pequim (Beida) poderá acelerar a cura da Covid-19. O tratamento foi desenvolvido por pesquisadores chineses a partir da extração de anticorpos de 60 pacientes injetados em roedores, cuja carga viral foi drasticamente reduzida, e poderá ser disponibilizado antes do fim do ano, antes, portanto, da provável chegada de uma vacina ao mercado.  "Após cinco dias, a carga viral das cobaias foi dividida por 2.500. Significa que esse medicamento tem potencial para um efeito terapêutico", assegurou Sunney Xie, diretor do Centro de Inovação Avançada em Genômica de Beida, em entrevista à AFP. O médico Sunney Xie, da Universidade de Pequim Conforme estudo sobre a pesquisa publicado domingo na revista especializada "Cell", trata-se de um remédio potencial contra a doença, capaz de acelerar sua cura.  Os pesquisadores são especialistas em sequenciamento de cé

Covid-Orgânico turbina presidente africano

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O Presidente Andry Rajoelina em sua campanha de marketing O que têm em comum os presidentes Jair Bossonaro e Andry Rajoelina, de Madagascar? Ambos se apoiaram em métodos nada ortodoxos para chegar ao poder: disseminação de fake news , uso maciço   de robôs nas redes sociais e linchamento moral de adversários. Ambos dividem ainda outro traço.  Enquanto no Brasil Bolsonaro é garoto propaganda da controversa cloroquina, que já provocou a morte de pacientes, Rajoelina alardeia o Covid-Orgânico (CVO) para combater a pandemia, turbinando sua popularidade em seu país e na própria África. Até o início de maio foram registrados lá apenas 193 infectados e nenhum óbito. O líder africano não perde oportunidade de se deixar fotografar com uma garrafinha do chá de ervas local, apresentada ao mundo em abril durante coletiva de imprensa no Instituto Malgaxe de Pesquisa Aplicada, como resultado da “sabedoria milenar da medicina tradicional africana”. A história foi pinçada pelo jornalista Alexan

Maconha & Covid-19

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Enquanto o presidente considera serviços essenciais os salões de beleza e academias de ginástica, a Abrace – primeira e única instituição no país autorizada a cultivar e comercializar a maconha medicinal – foi afetada por uma liminar após a chegada do coronavírus. Além do risco de deixar na mão 4,6 mil pacientes com doenças como Parkinson , Alzheimer , psoríase, epilepsia refratária, síndrome de Tourette e auxílio no tratamento de alguns tipos de câncer e doenças raras, a instituição tem fornecido insumos aos pesquisadores envolvidos em estudos voltados ao combate da Covid-19.   Conforme publicado no UOL, as quatro pesquisas que usam a cannabis para tratar a doença em andamento aguardam a certificação do comitê de ética. Para o farmacêutico Murilo Gouvêa, da Abrace, "está mais do que claro que os estabelecimentos de cannabis são serviços essenciais". Sem entrar em detalhes, ele  aposta nos resultados de uma dessas pesquisas: "É um estudo com grande potencial,

Nova droga contra a Covid-19

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Enquanto por aqui a cloroquina turbinou a queda do segundo ministro da Saúde em apenas um mês, o laboratório americano Sorrento Therapeutics anunciou nesta sexta-feira ter descoberto um anticorpo – o STI-1499 – capaz de proteger o corpo humano do coronavírus. A novidade seria capaz de chegar ao mercado antes da vacina, “com 100% de inibição à Covid-19”, conforme o fabricante. Além de escudo contra o vírus, o remédio desenvolvido com base no STI-1499 deve ser usado na recuperação dos pacientes já infectados.”Queremos enfatizar que existe uma cura, por uma solução que de fato funciona", afirmou à Fox News o fundador e CEO do laboratório, Henry Ji, PHD em psicologia Animal pela Universidade de Minnesota. “Nosso anticorpo mostra um potencial terapêutico excepcional e pode salvar vidas após a aprovação das agências reguladoras. Trabalhamos noite e dia para que esse produto seja disponibilizado ao público”, completou. O médico Henry Ji Os testes para o desenvolvimento da dr

República de bananas

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Saia justa do presidente (sem máscara) “Provavelmente cometemos um erro de estratégia que será imediatamente corrigido”. A promessa foi do presidente, após visita surpresa realizada ontem a um hospital no centro da capital, mantida em segredo até que o governo conclua o projeto de reforma do sistema hospitalar, enfraquecido por anos de cortes no orçamento. Duvidou? O episódio de fato aconteceu, só que do outro lado do oceano. Foi protagonizado pelo presidente da França, Emmanuel Macron, em visita nesta sexta-feira ao Hospital Paris Pitié-Salpêtrière. O ministro da Saúde francês, Olivier Veran, foi convocado pelo chefe a discutir na próxima semana correções  salariais do pessoal médico e paramédico na linha de frente ao combate à pandemia.  Até então, só haviam sido prometidos a eles bônus de 1.500 euros , ou R$ 10,5 mil pelo câmbio de ontem.  Poster de Macron, com máscara, à frente de um hospital em Toulouse Enquanto isso, num certo país do Terceiro Mundo, cada vez mais

Será que nem o impeachment resolve?

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Não consigo reconhecer meu país, onde circulam memes denegrindo Paulo Freire com a imagem de Paulo Coelho, onde ignorantes que nunca ouviram falar em Marx taxam o comunismo – que até na China sucumbiu ao capitalismo - de corrupção; onde chegamos ao saldo sub-notificado de 13.993 mortes e o presidente – que nunca lamenta esses óbitos ou aplaude o hercúleo trabalho dos profissionais de saúde - promove uma reunião ministerial para reclamar da segurança de sua família. E, para culminar, a AGU usa como pretexto as baixarias proferidas no encontro para editar a íntegra do conteúdo, dando margem a interpretações que subjugam nossa inteligência. Vivemos a mais grave crise sanitária já enfrentada nos últimos séculos – o astrólogo e mentor intelectual do clã tem a coragem de declarar que a pandemia não existe – e o presidente troca o ministro da Saúde, em meio à ascensão de óbitos cujo ápice ainda não foi atingido (e ninguém sabe quando chegará porque a testagem inexiste). Isso para uma c

Pestes ensinam: fique em casa!

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A máscara da peste negra parecia uma cabeça de ave, com enorme bico É verdade que a evolução tecnológica e científica não dá margem a comparações da atual pandemia com as que a antecederam. Contudo, sempre é possível aprender com o passado. Em 1665, quando a peste negra contaminava a Europa, a pacata aldeia de Eyam, na Inglaterra, foi duramente atingida pela doença. Para deter a contaminação, o padre anglicano William Mompesson decidiu pelo isolamento: ninguém entrava e ninguém saía. Foi então criado ali um pioneiro cordão, ou cerca sanitária. Barreira remanescente em Eyam Entre idas e reinfestações, tratamentos modernos com antibióticos puseram um ponto final na peste, também chamada de bubônica, que assolou o mundo por três séculos. Ainda assim a doença não desapareceu por completo: o último surto ocorreu em 2017, em Madagáscar, onde foi encontrada uma forma resistente da bactéria  Yersinia pestis ,  transmitida pelas pulgas dos ratos. No caso de Eyam, a peste chegou