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Mostrando postagens de março, 2023

A bomba de Tacla Duran

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  A grande mídia ignorou ( por que será?) e eu também não dei a devida importância. O depoimento de Rodrigo Tacla Duran (foto), ex-advogado da Odebrecht, ao juiz Eduardo Appio - herdeiro dos processos da Lava Jato – nesta segunda-feira (27) foi uma verdadeira bomba. Atômica. Desde 2015 Tacla Duran candidatou-se a uma delação premiada, não aceita porque ele denunciou a extorsão de que foi alvo. E ainda acabou preso por meio ano e, quando saiu, foi para a Espanha, onde tem cidadania e está até hoje. Sua nova ordem de prisão foi derrubada pelo juiz Appio, que o transformou em testemunha. Nessa condição ele denunciou, pela primeira vez, que o advogado Orlando Zucolotto – sócio de Rosângela, mulher de Moro – tentou extorqui-lo em US$ 5 milhões para reduzir sua pena/multa. O dinheiro seria dividido entre outros, como Sérgio Moro e Deltan Dallagnol – denúncia confirmada por vídeos de Zucolotto em sua segunda tentativa, no Sindicato de Hotéis de São Paulo, do qual Tecla Duran era vice-p

Ameaça à paz

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  Entramos numa nefasta era, em que ex-presidentes – até então em silencioso e assumido ostracismo – continuam a cacarejar. No caso, no velho conhecido estilo de mentiras deslavadas e ameaças à paz que respiramos nos últimos três meses. Segundo o colunista Lauro Jardim, o governo do DF fecha hoje o acesso à Praça dos Três Poderes e as imediações do aeroporto de Brasília com barreiras.  Motivo? A volta daquele que fugiu com o rabo entre as pernas, e volta com joias entre elas. Após abandonar os seguidores que mantinham vigília nos quartéis sob chuva e sol, o capitão passou três meses no bom e no melhor dos EUA. E aproveitou para se distanciar do 8 de janeiro, como se não tivesse nada com aquilo. Ainda assim, deixou rastros como as milionárias joias das Arábias, das quais acaba de surgir uma terceira leva, guardada na capital na fazenda de Nelson Piquet. Por que será que os árabes insistiam tanto em agradá-lo com mimos tão valiosos? A volta foi estrategicamente programada para qu

Digitais do capitão na pandemia

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  Com um largo intervalo de 17 meses para passar dos 600 mil, chegamos aos 700 mil óbitos pela Covid-19. O caso inaugural aconteceu em 26 de fevereiro de 2020, em São Paulo. Foi um homem de 61 anos acabava de chegar da Lombardia, onde o vírus já se manifestava.   A primeira morte ocorreu menos de um mês depois, em 12 de março, também em São Paulo. Hipertensa e diabética, a vítima tinha 62 anos. O país já contava 234 casos da doença, declarada pandemia em 11 de março de 2020 pela OMS. No sinistro período entre 2020 e 2022, nada causou mais revolta que o comportamento negacionista do capitão, que colecionou frases infelizes como “E daí?” e “Não sou coveiro”. Abaixo, trechos de um post de 11 de abril de 2021: “Curioso país o Brasil. Será necessária a abertura de uma CPI para revelar o que só não sabe quem não quer. Sempre voltado aos interesses do empresariado, aos seguidores e à sua reeleição, desde o início da crise sanitária o presidente manifestou profundo desprezo pela vida h

Sem anistia aos culpados

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  O jornalista Chico Otávio nos trouxe a recente e inédita condenação pelo TRF-2 do torturador da ditadura militar, Antonio Waneir de Souza, o Camarão (foto abaixo). Seu crime? Estuprar duas vezes Inês Etienne Romeu (foto no alto), única sequestrada a sair com vida da Casa da Morte, em Petrópolis, um dos mais violentos cárceres do regime. O TRF-2 entendeu que essa violência não cabe na Lei da Anistia. Inês morreu dormindo em sua casa em Niterói, aos 72 anos, em abril de 2015 e não verá o resultado da ação. A defesa de Camarão pode até recorrer, porém, a ação penal não cessa. Vinte pessoas foram a óbito no local, causado por torturas. Agora, no rescaldo do último governo, 16 membros das Forças Armadas são investigados. Claro que se o capitão fosse reeleito isso jamais aconteceria. Nove deles são alvos por sua atuação durante a pandemia. Os demais, por seus atos nas milícias digitais, ameaças ao STF e no caso das joias das Arábias. O general Pazuello, por exemplo, é acusado de crime

A volta da indignação

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  Após vários rebates falsos agora parece ser para valer: o capitão chega em Brasília na manhã desta quinta-feira (30). A passagem já foi inclusive comprada pelo PL, que planeja uma recepção triunfal ao mi(n)to. Por partes. Será que aquelas multidões acampadas a pão e água na frente dos quartéis vão perdoar a fuga para os EUA, sob o pretexto de não passar a faixa ao sucessor? Como se sentem os seguidores abandonados, sem satisfações? Fuga que, tudo indica, era uma estratégia para se distanciar do golpe armado no 8 de janeiro junto a militares, que sentiam-se como bezerros desmamados diante da posse de Lula. O fato é que as técnicas de  marketing  do bolsonarismo são velhas conhecidas. Mesmo que ele seja aguardado por apenas meia dúzia de gatos pingados, as mídias sociais transformarão o desembarque no show das multidões. Com certeza Carluxo estará a postos para isso. Afinal, a construção do mi(n)to deu-se exatamente dessa forma: pequenos grupos reunidos em aeroportos desde o iníc

O novo golpe de Moro

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Lula não pode falar de teorias da conspiração porque é presidente. E não tem provas. Eu posso, porém.  Uma leitora do blog me enviou um vídeo do  Plantão Brasil , onde o jornalista Thiago dos Reis demonstra por A + B o mais novo golpe de Sérgio Moro. O delegado que investigou a suposta ameaça sofrida pelo senador, Martin Bottaro Purper (foto), é o mesmo que Bolsonaro escalou para tentar provar que o atentado de Adélio Bispo foi tramado pelo PT. Quando as investigações mostraram que ele agiu sozinho. Bottaro é amigo da juíza  Gabriela Hardt,  que é amiga do ex-juiz. É bolsomion e lavajatista. Hardt autorizou a divulgação das investigações logo após Lula ter falado ao site 247 que queria f...Moro (quando ele estava preso). Foi uma ideia brilhante do trio: associar Lula ao PCC e, ao mesmo tempo, devolver Moro à ribalta, diante de sua apagada insignificância no Senado. Bottaro prometia fazer um escândalo sobre Adélio Bispo na época das eleições, o que não conseguiu. Agora estaria

A vez do joio

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  Parece um pesadelo. Após a eleição de Eduardo Pazuello como o segundo deputado federal mais votado do Rio – seus eleitores foram incapazes de dissociar sua fama do morticínio da pandemia, quando ele foi ministro da Saúde -, o PL nos acena com candidatos sinistros às prefeituras. Começou por Flávio Bolsonaro, o primogênito do clã.  A sigla que se lixa para trapaças não está nem aí para a possibilidade do MP voltar a investigar seu caso de enriquecimento pelas ‘rachadinhas’.     Como se sabe, as provas do processo foram anuladas pelo STJ e pelo STF em novembro de 2021, as mesmas apresentadas na primeira denúncia contra ele, em 2020. Sem falar na compra da mansão de R$ 6 milhões em área nobre de Brasília, em março de 2021, embora seus honorários fossem incompatíveis para a aquisição feita de Juscelino Sarkis . Detalhe: em julho de 2020 a Sarkis Empreendimentos obteve um empréstimo de R$ 1 milhão no BNDES. Juscelino é o primogênito de Simão Sarkis, patriarca deste mesmo grupo.

Comédia de erros

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  Na comédia de erros da Operação Sequaz, que desvendou os planos do PCC de assassinar Sérgio Moro e o promotor Lincoln Gakiya, entre outros, o único acerto foi o uso da inteligência pela PF para evitar que a tragédia se consumasse. Lula cometeu duas genialidades. Na primeira, quando confessou que só pensava em f... Moro (durante o período em que esteve preso), prestou um serviço à independência da PF. Se soubesse da operação, jamais teria feito o comentário. Na segunda não tem perdão. Ao dizer que achava que tudo não passou de armação do ex-juiz, desqualificou o exemplar trabalho da instituição, que voltou a confirmar sua independência com o final feliz. “Não sei o que ele vai fazer da vida se continuar mentindo do jeito que está mentindo”, disse o presidente, como se aguardasse uma confirmação sobre a excelência da operação. Enquanto isso, o ministro Flávio tentava se antecipar à bola levantada por Lula aos bolsonaristas: “É vil, leviana e descabida qualquer vinculação a esse

Seria blefe de Trump?

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  Seria uma ironia do destino se Trump fosse preso na última terça-feira, como ele alardeou entre seus simpatizantes. O que lhe rendeu até doações. Quando se sabe, no mínimo, de sua responsabilidade ao incitar o 6 de janeiro. Leia-se a invasão do Capitólio, em 2021, com um saldo de cinco mortes, ainda sob investigação. A causa da detenção seria seu pagamento de US$ 130 mil para comprar o silêncio da atriz pornô Stormy Daniels, com quem ele manteve um caso extraconjugal, em 2016. Seria algo parecido com a condenação do capitão pelas joias das Arábias, quando ele cometeu crimes que vão da morte evitável de quase 700 mil brasileiros por Covid-19 ou o comando dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro. Nada provado até agora. Na realidade, o suborno de Trump não seria ilegal, e sim sua falsa justificativa como honorário a um de seus advogados, Michael Cohen. Os promotores também o acusam de tentativa de esconder uma relação dos eleitores com o pagamento indireto. Será que tudo não

O golpe retardado

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  Na minha modesta compreensão, compartilho o pensamento de Lula: “Sobre aquela tentativa de golpe, eu acho que o Bolsonaro queria fazer aquilo no dia 1º de janeiro”. Ou seja, na mesma data da posse. A opinião foi expressada em entrevista ao site 247: “Acontece que tinha muita gente, e eles, então, resolverem recuar e fizeram aquilo no dia 8”, especulou. Faz todo o sentido. Até por que sabe-se que todo o esquema montado de segurança funcionou como um relógio na posse, ao contrário do que aconteceu uma semana depois.  Sobre a eventual prisão do capitão, ele lembrou que a decisão não cabe ao presidente: “Tem muitos processos contra ele, eu quero que ele tenha presunção de inocência, o que eu não tive. E, se ele for julgado culpado, que ele pague o preço da sua culpabilidade. Não cabe ao presidente da República dizer: ‘Tem que prender fulano’ ou não. Fulano e Beltrano têm que ser julgados”. Sobre o atual estágio de seu relacionamento com as Forças Armadas Lula fez uma brinca

Alma penada ainda assombra

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  A não ser pela popularidade de Lula maior que a do antecessor, a nova pesquisa Ipec retrata o quanto o país continua dominado pela nefasta ideologia bolsonarista. Por partes. Quase metade da população brasileira vê ameaça comunista no governo Lula. Chega a ser ridículo o uso do mesmo pretexto do Plano Cohen, que justificou a instauração da ditadura do Estado Novo, em 1937!  O mesmo argumento já era usado há 86 anos! Desde então, é a única tecla que a extrema direita consegue bater em reação à democracia. Pior é que ainda convence.  Evangélicos resistem em confiar no atual presidente. Por que seria? Porque eles continuam fechados com o capitão, que garantiu isenção de impostos aos templos e pregou pela família, enquanto a sua própria é um desastre. Ele nem consegue conviver com a ideia de que sua mulher seja lançada candidata à presidência pelo PL. O casal habita países diferentes com a naturalidade de quem não precisa conviver. Fora que o capitão está em seu terceiro casament

O futuro já começou

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  Aquele cenário futurista dos Jetsons não passa nem perto dos rumos tomados pela humanidade.  A verdade é que o maior dilema do futuro será entre a inteligência humana e a artificial. A conclusão é do jornalista Ascaneo Seleme, escalado pelo Canal Meio para cobrir o SXSW, super festival de cinema, música, tecnologia e inovação em Austin, nos EUA.  Foi lá que nasceu o Twitter (2007) ou o carro autônomo (2012), por exemplo. A estrela do evento foi a futurista Amy Webb. Segundo ela, a Internet que conhecemos mudará radicalmente, assim como as relações humanas, que chama de caóticas e catastróficas. Isso por que todas as inteligências artificiais vão interagir com dados de qualquer fonte para gerar novos conhecimentos: “Este é o fim da Internet  como a conhecemos”, diagnostica. Esse novo mundo pode até ser mais fácil para os indivíduos, porém, vai criar dificuldades às empresas. As compras por assinatura, por exemplo, vão acabar. Pensar duas vezes, por outro lado, pode conduzir

Desmatamento & regeneração

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  Como se sabe, o governo Lula assumiu o compromisso do desmatamento zero. Os números, porém, continuam assustadores, bem distantes da promessa. Segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), os 325 km² de desmatamento na Floresta Amazônica em fevereiro foram os piores de sua série histórica, iniciada há 16 anos. Só que ainda é resultado da herança maldita do capitão. E atende pelo nome de 'narcoecologia', cunhado pelo  geógrafo Aiala Colares Couto, professor da Universidade do Estado do Pará. Vem do liberou geral.   Ou seja, da atuação das facções que controlam o tráfico de drogas na Amazônia, que influenciam no aumento de crimes ambientais na região, como desmatamento, grilagem e garimpo, segundo a BBC. A devastação apontada pelo Imazon é semelhante à do sistema DETER, operado pelo Inpe, que aferiu a derrubada de 321,9 km² de floresta em fevereiro. A comparação anual também assusta: a destruição passou de 96 km 2  em fevereiro de 2022 para 157 km

Aliado na caserna

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  Após a sucessiva forçação de barra do governo anterior pela politização de militares – teve até general em comício eleitoral -, é um bálsamo ouvir do novo presidente do Superior Tribunal Militar (STM) que “as Forças Armadas não são um poder”. O ministro Francisco Joseli Parente Camelo (foto) fez a afirmação à colunista Andrea Sadi, e acrescentou que a manutenção do Estado de direito e as decisões jurídicas finais cabem ao Supremo Tribunal Federal. Como se sabe, um dos argumentos invocados pelos golpistas era o de que o artigo 142 da Constituição daria o poder moderador – acima dos três poderes – aos militares.  O brigadeiro Camelo inviabilizou o argumento. Ainda sobre o 142, o ministro afirmou que a garantia da lei e da ordem prevista pelo artigo não se restringe às Forças Armadas. Para o magistrado, a medida só deve ser usada excepcionalmente, em situações extremas. O novo ministro foi piloto do avião presidencial nas gestões de Lula e Dilma. Portanto, é próximo a ambos. Que